Critérios

Classificação internacional de doenças, 11a revisão (CID-11)[1]

Publicada pela Organização Mundial da Saúde, a CID-11 representa uma mudança significativa na classificação da saúde relacionada à identidade de gênero em comparação com a CID-10. Categorias diagnósticas desatualizadas, incluindo “transtorno de identidade de gênero em crianças” e “transexualismo”, foram substituídas para refletir a compreensão moderna de saúde sexual e da identidade de gênero. As novas categorias diagnósticas também foram movidas do capítulo “Transtornos mentais e comportamentais” para o novo capítulo “Condições relacionadas à saúde sexual”, pois é estigmatizante associar a diversidade de gênero a uma doença mental.

Incongruência de gênero

  • Caracterizada por uma incongruência acentuada e persistente entre o gênero vivenciado de um indivíduo e o gênero a elu atribuído.

  • O comportamento e as preferências variantes do gênero por si só não são uma base para atribuir diagnósticos neste grupo.

Incongruência de gênero na adolescência ou idade adulta

  • Caracterizada por uma incongruência acentuada e persistente entre o gênero vivenciado e o gênero atribuído ao indivíduo, que muitas vezes leva a um desejo de "transição" para viver e ser aceito como uma pessoa do sexo vivenciado, por meio de tratamento hormonal, cirurgia ou outros serviços de saúde para alinhar o corpo do indivíduo, tanto quanto desejado e na medida do possível, com o gênero vivenciado.

  • O diagnóstico não pode ser atribuído antes do início da puberdade.

  • O comportamento e as preferências variantes do gênero por si só não são uma base para se atribuir o diagnóstico.

Existem critérios separados da CID-11 para o diagnóstico de crianças; entretanto, porém este tópico não abrange as crianças com disforia/incongruência de gênero.

WHO: International Classification of Diseases 11th Revision Opens in new window

WHO: FAQs Gender incongruence and transgender health in the ICD Opens in new window

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais, 5ª edição, revisão de texto (DSM-5-TR)[2]

Disforia de gênero em adolescentes e adultos

  • Uma incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e o gênero atribuído ao indivíduo, com uma duração mínima de 6 meses, que se manifesta por pelo menos duas das seguintes características:

    • Uma incongruência acentuada entre o gênero vivenciado/expresso e as características sexuais primárias e/ou secundárias do indivíduo (ou, em jovens adolescentes, as características sexuais secundárias esperadas).

    • Um forte desejo de se livrar das características sexuais primárias e/ou secundárias por causa de uma incongruência acentuada com o gênero experimentado/expresso (ou, em adolescentes jovens, o desejo de impedir o desenvolvimento das características sexuais secundárias esperadas).

    • Um forte desejo pelas características sexuais primárias e/ou secundárias do outro gênero.

    • Um forte desejo de ser do outro gênero (ou algum gênero alternativo, diferente do gênero atribuído ao indivíduo).

    • Um forte desejo de ser tratado como o outro gênero (ou algum gênero alternativo, diferente do gênero atribuído ao indivíduo).

    • Uma convicção forte de que o indivíduo tem os sentimentos e reações típicos do outro gênero (ou algum gênero alternativo, diferente do gênero atribuído ao indivíduo).

  • A condição está associada a um sofrimento clinicamente significante ou comprometimento nas áreas social, ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento.

  • Existem dois especificadores:

    • Com um distúrbio do desenvolvimento sexual (por exemplo, hiperplasia adrenal congênita ou síndrome de insensibilidade androgênica).

    • Pós-transição: o indivíduo fez a transição para uma vida em tempo integral no sexo vivenciado (com ou sem a legalização da mudança de sexo) e foi submetido a (ou está se preparando para realizar) pelo menos um procedimento médico ou esquema de tratamento de afirmação do gênero (por exemplo, tratamento hormonal de afirmação de gênero convencional ou cirurgia de mudança de sexo, confirmando o gênero vivenciado).

  • Critérios separados do DSM-5-TR agora também existem para o diagnóstico de crianças; entretanto, este tópico não abrange as crianças com disforia/incongruência de gênero.

"Transtorno de identidade de gênero" e termos relacionados devem ser evitados por sua conotação com uma doença mental e o estigma associado a isto. APA: gender dysphoria Opens in new window

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