Prevenção primária

A identificação de densidade mineral óssea reduzida em pessoas com qualquer fator de risco para osteoporose sugere um risco maior de fratura osteoporótica. A prevenção primária das fraturas osteoporóticas por compressão vertebral requer a otimização do pico de massa óssea na infância, o qual é influenciado principalmente por:

  • Fatores genéticos

  • Nutrição adequada

  • Exercício físico.

Posteriormente, a prevenção primária depende da minimização da perda de massa óssea e manutenção da microarquitetura esquelética das trabéculas e da espessura cortical. Os fatores importantes a serem considerados são:[11]

  • Suplementar a dieta com cálcio e vitamina D

  • Evitar o consumo excessivo de álcool

  • Abandonar o tabagismo.

No Reino Unido, os bifosfonatos orais (por exemplo, ácido alendrônico, ibandronato e risedronato) são recomendados pelo National Institute for Health and Care Excellence (NICE) para o tratamento da osteoporose.[42] Medicamentos tais como bifosfonatos mostraram reduzir significativamente a incidência de novas fraturas vertebrais em quase 50%.[43]​​ Quando os bifosfonatos não são tolerados ou são contraindicados, o NICE recomenda o denosumabe para a prevenção primária.[44]

A diretriz do NICE supõe que mulheres que recebem tratamento têm uma ingestão adequada de cálcio e apresentam bons níveis de vitamina D. Se este não for o caso, a suplementação com cálcio e/ou vitamina D deverá ser considerada.

A terapia hormonal previne a perda óssea e reduz o risco de fratura em mulheres saudáveis menopausadas, com efeitos relacionados à dose sobre a densidade óssea.[45]​ A razão de risco/benefício da terapia hormonal parece favorável para a prevenção da perda óssea ou de fraturas entre mulheres (sem contraindicações) abaixo dos 60 anos de idade ou em até 10 anos após o início da menopausa.[45]​ A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA recomenda usar a dose efetiva mais baixa e por menos tempo da terapia com estrogênio e que, se a terapia estrogênica ou hormonal for prescrita somente para a prevenção da osteoporose, primeiro deverão ser cuidadosamente considerados os tratamentos não estrogênicos aprovados.[11]​ A descontinuação da terapia hormonal resulta em rápida perda óssea e consequente perda da eficácia da prevenção de fraturas.

Nos EUA, as opções farmacológicas aprovadas pela FDA para a prevenção e/ou o tratamento da osteoporose pós-menopausa incluem:[11]

  • Bifosfonatos

  • Calcitonina

  • Terapia relacionada a estrogênio (estrogênio e/ou terapia hormonal, raloxifeno, estrogênios conjugados/bazedoxifeno)

  • Análogos do paratormônio (teriparatida, abaloparatida)

  • Denosumabe

  • Romosozumabe.

A European Medicines Agency não recomenda mais a calcitonina para o tratamento da osteoporose devido a um aumento do risco de vários tipos de câncer em pacientes que usam o medicamento em longo prazo.[46][47]​​ A calcitonina ainda é aprovada nos EUA, mas é usada com pouca frequência e é considerada uma terapia de segunda linha reservada para mulheres nas quais tratamentos alternativos não forem adequados.​[11]

A ferramenta FRAX, desenvolvida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é amplamente utilizada para identificar diminuição da densidade mineral óssea (DMO) em pessoas com fatores de risco para osteoporose, sugerindo, portanto, maior risco de fratura osteoporótica. FRAX®: WHO fracture risk assessment tool Opens in new window A Q-fratura também é usada em algumas regiões, por exemplo, no Reino Unido (conforme recomendado pelo NICE), para estimar o risco absoluto de fratura predito em 10 anos.​[48] ClinRisk: QFracture®-2016 risk calculator Opens in new window

​A Bone Health and Osteoporosis Foundation (BHOF) recomenda o teste de DMO em mulheres com 65 anos ou mais e homens com 70 anos ou mais. Ela também recomenda o teste de DMO em mulheres no pós-menopausa e homens com idade entre 50 e 69 anos, com base no perfil de risco, e em mulheres no pós-menopausa e homens com 50 anos ou mais com uma história de fratura na idade adulta.[11]​ A US Preventive Services Task Force (USPSTF) recomenda o rastreamento para osteoporose em mulheres com 65 anos de idade ou mais e em mulheres mais jovens, cujo risco de fratura for igual ou maior que o de uma mulher branca de 65 anos de idade que não apresenta fatores de risco adicionais.[49] A USPSTF não recomenda o rastreamento rotineiro da osteoporose em homens, uma vez que as evidências atuais são insuficientes para avaliar o equilíbrio entre benefícios e malefícios do rastreamento nessa população.​[49] No Reino Unido, o NICE recomenda avaliar o risco de fratura em todas as mulheres com 65 anos ou mais e em todos os homens com 75 anos ou mais. O NICE também recomenda avaliar o risco de fratura​ em mulheres com menos de 65 anos e homens com menos de 75 anos na presença de fatores de risco (por exemplo, fratura por fragilidade prévia, uso atual ou frequente recente de glicocorticoides orais ou sistêmicos, história de quedas, história familiar de fratura do quadril, outras causas de osteoporose secundária, baixo índice de massa corporal [menos de 18.5 kg/m²], tabagismo e consumo de álcool superior a 14 unidades por semana para homens e mulheres).[48] Consulte Osteoporose.

Prevenção secundária

O atendimento ao paciente pós-fratura deve ser coordenado por meio de um serviço de ligação para fraturas e programas multidisciplinares que incluam avaliação e tratamento da osteoporose, reabilitação e manejo das transições.[11]

A ocorrência de uma fratura por compressão da coluna vertebral deve suscitar uma revisão e otimização do tratamento da osteoporose subjacente.[11] Consulte Osteoporose.​

Suplementação da dieta com cálcio e vitamina D, evitar o excesso de consumo de álcool e abandono do tabagismo são medidas aconselhadas para minimizar a perda de massa óssea e manter a microarquitetura esquelética das trabéculas e a espessura cortical.[11][94]​​​

A evidência para os exercícios em geral é inconclusiva, pois embora alguns estudos tenham relatado algum benefício para alívio da dor, função física e desfechos de qualidade de vida, os achados não representam melhoras clinicamente significativas e devem ser interpretados com cautela.[103]

São recomendadas vacinas anuais contra a gripe (influenza) (para reduzir o risco de tosse, espirros e imobilidade associada à doença).

Para informações sobre a prevenção e/ou tratamento farmacológico da osteoporose, consulte Prevenção primária.

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