Diagnósticos diferenciais
Angina instável
SINAIS / SINTOMAS
O quadro clínico pode ser o mesmo.
Investigações
O eletrocardiograma (ECG) pode exibir alterações inespecíficas no segmento ST e na onda T.
Os biomarcadores cardíacos são normais.
Infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST
SINAIS / SINTOMAS
O quadro clínico pode ser o mesmo.
Investigações
O ECG pode exibir alterações inespecíficas no segmento ST e na onda T, mas não exibe supradesnivelamento do segmento ST.
Os biomarcadores cardíacos são elevados tanto no infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST (IAMSSST) quanto no infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST).
Dissecção da aorta
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes tipicamente apresentam dor torácica dilacerante, em especial entre as escápulas.
Eles podem estar em um considerável sofrimento ou hemodinamicamente instáveis.
Os pulsos periféricos podem ser desiguais ou ausentes distalmente.
Investigações
Uma radiografia torácica pode mostrar mediastino alargado.
O ECG pode não apresentar nada digno de nota, exibir taquicardia sinusal ou alterações do segmento ST se a dissecção se estender em direção proximal e envolver o óstio coronário.
Uma tomografia computadorizada (TC) do tórax e do abdome com contraste intravenoso (IV) mostrando a presença de um retalho da dissecção e dois lúmens, um verdadeiro e um falso, constituem o diagnóstico de dissecção da aorta.
Um ecocardiograma transesofágico também pode mostrar o retalho da dissecção com um lúmen falso e um verdadeiro.
Embolia pulmonar (EP)
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes classicamente apresentam início agudo de dor torácica semelhante a pontadas acentuadas, a qual tem natureza pleurítica e está associada à dispneia.
Antecedentes de tendência de coagulação aumentada, como um diagnóstico conhecido de trombofilia hereditária ou doença do tecido conjuntivo, além de trombose venosa profunda ou embolia pulmonar (EP) prévia aumentam a probabilidade do diagnóstico.
Outros fatores de risco incluem trauma de membros e imobilização prolongada recentes.
Investigações
Os pacientes apresentam hipóxia com gradiente alvéolo-arterial aumentado na gasometria arterial.
O ECG pode exibir taquicardia sinusal ou distensão do ventrículo direito com onda S proeminente na derivação I, onda Q proeminente na derivação III e onda T invertida na derivação III (S1Q3T3), ou pode não apresentar nada digno de nota.
O dímero D é útil para estratificações de risco. Em um paciente com baixa probabilidade de EP no escore clínico, com um dímero D não elevado, a EP pode ser excluída; se estiver elevado, é necessária uma investigação adicional para confirmar EP.
É necessário exame de imagem para pacientes com alta probabilidade de EP no escore clínico (ou seja, EP é provável) ou um dímero D anormal. A angiografia pulmonar por tomografia computadorizada com múltiplos detectores do tórax é o estudo de imagem de escolha.
Pneumotórax
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes apresentam dor torácica pleurítica de início súbito e dispneia.
Taquicardia, hipotensão e cianose sugerem um pneumotórax hipertensivo.
Condições médicas subjacentes conhecidas que predispõem ao pneumotórax, como a doença pulmonar obstrutiva crônica, a doença do tecido conjuntivo ou trauma torácico recente, podem embasar o diagnóstico.
Investigações
A radiografia torácica mostra uma linha pleural visceral.
Pneumonia
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes geralmente apresentam início insidioso de febre, tosse (que pode ser produtiva de escarro) e dispneia.
O desconforto torácico pode ser de natureza pleurítica.
O exame confirmará geralmente a consolidação pneumônica com ressonância diminuída, expansibilidade diminuída e estertores no pulmão afetado.
Investigações
A contagem leucocitária geralmente é elevada apresentando neutrofilia.
A radiografia torácica mostra marcas alveolares aumentadas.
As culturas de sangue e escarro podem ser positivas para algum organismo infeccioso.
Pericardite
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes podem apresentar dor torácica de qualidade variável, a qual tipicamente melhora ao sentar e ao inclinar para frente, piorando ao deitar.
Pode haver uma história de síndrome viral recente e atrito pericárdico no exame clínico.
Investigações
O ECG pode apresentar supradesnivelamento difusa do segmento ST, que é côncavo para cima (em forma de sela), com depressão do segmento PR.[95]
Os biomarcadores cardíacos podem estar elevados se a inflamação se estender para o miocárdio.
Os marcadores inflamatórios, como a proteína C-reativa e a velocidade de hemossedimentação (VHS), podem estar elevados.
A radiografia torácica demonstrando uma sombra cardíaca globular é sugestiva.
O ecocardiograma pode mostrar um derrame pericárdico ou pode não apresentar nada digno de nota.
Miocardite
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes frequentemente apresentam uma história recente de infecção por vírus semelhantes ao da gripe (influenza) ou alguma condição autoimune subjacente, como o lúpus eritematoso sistêmico (LES).
Em geral, são pacientes jovens e sem fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC).
A miocardite tem maior probabilidade de apresentar sintomas de insuficiência cardíaca que de dor torácica.
Investigações
O ECG é alterado e os biomarcadores cardíacos podem mimetizar o infarto do miocárdio.
Os marcadores inflamatórios (VHS e proteína C-reativa) e ensaios autoimunes pode estar elevados.
O teste de escolha é a ressonância nuclear magnética cardíaca com realce tardio, mostrando envolvimento do epicárdio ou do miocárdio médio.
Doença do refluxo gastroesofágico
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes apresentam desconforto por queimação retroesternal aliviado por antiácidos.
O desconforto/dor geralmente não está ligado a esforço.
Investigações
O diagnóstico é geralmente clínico.
Os biomarcadores cardíacos, o ECG e a radiografia torácica são normais.
A endoscopia digestiva alta é indicada para pacientes com sintomas persistentes ou atípicos e pode mostrar esofagite (erosões, ulcerações, estenoses) ou esôfago de Barrett.
Espasmo esofágico
SINAIS / SINTOMAS
Os pacientes apresentam desconforto retroesternal de aperto que pode ser aliviado por nitroglicerina (devido ao relaxamento do espasmo).
O desconforto/dor geralmente não está ligado a esforço.
Investigações
Os biomarcadores cardíacos, o ECG e a radiografia torácica são normais.
A manometria esofágica ou a esofagografia baritada podem mostrar evidências de alterações da motilidade.
Costocondrite
SINAIS / SINTOMAS
O desconforto da parede torácica musculoesquelética é pior com certos movimentos e respirações profundas.
Sensibilidade focal nas articulações costocondrais pode estar presente.
Investigações
Os biomarcadores cardíacos, o ECG e a radiografia torácica são normais.
Ansiedade ou ataque de pânico
SINAIS / SINTOMAS
Exame físico normal; entretanto, evidências de hiperventilação estão presentes algumas vezes.
Investigações
Os biomarcadores cardíacos, o ECG e a radiografia torácica são todos normais.
Ruptura esofágica (síndrome de Boerhaave)
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal