Complicações
A ulceração das placas e dos tumores cutâneos é frequentemente observada em pacientes com a doença em estágio avançado. Isso pode aumentar o risco de infecções cutâneas e/ou sistêmicas.
Com frequência, os pacientes desenvolvem infecções cutâneas, envolvendo principalmente o Staphylococcus aureus. Isso está relacionado ao comprometimento da função de barreira da pele contra doença cutânea e imunossupressão, particularmente na doença em estágio avançado.
Os sinais incluem impetiginização das lesões, com exsudação e crostas com cor de mel ou pústulas cutâneas.
Swabs de pele para microbiologia confirmarão infecção e sensibilidades a antibióticos.
O tratamento é realizado com antissépticos/antibióticos tópicos ou antibioticoterapia sistêmica.
É possível observar outras infecções bacterianas, virais e atípicas.
Pacientes com estágios avançados de linfoma cutâneo de células T (LCCT) têm aumento do risco de desenvolver infecções sistêmicas. A razão disso pode ser imunossupressão relacionada à doença, comprometimento da barreira da pele em virtude de doença cutânea ou imunossupressão relacionada ao tratamento.
Deve-se monitorar os pacientes clinicamente durante o curso da doença quanto a sintomas e sinais de infecção sistêmica. É possível observar infecções atípicas. O tratamento é orientado pelo estado clínico e os resultados das culturas apropriadas. A septicemia é uma das principais causas de morte em pacientes com doença em estágio avançado.
Pacientes com LCCT, em comparação com a população geral, apresentam aumento do risco de neoplasias secundárias, independentemente do tratamento. Elas incluem neoplasia linfoproliferativa, de órgãos sólidos e cutânea. Os pacientes devem ser acompanhados regularmente e examinados quanto a sintomas e sinais que possam indicar neoplasias secundárias. A investigação e o tratamento dependerão do diagnóstico preciso estabelecido.
Muitas terapias direcionadas para a pele para LCCT são carcinogênicas e estão associadas a um aumento do risco de câncer de pele não melanoma e melanoma. Essa complicação é particularmente relevante em pacientes tratados com fototerapia (psoraleno + raios ultravioleta A [PUVA]) e está relacionada à dose, com o risco mais elevado em pacientes que recebem >200 exposições. A neoplasia cutânea também já foi relatada com clormetina tópica (mecloretamina, mostarda nitrogenada) e como última complicação da radioterapia.
Quando possível, deve-se evitar a fototerapia de manutenção, e é necessário examinar os pacientes quanto a câncer de pele durante o acompanhamento. Deve-se considerar para biópsia qualquer úlcera ou nódulo cutâneo alterado caso haja suspeita clínica de neoplasia.
Pacientes idosos com doença de pele eritrodérmica e/ou síndrome de Sézary podem apresentar insuficiência cardíaca de alto débito e desidratação, além de comprometimento renal, da termorregulação e da função de barreira da pele.
O envolvimento do sistema nervoso central (SNC) é uma complicação potencial do LCCT e está associado a um prognóstico desfavorável.[115][116]
Pacientes com micose fungoide (MF) que evolui para envolvimento do SNC podem apresentar deficit neurológico; os sintomas incluem anormalidade sistêmica geral e alterações vestibulares, cognitivas e oculares. Não há consenso sobre o tratamento da progressão para o SNC no LCCT: a National Comprehensive Cancer Network recomenda a temozolomida para tratar pacientes com LCCT com envolvimento do SNC, apesar do tratamento anterior.[32] Um estudo de quatro pacientes com MF com progressão para o SNC que receberam temozolomida com irradiação de baixa dose como tratamento inicial, ou após progressão da doença com quimioterapia baseada em metotrexato e irradiação do SNC, demonstrou que a temozolomida após a irradiação de baixa dose do SNC parece ser bem tolerada e efetiva nos pacientes com MF com progressão para o SNC, e é uma alternativa menos tóxica à quimioterapia com metotrexato como tratamento de segunda linha.[116]
O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal