Etiologia
Noventa por cento dos cálculos biliares em países desenvolvidos são compostos de colesterol.[1][2][4][19]Os cálculos de colesterol se formam na vesícula biliar, mas podem migrar para o ducto colédoco, como ocorre em 10% a 15% dos pacientes que se apresentam para colecistectomia.[20]
Alguns fatores de risco para cálculos biliares de colesterol são modificáveis, como obesidade, nutrição parenteral total, redução rápida de peso após cirurgia para perda de peso e medicamentos (por exemplo, octreotida, ceftriaxona).[21][22][23][24][25][26] Outros, como idade, fatores genéticos e sexo feminino não são modificáveis.[6][3][4][5]
Aproximadamente 15% de todos os cálculos biliares são cálculos de pigmento preto.[2][7][27] O material do pigmento consiste em bilirrubinato de cálcio polimerizado. Os pacientes com anemia hemolítica crônica, cirrose, fibrose cística e doenças do íleo têm maior risco de desenvolver cálculos de pigmento preto.[1][2]
Os cálculos biliares de pigmento marrom se formam nos ductos biliares em decorrência de estase e infecção.[1] Normalmente eles consistem em bilirrubinato de cálcio, sais de cálcio de ácidos graxos de cadeia longa, colesterol e mucina (glicoproteínas originárias principalmente de biofilmes bacterianos). Nos países desenvolvidos, os cálculos de pigmento marrom geralmente surgem após uma infecção bacteriana ou de uma obstrução biliar parcial, como estenose inflamatória (por exemplo, cirrose biliar primária) ou neoplasia maligna (por exemplo, colangiocarcinoma).[1][2][7] No Sudeste Asiático, o maior risco é a colangite infecciosa crônica associada a parasitas biliares, como Clonorchis sinensis, espécies de Opisthorchis e Fasciola hepatica.[1][7]
Fisiopatologia
A colelitíase por colesterol ocorre como resultado de três defeitos principais: bile hipersaturada com colesterol, nucleação acelerada e hipomotilidade da vesícula biliar com estase dessa bile anormal.
A hipersaturação de colesterol na vesícula biliar ocorre principalmente quando o fígado secreta quantidades excessivas de colesterol em relação ao volume de agentes solubilizantes (sais biliares e lecitina). Em seguida, ocorre a precipitação dos microcristais de colesterol na vesícula biliar, iniciada pela presença de agentes de nucleação (principalmente glicoproteínas biliares, como a mucina). A contratilidade comprometida da vesícula biliar causa estagnação da bile rica em colesterol, com retenção na vesícula biliar. Esses microcristais se acumulam em uma estrutura de mucina e se transformam em cálculos biliares visíveis.[19]
Os sintomas e complicações da colelitíase ocorrem quando os cálculos obstruem os ductos císticos e/ou biliares. A dor biliar ocorre quando um cálculo obstrui transitoriamente o ducto cístico. Uma obstrução mais persistente ocasiona colecistite aguda.
Cálculos que passam pelo trato biliar causam obstrução na ampola de Vater, causando refluxo das secreções biliopancreáticas de volta para o ducto pancreático, o que pode desencadear a ativação de enzimas pancreáticas, causando pancreatite biliar aguda. Os fatores de risco para pancreatite biliar aguda são múltiplos cálculos pequenos (<5 mm), ducto cístico dilatado e contratilidade da vesícula biliar normal.[28][29][30]
A síndrome de Mirizzi, uma doença incomum, ocorre quando cálculos grandes ficam alojados no colo da vesícula biliar ou no ducto cístico, comprimindo ou causando inflamação do ducto colédoco. O resultado é obstrução biliar e icterícia.[31]
Se um cálculo biliar perfurar a parede da vesícula, uma fístula colecistoentérica poderá surgir, provocando obstrução duodenal (síndrome de Bouveret) ou mais distalmente no intestino delgado saudável, causando íleo biliar.[32]
Classificação
Tipos de cálculo no trato biliar
Cálculos biliares de colesterol
Aproximadamente 90% dos cálculos biliares em países desenvolvidos são compostos de colesterol.[1][2] Eles são formados na vesícula biliar.
Os fatores de risco incluem genética e história familiar, obesidade, síndrome metabólica, redução de peso súbita (por exemplo, após cirurgia para perda de peso), idade e hormônios do sexo feminino.[3][4][5][6]
Cálculos biliares de pigmento preto
Aproximadamente 15% dos cálculos biliares são cálculos de pigmento preto, os quais consistem em bilirrubinato de cálcio polimerizado.[1][2][7]
Os fatores de risco são idade, anemia hemolítica crônica, cirrose, fibrose cística e doença do íleo.[1][2]
Cálculos de pigmento marrom (cálculos ductais)
Estes cálculos se formam nos ductos biliares em decorrência de estase e infecção.[1] Eles são compostos de bilirrubina não conjugada e sais de cálcio dos ácidos graxos de cadeia longa.
Em países desenvolvidos, os cálculos de pigmento marrom geralmente surgem após uma infecção bacteriana ou de uma obstrução biliar parcial, como estenose inflamatória (por exemplo, cirrose biliar primária) ou neoplasia maligna (por exemplo, colangiocarcinoma).[1][2][7] No Sudeste Asiático, o maior risco é a colangite infecciosa crônica associada a parasitas biliares, como Clonorchis sinensis, espécies de Opisthorchis e Fasciola hepatica.[1][7]
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