Epidemiologia

A incidência anual de colesteatoma é relatada como 3 por 100,000 crianças e 9.2 por 100,000 adultos.[4]​ A incidência varia tanto com a região geográfica quanto com a população estudada. Aproximadamente 70% a 96% dos colesteatomas são adquiridos.[1]​ O colesteatoma congênito é muito menos comum, com incidência estimada em 0.12 por 100,000.[6]

A incidência pode ser afetada pela prática médica. O uso de grommets ou tubos de ventilação auditiva em pacientes com otite média crônica foi associado a uma queda na incidência de cirurgias de colesteatoma na Finlândia e em Israel.[7][8] No entanto, não se observou nenhuma alteração na incidência da doença na Escócia e na Irlanda com estes tratamentos.[9][10]

Existem menos dados sobre prevalência, mas, em Jerusalém, relata-se que a prevalência é alta, 70 a cada 100,000 crianças.[11] Em crianças aborígenes australianas, é relatada uma prevalência de 50 a cada 100,000 crianças em um estudo de 7362 orelhas.[12] Foi demonstrado que a prevalência varia de acordo com a raça; é mais elevada entre os americanos brancos, seguidos por africanos, ao passo que raramente é observado em asiáticos não indianos. A prevalência é maior nos países subdesenvolvidos do que nos países desenvolvidos; no entanto, nenhuma diferença foi observada entre os diferentes grupos socioeconômicos.[1]​ Um estudo tipo caso-controle sueco utilizando dados de registro nacional descobriu que o risco de colesteatoma estava fortemente associado a uma história familiar da doença, sugerindo uma possível predisposição genética; a história familiar era, no entanto, bastante rara e, portanto, só poderia explicar um número limitado de todos os casos.[13]

O sexo masculino supera ligeiramente o feminino, com uma proporção de 1.4:1. Entre as crianças, foi relatada uma preponderância de 72% de meninos.[1]

Na população pediátrica, os colesteatomas representam 10% dos casos de otite média crônica. A idade média das crianças com colesteatoma adquirido foi estimada em 9.7 anos. Aproximadamente 7% a 10% das crianças afetadas apresentam colesteatomas bilaterais simultâneos ou desenvolvem colesteatomas contralaterais subsequentes durante o acompanhamento; ambas as condições são mais comuns em meninas. Foi proposto que crianças com síndromes craniofaciais apresentam predisposição a desenvolver colesteatoma; estima-se que 0.9% a 5.9% das crianças com fenda palatina desenvolvem colesteatoma adquirido primário.[1]​ Constatou-se que, em crianças, o colesteatoma afeta a tuba auditiva, o mesotímpano anterior, as células retrolabirínticas e a ponta do processo mastoide mais que em adultos. Evidências clínicas e histológicas sugerem que o colesteatoma em crianças tende a ser mais agressivo.[14]

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