A incidência anual de colesteatoma é relatada como 3 por 100,000 crianças e 9.2 por 100,000 adultos.[4]Castle JT. Cholesteatoma pearls: practical points and update. Head Neck Pathol. 2018 Sep;12(3):419-29.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6081285
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30069838?tool=bestpractice.com
A incidência varia tanto com a região geográfica quanto com a população estudada. Aproximadamente 70% a 96% dos colesteatomas são adquiridos.[1]Kuo CL, Shiao AS, Yung M, et al. Updates and knowledge gaps in cholesteatoma research. Biomed Res Int. 2015;2015:854024.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4381684
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25866816?tool=bestpractice.com
O colesteatoma congênito é muito menos comum, com incidência estimada em 0.12 por 100,000.[6]Walker D, Shinners MJ. Congenital cholesteatoma. Pediatr Ann. 2016 May 1;45(5):e167-70.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27171804?tool=bestpractice.com
A incidência pode ser afetada pela prática médica. O uso de grommets ou tubos de ventilação auditiva em pacientes com otite média crônica foi associado a uma queda na incidência de cirurgias de colesteatoma na Finlândia e em Israel.[7]Rakover Y, Keywan K, Rosen G. Comparison of the incidence of cholesteatoma surgery before and after using ventilation tubes for secretory otitis media. Int J Pediatr Otorhinolaryngol. 2000 Nov 30;56(1):41-4.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11074114?tool=bestpractice.com
[8]Kemppainen HO, Puhakka HJ, Laippala PJ, et al. Epidemiology and aetiology of middle ear cholesteatoma. Acta Otolaryngol. 1999;119(5):568-72.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10478597?tool=bestpractice.com
No entanto, não se observou nenhuma alteração na incidência da doença na Escócia e na Irlanda com estes tratamentos.[9]Padgham N, Mills R, Christmas H. Has the increasing use of grommets influenced the frequency of surgery for cholesteatoma? J Laryngol Otol. 1989 Nov;103(11):1034-5.
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[10]Kinsella JB. Ventilation tubes and cholesteatoma. 1996 Nov-Dec;89(6):223.
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Existem menos dados sobre prevalência, mas, em Jerusalém, relata-se que a prevalência é alta, 70 a cada 100,000 crianças.[11]Cohen D, Tamir D. The prevalence of middle ear pathologies in Jerusalem school children. Am J Otol. 1989 Nov;10(6):456-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2610232?tool=bestpractice.com
Em crianças aborígenes australianas, é relatada uma prevalência de 50 a cada 100,000 crianças em um estudo de 7362 orelhas.[12]McCafferty GJ, Coman WB, Shaw E, et al. Cholesteatoma in Australian aboriginal children. In: Cholesteatoma: first international conference. Birmingham AL: Aesculapius Publishing Company; 1975:293-301. Foi demonstrado que a prevalência varia de acordo com a raça; é mais elevada entre os americanos brancos, seguidos por africanos, ao passo que raramente é observado em asiáticos não indianos. A prevalência é maior nos países subdesenvolvidos do que nos países desenvolvidos; no entanto, nenhuma diferença foi observada entre os diferentes grupos socioeconômicos.[1]Kuo CL, Shiao AS, Yung M, et al. Updates and knowledge gaps in cholesteatoma research. Biomed Res Int. 2015;2015:854024.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4381684
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Um estudo tipo caso-controle sueco utilizando dados de registro nacional descobriu que o risco de colesteatoma estava fortemente associado a uma história familiar da doença, sugerindo uma possível predisposição genética; a história familiar era, no entanto, bastante rara e, portanto, só poderia explicar um número limitado de todos os casos.[13]Bonnard Å, Engmér Berglin C, Wincent J, et al. The risk of cholesteatoma in individuals with first-degree relatives surgically treated for the disease. JAMA Otolaryngol Head Neck Surg. 2023 May 1;149(5):390-6.
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O sexo masculino supera ligeiramente o feminino, com uma proporção de 1.4:1. Entre as crianças, foi relatada uma preponderância de 72% de meninos.[1]Kuo CL, Shiao AS, Yung M, et al. Updates and knowledge gaps in cholesteatoma research. Biomed Res Int. 2015;2015:854024.
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Na população pediátrica, os colesteatomas representam 10% dos casos de otite média crônica. A idade média das crianças com colesteatoma adquirido foi estimada em 9.7 anos. Aproximadamente 7% a 10% das crianças afetadas apresentam colesteatomas bilaterais simultâneos ou desenvolvem colesteatomas contralaterais subsequentes durante o acompanhamento; ambas as condições são mais comuns em meninas. Foi proposto que crianças com síndromes craniofaciais apresentam predisposição a desenvolver colesteatoma; estima-se que 0.9% a 5.9% das crianças com fenda palatina desenvolvem colesteatoma adquirido primário.[1]Kuo CL, Shiao AS, Yung M, et al. Updates and knowledge gaps in cholesteatoma research. Biomed Res Int. 2015;2015:854024.
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Constatou-se que, em crianças, o colesteatoma afeta a tuba auditiva, o mesotímpano anterior, as células retrolabirínticas e a ponta do processo mastoide mais que em adultos. Evidências clínicas e histológicas sugerem que o colesteatoma em crianças tende a ser mais agressivo.[14]Nevoux J, Lenoir M, Roger G, et al. Childhood cholesteatoma. Eur Ann Otorhinolaryngol Head Neck Dis. 2010 Sep;127(4):143-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20860924?tool=bestpractice.com