Caso clínico

Caso clínico #1

Um menino de 11 anos nos EUA é atendido no pronto-socorro com febre, faringite e vômitos. Os únicos contatos com animais conhecidos são os animais de estimação da casa. Não há história de viagem ao exterior, mas o paciente esteve em um acampamento de verão no Alabama 2 meses antes. O paciente nunca foi imunizado contra raiva. Os exames laboratoriais e a radiografia torácica não são dignos de nota, e ele é mandado para casa. Ele volta no mesmo dia com sintomas adicionais de insônia, urgência urinária, parestesias do couro cabeludo e do braço direito, disfagia, desorientação e ataxia. Ele piora rapidamente, com fala indistinta, alucinações e agitação que requerem sedação e intubação. Os testes para vírus do Nilo Ocidental, vírus do herpes simples (HSV) e enterovírus são negativos. O paciente evolui para coma em alguns dias e desenvolve instabilidade autonômica. Ele morre no 14º dia.

Caso clínico #2

Um homem de 52 anos, recém-chegado da Índia, apresenta 3 dias de inquietação e dor abdominal intermitente. O exame físico somente mostra diaforese e sofrimento leve. Ele é internado por possível obstrução intestinal. Em 12 horas, ele desenvolve arritmia cardíaca, febre e diaforese elevada. Ele não consegue ingerir líquidos. No dia seguinte, ele apresenta um comportamento estranho e dormência nas pernas. Mais tarde, ele desenvolve alucinações, comportamento agressivo, hipersalivação e parada cardíaca. O paciente é ressuscitado e internado na unidade de terapia intensiva (UTI). Ele apresenta taquicardia, rigidez muscular e tremores no corpo. Uma ressonância nuclear magnética (RNM) cranioencefálica não é digna de nota. Uma história detalhada revelou que o paciente tinha sofrido mordidas de um filhote de cão na Índia na mão e perna direita há 3 meses, e ele nunca tinha sido imunizado contra raiva. A essa altura, há suspeita de raiva. O paciente fica comatoso e morre 2 dias depois de outra parada cardíaca.

Outras apresentações

A raiva é difícil de ser diagnosticada na ausência de exposição identificável. Clinicamente, a raiva tem 2 formas: encefalítica (furiosa) e paralítica. Ambas apresentam pródromos inespecíficos de febre, calafrios, mal-estar, faringite, vômitos, cefaleia e parestesias. Dor ou parestesia no local da mordida do animal geralmente estão presentes. Na forma encefalítica, o pródromo é seguido por sintomas de estado mental alterado, agitação, hiperatividade, tremores, hipersalivação, midríase, disfagia, hidrofobia e aerofobia. Isso é seguido por paralisia com coma e morte. Na forma paralítica, não há alterações iniciais no estado mental. Fraqueza ascendente ocorre tardiamente no curso da infecção e evolui rapidamente para paralisia flácida, coma e morte. Acredita-se que existam formas mais leves da raiva.[2][3][4] Com melhor acesso a diagnósticos pre-mortem, raros casos frustros, formas menos graves e recuperações espontâneas foram identificados.

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