Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

Inicial

com risco de deficiência de folato em decorrência de gravidez ou lactação

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ácido fólico oral + suplementação com polivitamínicos

Há evidências conclusivas de que o uso de suplementação com ácido fólico pré-concepção e durante a gravidez reduz a incidência de defeitos do tubo neural (DTNs) fetais.[15][31][43]

Estudos de base populacional sugerem que fetos/bebês do sexo feminino podem obter maiores benefícios (taxa de diminuição de DTNs) da suplementação de ácido fólico materno do que os do sexo masculino.[72][73] A suplementação contínua de ácido fólico além do primeiro trimestre até o final da gravidez pode conferir benefícios ao neurodesenvolvimento.[74] São necessários estudos clínicos randomizados adicionais.

As diretrizes recomendam a suplementação de ácido fólico pré-concepção em doses de 400-800 microgramas/dia para a prevenção de DTNs fetais em mulheres que planejem conceber ou sejam capazes de engravidar.[32][33][34] Doses mais altas (até 4 mg/dia) são recomendadas para determinados grupos de risco. O National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido recomenda 5 mg/dia em certos grupos de risco.[35][36] As diretrizes canadenses usam a seguinte estratificação para mulheres suscetíveis a defeito do tubo neural (DTN) fetal ou outra anomalia congênita sensível ao ácido fólico:[32]

Baixo risco: sem história pessoal ou familiar de defeito do tubo neural fetal ou anomalias congênitas relacionadas ao folato.

Risco médio: história familiar de defeito do tubo neural fetal; história pessoal da paciente ou do parceiro do sexo masculino de anomalia congênita relacionada ao folato; ou história pessoal de diabetes, medicação teratogênica ou má absorção da paciente.

Alto risco: história pessoal de defeito do tubo neural fetal da paciente ou do seu parceiro do sexo masculino; ou filho anterior com defeito do tubo neural.

Nos Estados Unidos, a ingestão diária recomendada de folato durante a gestação e a lactação varia de 400-800 microgramas/dia dependendo de fatores como dieta, inclusão de alimentos fortificados com ácido fólico, status socioeconômico e história médica individual. US Department of Agriculture and US Department of Health and Human Services: dietary guidelines for Americans, 2020-2025 Opens in new window NIH: dietary supplement fact sheet - folate Opens in new window

A Organização Mundial da Saúde recomenda um nível de folato eritrocitário >906 nmol/L (400 nanogramas/mL) em mulheres em idade reprodutiva.[44]

Dados de ensaios clínicos randomizados sugerem que o nível de folato plasmático em 25.5 nanomoles/L (11 nanogramas/mL) corresponde ao nível de folato eritrocitário recomendado (≥906 nanomoles/L [≥400 nanogramas/mL]) na maioria das situações.[45]

Para proteção máxima contra defeitos do tubo neural fetal, o nível de folato na contagem eritrocitária calculada ideal é de 1000-1300 nmol/L (442-574 nanogramas/mL) ao final das primeiras 4 semanas de gestação, quando o fechamento do tubo neural é atingido.[46]

A US Preventive Services Task Force recomenda que o período crítico para iniciar a suplementação seja de pelo menos 1 mês antes da concepção.[33] Mulheres em idade reprodutiva (sem fortificação de folato), randomizadas para suplementação de folato a 800 microgramas/dia, tiveram maior probabilidade de alcançar as concentrações desejadas de folato eritrocitário (≥906 nanomoles/L [≥400 nanogramas/mL]) após 4 semanas comparadas a mulheres que receberam 400 microgramas/dia.[47] Foram relatados resultados similares em um período de 8 semanas.

As evidências sugerem que a suplementação de ácido fólico durante a gravidez reduz a anemia megaloblástica nas mães. Embora não haja evidências conclusivas de que a suplementação evite nascimento pré-termo, natimorto, mortalidade neonatal ou aborto espontâneo, os dados do estudo Screening for Pregnancy Endpoints (SCOPE) indicam que a suplementação de ácido fólico durante a gravidez está associada a um menor risco de bebês pequenos para a idade gestacional, sem aumentar o risco de bebês grandes para a idade gestacional.[48][49][50] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Em países de baixa e média renda, a suplementação materna de múltiplos micronutrientes com ferro e ácido fólico reduz o número de crianças nascidas com baixo peso ao nascer.[51]

Opções primárias

ácido fólico: baixo risco: 0.4 a 0.8 mg por via oral uma vez ao dia iniciando-se 1-3 meses antes da gravidez e continuando até 6 semanas pós-parto ou até o final da lactação; risco médio: 1 mg por via oral uma vez ao dia iniciando-se 1-3 meses antes da gestação e continuando ao longo das 12 primeiras semanas de gestação, seguido por 0.4 a 1 mg uma vez ao dia da semana 13 de gestação e continuando até 6 semanas pós-parto ou até o final da lactação; alto risco: 4-5 mg por via oral uma vez ao dia iniciando-se 1-3 meses antes da gestação e continuando ao longo das 12 primeiras semanas de gestação, seguidos por 0.4 a 1 mg uma vez ao dia desde a semana 13 de gestação e continuando até 6 semanas pós-parto ou até o final da lactação

com risco de deficiência de folato por causa de distúrbios de má absorção, distúrbio hemolítico crônico ou diálise crônica

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suplementação de ácido fólico por via oral + tratamento de doença subjacente

A correção de uma causa subjacente e/ou a suplementação com ácido fólico pode prevenir a deficiência de folato em pacientes com distúrbio de má absorção, como espru tropical e doença celíaca (espru não tropical).

O aumento da perda de folato ocorre em pacientes com distúrbio hemolítico crônico (em virtude do aumento da renovação celular) e naqueles submetidos a diálise crônica (por causa da perda de ácido fólico no fluido de diálise). A suplementação diária com ácido fólico pode ser necessária nesses pacientes para prevenir a deficiência de folato.

Opções primárias

ácido fólico: 1 mg por via oral uma vez ao dia

com risco de deficiência de folato devido ao medicamento

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ácido folínico

O ácido folínico é uma forma reduzida de ácido fólico, que pode ser convertido em tetraidrofolato biologicamente ativo sem a enzima diidrofolato redutase. O ácido folínico pode ser usado para prevenir a deficiência de folato em pacientes que tomam medicamentos que afetam a atividade da diidrofolato redutase, como metotrexato, pirimetamina e trimetoprima.[52] A suplementação de ácido folínico pode reduzir o risco de hepatotoxicidade e efeitos colaterais gastrointestinais em pacientes com artrite reumatoide.[53] Em alguns casos, nos quais um medicamento apresentou redução da eficácia quando administrado com ácido folínico, pode ser necessária uma mudança para outro medicamento.

Opções primárias

ácido folínico: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

AGUDA

adquirida: macrocitose sem anemia

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reposição de ácido fólico por via oral

É importante descartar a deficiência de vitamina B12 (cobalamina), pois iniciar a terapia com o ácido fólico pode mascarar as manifestações neurológicas de uma deficiência de vitamina B12 subjacente.

A terapia com ácido fólico por via oral deve ser instituída para os pacientes assintomáticos com deficiência de folato documentada, com ou sem macrocitose.

O ácido fólico por via oral deve ser instituído assim que a deficiência for diagnosticada. Em estados de má absorção, o ácido fólico é absorvido melhor que o folato natural (nos alimentos); por isso, a terapia oral geralmente é adequada.

Os achados hematológicos se corrigem depois de aproximadamente 8 semanas.

Opções primárias

ácido fólico: crianças: 1 mg por via oral uma vez ao dia; adultos: 1-5 mg por via oral uma vez ao dia por 4 meses (ou até termo em gestação), máximo de 15 mg/dia

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tratamento dos transtornos subjacentes

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

É essencial realizar a avaliação e o tratamento dos distúrbios subjacentes para evitar e tratar os estados contínuos de deficiência.

As perdas constantes de folato podem requerer uma reposição contínua (por exemplo, a anemia hemolítica crônica e a dermatite esfoliativa precisam de suplementação diária com ácido fólico). Faltam ensaios clínicos randomizados de suplementação de ácido fólico no estado hemolítico comum e na doença falciforme.[62] Os pacientes que tomam suplementação contínua de ácido fólico devem ter os níveis de vitamina B12 monitorados periodicamente para evitar um diagnóstico errado de deficiência de vitamina B12.

Os estados de má absorção exigem correção do distúrbio subjacente e suplementação vitamínica.

A deficiência de folato em decorrência de medicamentos pode requerer uma modificação na terapia medicamentosa.

Determinados grupos (idosos e grupos de menor condição socioeconômica) precisam modificar seus hábitos alimentares com a inclusão de legumes, vegetais com folhas verde-escuras e frutas.[63] Além disso, o folato pode ser suplementado por meio de polivitamínicos ou de programas nacionais de fortificação alimentar que enriquecem com ácido fólico determinados alimentos como os cereais.

adquirida: anemia macrocítica e pancitopenia

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reposição de ácido fólico por via oral

É importante descartar a deficiência de vitamina B12 (cobalamina), pois iniciar a terapia com o ácido fólico pode mascarar as manifestações neurológicas de uma deficiência de vitamina B12 subjacente.

Nos estados de anemia megaloblástica grave, em que é essencial iniciar a terapia imediatamente, deve-se administrar concomitantemente ácido fólico e vitamina B12. Testes para deficiência de vitamina B12 devem ser solicitados, em associação com aqueles para deficiência de folato. Os resultados dos testes determinam a terapia subsequente.

Opções primárias

ácido fólico: crianças: 1 mg por via oral uma vez ao dia; adultos: 1-5 mg por via oral uma vez ao dia

ou

ácido fólico: crianças: 1 mg por via oral uma vez ao dia; adultos: 1-5 mg por via oral uma vez ao dia

e

cianocobalamina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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tratamento dos transtornos subjacentes

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

É essencial realizar a avaliação e o tratamento dos distúrbios subjacentes para evitar e tratar os estados continuados de deficiência.

As perdas constantes de folato podem requerer reposição contínua (por exemplo, a anemia hemolítica crônica e a dermatite esfoliativa exigem suplementação diária e contínua de ácido fólico). Faltam ensaios clínicos randomizados de suplementação de ácido fólico no estado hemolítico comum e na doença falciforme.[62] Os pacientes que tomam suplementação contínua de ácido fólico devem ter os níveis de vitamina B12 monitorados periodicamente para evitar um diagnóstico errado de deficiência de vitamina B12.

Os estados de má absorção exigem correção do distúrbio subjacente e suplementação vitamínica.

A deficiência de folato em decorrência de determinados medicamentos pode requerer modificação na terapia medicamentosa.

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transfusão de concentrado de eritrócitos

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A terapia de reposição de ácido fólico e a transfusão de concentrado de eritrócitos devem ser iniciadas simultaneamente nos pacientes com anemia grave e sintomas de insuficiência cardíaca.

A hipocalemia pode ocorrer após o início da terapia com ácido fólico para anemia megaloblástica grave. O potássio sérico deve ser monitorado e reposto quando necessário.[61]

A transfusão sanguínea deve ser realizada lentamente com o uso de medicamentos diuréticos para evitar uma sobrecarga de volume.

Opções primárias

furosemida: crianças: 1-2 mg/kg por via intravenosa/intramuscular a cada 6-12 horas inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/kg/dose, ou 0.5 a 2 mg/kg por via oral a cada 6-12 horas inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/kg/dose; adultos: 20-80 mg por via oral a cada 6-8 horas inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 600 mg/dia, ou 20-40 mg por via intravenosa/intramuscular a cada 6-12 horas inicialmente, aumentar de acordo com a resposta, máximo de 80 mg/dose

defeitos congênitos no metabolismo do folato

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reposição de ácido fólico por via parenteral

O tratamento de crianças com defeitos congênitos do metabolismo do folato requer doses extremamente altas de ácido fólico, frequentemente administradas por via parenteral em esquemas especializados.[10][40]

Opções primárias

ácido fólico: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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metionina

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A deficiência de glutamato formiminotransferase é tratada com ácido fólico associado a metionina.[64][65]

Opções primárias

metionina: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

má absorção congênita do folato

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ácido folínico ou ácido fólico

A má absorção hereditária de folato é tratada com injeções diárias de ácido folínico ou com altas doses de ácido fólico por via oral.[75]

Os pacientes com deficiência de di-hidrofolato podem responder ao ácido folínico.[66]

Opções primárias

ácido folínico: 3-6 mg por via intramuscular uma vez ao dia

ou

ácido fólico: consulte um especialista para obter orientação quanto a doses mais altas

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reposição de aminoácidos e vitaminas

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A betaína é administrada aos pacientes com deficiência grave.

Além disso, ácido fólico, cianocobalamina, riboflavina, metionina, piridoxina e levocarnitina são usados em diversas combinações, e são frequentemente ineficazes sem a betaína.

Consulte um especialista para obter orientação quanto às doses.

Opções primárias

betaína

--E--

ácido fólico

E/OU

cianocobalamina

E/OU

riboflavina

E/OU

piridoxina

E/OU

metionina

E/OU

levocarnitina

deficiência congênita de transporte de folato cerebral

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ácido folínico

A deficiência de transporte de folato cerebral é caracterizada pela diminuição do transporte de folato através da barreira hematoencefálica e, portanto, por baixos níveis de 5-metiltetraidrofolato no líquido cefalorraquidiano.

Ela é tratada com ácido folínico.

Opções primárias

ácido folínico: consulte um especialista para obter orientação quanto à dose

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