Rastreamento

Várias escalas tem sido investigadas quanto à sua precisão na previsão do risco de suicídio, com resultados variados. As escalas de risco podem fornecer falsas garantias e não devem mais ser utilizadas para prever o suicídio após a lesão autoprovocada.[131][132] A mensagem principal é a de que o suicídio não pode ser predito. É melhor concentrar a avaliação do paciente na identificação dos seus fatores de risco para que possam ser removidos, reduzidos ou mitigados e focar em ajudar os pacientes a ficarem mais seguros produzindo um plano de segurança junto com eles.​[135][136]​​[137]​​[138][139][140]

Um resumo atualizado das evidências para o rastreamento do risco de suicídio em pacientes adultos assintomáticos foi produzido para a US Preventive Services Task Force (USPSTF) em 2023.[135] Constatou-se que o rastreamento da depressão em adultos tem um benefício líquido moderado; no entanto, não houve evidências suficientes para determinar os benefícios e danos do rastreamento do risco de suicídio em populações adultas. As evidências sobre os danos do rastreamento do risco de suicídio são limitadas, e estudos sobre intervenções de prevenção do suicídio mostraram que elas não foram mais efetivas que o padrão de cuidados.[135]​ Uma revisão sistemática de 2022 da USPSTF encontrou evidências insuficientes para avaliar o equilíbrio entre benefícios e danos do rastreamento para risco de suicídio em crianças e adolescentes.[141]​ Em fevereiro de 2022, a Bright Futures e a American Academy of Pediatrics (AAP) recomendaram o rastreamento do risco de suicídio em jovens com idade ≥12 anos como parte do seu calendário periódico de cuidados preventivos.[136]​ Para orientar o rastreamento e a avaliação do risco de suicídio em cenários de saúde, a AAP e a Fundação Americana para a Prevenção do Suicídio criaram o Plano 2022 para a Prevenção do Suicídio Juvenil.[142]​ Em 2024, a AAP recomendou o rastreamento em relação ao suicídio como parte das consultas de rotina a partir dos 12 anos de idade e durante as situações de alto risco, assim como a qualquer apresentação de um problema de saúde comportamental ou mental ou para os jovens com fatores de risco adicionais.[126]​ Os adolescentes também devem ser rastreados quanto ao risco de suicídio durante as consultas em prontos-socorros e internações clínicas.[126]

É importante diferenciar o rastreamento de base populacional da identificação clínica e avaliação de risco de cada paciente através do uso de perguntas de "rastreamento" sobre a ideação suicida. O treinamento dos profissionais de unidades básicas de saúde para fazer isso nos pacientes com sintomas de depressão não aumenta a frequência de ideação suicida e está relacionado à diminuição das taxas de suicídio.[96][97]

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