Complicações
O colesteatoma tem a tendência de recorrência apesar do tratamento, e pode ocorrer muito tempo depois da excisão cirúrgica inicial.
O risco de recorrência após a cirurgia em crianças é maior quando a doença compromete o mesotímpano posterior, ou quando a cadeia ossicular é interrompida após a excisão, ou ambos. Uma falta relativa de experiência do cirurgião (e a suposta excisão incompleta da doença) também pode contribuir para a recorrência da doença.[48]
Doença recorrente pode ser detectada na otoscopia de acompanhamento ou se manifestar como uma secreção auricular persistente.
O tratamento é feito com uma nova cirurgia.
Os pacientes com colesteatoma costumam apresentar uma perda auditiva condutiva. Pode haver um misto de perda auditiva condutiva e neurossensorial em pacientes com dano coclear ou naqueles com perda auditiva preexistente (por exemplo, congênita ou presbiacusia).
Uma das complicações mais comuns de colesteatoma (ocorre em 7% dos pacientes).[49] O canal semicircular horizontal é envolvido com mais frequência (90%).
Os sintomas incluem vertigem, e os pacientes podem ter um teste de fístula positivo. O diagnóstico pode ser feito no período pré-operatório com uma TC do osso petroso temporal.[50]
O tratamento é o fechamento da fístula no momento da mastoidectomia, mas a manipulação cirúrgica pode resultar em perda auditiva neurossensorial.
O colesteatoma pode causar paralisia facial devida ao comprometimento de um nervo facial deiscente ou à erosão óssea do canal facial. A paralisia facial costuma ter progressão lenta e tem um prognóstico pior.[51]
O diagnóstico é clínico. Uma TC do osso petroso temporal pode ser útil no planejamento cirúrgico, bem como na demonstração de outras complicações em potencial como uma fístula labiríntica. O tratamento envolve mastoidectomia para remoção do colesteatoma em contato com o nervo facial.[32][33]
A meningite ocorre em aproximadamente 0.1% de pacientes.[52][53]
Os sintomas comuns são febre, cefaleia persistente, náuseas e vômitos, letargia e irritabilidade. Os sinais clínicos incluem rigidez da nuca, convulsões iniciais, ataxia e diminuição do estado mental.
Se confirmada na TC ou ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica e na punção lombar, o tratamento inclui corticosteroides e antibióticos intravenosos.
Costuma ocorrer no lobo temporal do cérebro ou cerebelo.
A espécie Proteus é o organismo causador mais comum, mas muitos abscessos são estéreis na cultura.
Os sinais clínicos incluem a alteração encefalítica inicial com náuseas e vômitos, febre, cefaleia, convulsões e alteração no estado mental, seguida por uma fase quiescente de letargia, e um estágio final de agravamento dos sintomas agudos.[51][52]
O tratamento inclui antibióticos intravenosos e corticosteroides com drenagem do abscesso e mastoidectomia.
O comprometimento da veia jugular interna pode causar êmbolos pulmonares sépticos.
O sintoma manifesto clássico são picos de temperatura (padrão de cerca de estacas) com cefaleia e letargia. O diagnóstico é feito com RNM ou TC com contraste cranioencefálica.
O tratamento inclui antibióticos intravenosos e mastoidectomia.[54]
É uma infecção aguda do osso temporal que ocorre com mais frequência em otite média aguda, mas pode ocorrer em otite média crônica com colesteatoma.
Os pacientes apresentam eritema pós-auricular, edema, sensibilidade, febre e pina (pavilhão auricular) com deslocamento inferior e lateral.
O tratamento envolve antibióticos intravenosos e mastoidectomia para remover osso revitalizado e colesteatoma.
A inflamação pode se disseminar para o ápice petroso do osso temporal, resultando em osteomielite localizada e meningite reativa.
Os sintomas clássicos incluem dor retro-orbital profunda, otorreia e paralisia do sexto nervo (síndrome de Gradenigo). O diagnóstico é feito com uma TC do osso petroso temporal.
O tratamento inclui antibióticos intravenosos, corticosteroides e uma timpanomastoidectomia para remover o colesteatoma e granulações.[51]
Os sinais clínicos podem ser sutis e incluem aumento de otalgia ou cefaleia. O diagnóstico é feito com uma TC com contraste ou uma RNM.
O tratamento é cirúrgico e o abscesso pode ser drenado por mastoidectomia se achado no intraoperatório.[55]
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