Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

saturação de transferrina sérica

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Primeiro exame laboratorial a apresentar resultado anormal.

Há variabilidade biológica substancial na saturação de transferrina, que não é mitigada por jejum.[39]​ Se houver forte suspeita de hemocromatose e a saturação de transferrina inicial estiver dentro da faixa normal, é razoável repetir o exame e/ou prosseguir com teste adicional.

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>50% em homens; >45% em mulheres[8][23]

ferritina sérica

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Os níveis de ferritina são usados para estimar a magnitude da sobrecarga de ferro.[4][7][8]

A ferritina elevada em testes incidentais pode levar à suspeita de hemocromatose. A ferritina é, entretanto, um reagente de fase aguda; elevações isoladas na ferritina sérica podem, portanto, levar a testes desnecessários para hemocromatose.[40]

A ferritina sérica está elevada na inflamação, alcoolismo, hepatite viral crônica, doença hepática gordurosa não alcoólica e na síndrome dismetabólica.[40] Se um paciente apresentar nível elevado de ferritina sérica e um dos fatores de confundimento acima, a biópsia hepática deve ser considerada; como alternativa, a estimativa da deposição visceral de ferro pode ser feita por ressonância nuclear magnética (RNM) hepática.[4][7][8]

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elevada; >674 picomoles/L (>300 nanogramas/mL) em homens; >449 picomoles/L (>200 nanogramas/mL) em mulheres.[8][23] A probabilidade de complicações clínicas graves aumenta com níveis de ferritina >1000 microgramas/L.[29][30][31]​​

Investigações a serem consideradas

análise da mutação HFE (gene da hemocromatose)

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A homozigosidade da mutação C282Y é a anormalidade genética mais comum associada à doença clínica em pacientes com ascendência do norte da Europa. Nesta população, a heterozigosidade composta (C282Y/H63D) pode levar a uma variante fenotípica leve, mas geralmente também requer outros fatores de risco adquiridos.

Muito raramente, a homozigosidade H63D está associada ao fenótipo clínico de hemocromatose e só fica evidente no contexto de comorbidade. No entanto, essas mutações em conjunto com outras, como S65C, seja por homozigose ou heterozigotos compostos, estão associadas à doença em outras populações.[12][13][14][15][16][17][18][19][20][21][38] A heterozigosidade de uma mutação praticamente não causa doença clínica.

A genotipagem para C282Y deve ser realizada em pessoas de origem europeia com evidência bioquímica de sobrecarga de ferro (mulheres com saturação de transferrina >45% e ferritina sérica >200 microgramas/L, e homens com saturação de transferrina >50% e ferritina sérica >300 microgramas/L, ou saturação de transferrina persistentemente elevada e inexplicável), independentemente de apresentarem ou não sinais ou sintomas clínicos indicativos de hemocromatose.[8]​ Na prática atual, a demonstração de homozigosidade C282Y juntamente com saturação elevada de transferrina e ferritina sérica é considerada suficiente para fazer o diagnóstico de hemocromatose.[5][8]​​​

A genotipagem para H63D pode ser realizada em determinadas situações, embora o seu valor seja controverso, pois não é necessário para o diagnóstico de hemocromatose e geralmente não é utilizado para orientar o tratamento.[8]​ No entanto, a maioria dos exames laboratoriais genéticos testa os genótipos C282Y e H63D juntos.[4][7][8]​ Variantes raras de hemocromatose devem ser investigadas em pacientes com evidência de sobrecarga de ferro significativa e inexplicada que não sejam homozigotos C282Y, bem como em indivíduos jovens com evidência bioquímica e clínica de hemocromatose.[8]

A genotipagem também é recomendada em parentes adultos de primeiro grau de pacientes com hemocromatose.[4][7][8]

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homozigosidade da mutação C282Y (p.Cys282Tyr); menos comumente, heterozigosidade composta (C282Y/H63D) e raras mutações.

Testes de fibrose no soro/elastografia transitória

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Todos os pacientes com hemocromatose devem ser avaliados quanto à fibrose hepática no momento do diagnóstico, utilizando técnicas não invasivas, para orientar o tratamento e acompanhamento adequados.[8]​ Os testes podem incluir teste de fibrose no soro (por exemplo, índice de proporção de aspartato aminotransferase para plaquetas [APRI] e FIB-4 (idade do paciente, contagem plaquetária, aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase) e elastografia transitória, embora poucos estudos tenham validado seu uso.[8]

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testes de fibrose no soro, podem ser normais ou elevados; elastografia transitória, pode ser normal ou mostrar aumento da rigidez hepática

ressonância nuclear magnética (RNM) hepática

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Uma forma não invasiva de medir o teor de ferro no fígado com boa sensibilidade e especificidade.[41]

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intensidade de sinal fígado-músculo <0.88

biópsia hepática

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Um teste sensível e específico para medir o teor de ferro no fígado, que também permite ao patologista avaliar danos no fígado devido à sobrecarga de ferro, especificamente fibrose e cirrose. No entanto, com o desenvolvimento de métodos não invasivos para quantificar os níveis de ferro e a fibrose, a biópsia hepática é agora realizada com menos frequência para avaliar a sobrecarga de ferro ou a fibrose hepática, mas é frequentemente reservada para a detecção de cirrose.[4][7][8]

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teor de ferro elevado

TFHs

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A transaminase pode estar elevada no momento do diagnóstico, mas geralmente não ultrapassa o dobro do nível normal.

Pacientes com hemocromatose e causa adicional de doença hepática crônica (por exemplo, hepatite viral, hepatopatia alcoólica, esteatose hepática) têm maior probabilidade de apresentar níveis elevados de aminotransferase.[44]

A biópsia hepática deve ser considerada em pacientes com transaminase elevada, já que esta pode ser um indicador de fibrose avançada, sinalizando a necessidade de rastreamento de carcinoma hepatocelular.[29][30]

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níveis de aminotransferase acima do normal

glicemia de jejum

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Deve ser verificada em todos os pacientes com nível elevado de ferritina.

Estudos sugerem que a hemoglobina glicosilada pode não ser um marcador tão confiável de controle da glicose em pacientes que passam por flebotomia, pois a renovação dos eritrócitos é mais rápida.[45]

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elevada

ecocardiograma

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Deve ser realizada em pacientes com nível elevado de ferritina, pois a hemocromatose pode causar cardiomiopatia e anormalidades de condução, provocando arritmias.[46]

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cardiomiopatia dilatada ou dilatada restritiva mista

eletrocardiograma (ECG)

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As alterações do ECG podem ser observadas na hemocromatose, mas um ECG não é considerado como parte dos procedimentos de rastreamento de rotina.

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diminuição da amplitude de QRS e achatamento ou inversão da onda T

RNM do coração e dos outros órgãos

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​Pacientes com hemocromatose grave e sinais ou sintomas de cardiopatia, e pacientes com hemocromatose juvenil, devem ser submetidos a RNM.[8]

A RNM também pode ser útil para investigar os níveis/distribuição de ferro no baço, pâncreas e cérebro em pacientes com suspeita ou diagnóstico de distúrbio de sobrecarga de ferro.[8]

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sugestivo de carga de ferro: valores específicos do tecido de T2* (ou seu recíproco, R2*) indicativos de carga de ferro foram determinados para fígado, coração, pâncreas e hipófise

testes de testosterona, hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH)

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Os hormônios devem ser verificados em pacientes com nível elevado de ferritina.

O hipogonadismo é a segunda endocrinopatia mais comum associada à doença, após o diabetes.[47]

O hipogonadismo geralmente é secundário, associado a níveis baixos de gonadotrofinas, em vez de elevados.

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abaixo dos níveis normais

densitometria óssea

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Deve ser realizada em pacientes com nível elevado de ferritina e fatores concomitantes predisponentes à osteoporose.[48]

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osteopenia (T-score <-1 DP [desvio padrão]) ou osteoporose (T-score <-2.5 DP)

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