História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os principais fatores de risco incluem a ingestão de alimentos contaminados, a faixa etária de lactentes e o terrorismo biológico.

visão turva e diplopia

Paralisia dos nervos cranianos III, IV e VI.

acomodação deficiente

Paralisia dos nervos cranianos III, IV e VI.

ptose

Paralisia dos nervos cranianos III, IV e VI.

fraqueza óculo-bulbar

A fraqueza óculo-bulbar é uma característica inicial do botulismo. A sua ausência indica um diagnóstico alternativo.

Apresenta-se como visão turva, diplopia, disartria e disfagia.

Os lactentes afetados desenvolvem dificuldades na alimentação e choro enfraquecido.

fraqueza da área hipoglossa

Envolvimento dos nervos cranianos IX, X e XII.

disartria

Envolvimento dos nervos cranianos IX, X e XII.

disfagia

Envolvimento dos nervos cranianos IX, X e XII.

paralisia flácida descendente simétrica

Afeta os músculos voluntários do pescoço, ombros e membros superiores, seguidos pelos membros inferiores proximais e distais.

Os reflexos tendinosos profundos, presentes inicialmente, diminuem ou desaparecem após alguns dias de infecção.

A disfunção respiratória pode resultar da fraqueza diafragmática e dos músculos acessórios da respiração.

Outros fatores diagnósticos

comuns

hipotonia

Sinal de fraqueza bulbar e dos membros em lactentes.

dificuldades na alimentação em lactentes

Sintoma de fraqueza bulbar e dos membros em lactentes.

choro enfraquecido em lactentes

Sintoma de fraqueza bulbar e dos membros em lactentes.

hipotermia

Pode ser uma manifestação de disfunção autonômica.

retenção urinária

Pode ser uma manifestação de disfunção autonômica.

constipação

Pode ser uma manifestação de disfunção autonômica.

Sintoma manifesto em 95% dos lactentes.[47][48]

ressecamento da boca e garganta

Pode ser uma manifestação de disfunção autonômica.

hipotensão postural

Pode ser uma manifestação de disfunção autonômica.

doença gastrointestinal

Cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarreia também podem ocorrer após 2 a 36 horas da ingestão de alimentos contaminados, embora esses sintomas sejam frequentemente atribuídos a patógenos coincidentes que não são da espécie Clostridium.[46]

reflexos tendinosos profundos diminuídos ou ausentes

Presentes inicialmente; diminuem ou desaparecem após poucos dias de infecção.

ausência de febre

A presença de febre deve induzir consideração de um diagnóstico alternativo ou de mais de um processo infeccioso.

Incomuns

disfunção respiratória

Pode resultar de obstrução das vias aéreas superiores (colapso faríngeo em decorrência de envolvimento de nervos cranianos) ou de fraqueza e dos músculos acessórios da respiração.

dilatação pupilar

A dilatação pupilar ocorre em <50% dos casos.[46] Sua ausência não diminui a probabilidade de botulismo.

Fatores de risco

Fortes

ingestão de alimentos contaminados

As fontes de alimentos potencialmente contaminadas incluem vegetais enlatados de forma caseira, frutas e produtos derivados de peixe; alimentos fermentados; e, raramente, alimentos de comércio ou restaurante.[6][7][8][9][35]

faixa etária de lactentes

O botulismo em lactentes ocorre com as toxinas tipo A, B ou F. É a forma mais comum da doença, e em 2017 houve 141 casos pediátricos confirmados ou prováveis nos EUA. CDC: national botulism surveillance Opens in new window Entre 1975 e 2013, 16 casos de botulismo em lactentes foram relatados na Inglaterra e no País de Gales.[5]

A infecção ocorre como consequência da absorção da toxina produzida por Clostridium botulinum in situ. O organismo coloniza o intestino de lactentes com 6 dias a 12 meses de idade na ausência de competição pela flora normal encontrada em crianças e adultos.[28]

Devido ao microambiente do trato intestinal de lactentes, os esporos ingeridos são capazes de germinar e, assim, a bactéria pode produzir a toxina. Em adultos, os esporos não são capazes de germinar.

O botulismo em lactentes é frequentemente atribuído à ingestão de mel. Outras fontes, incluindo solo contaminado, também têm ocorrido.

terrorismo biológico

Deve-se suspeitar de liberação deliberada de toxina botulínica se houver um grande número de pacientes que se apresentam com paralisia flácida aguda e paralisia bulbar proeminente. Um tipo incomum de toxina (isto é, C, D, F ou G) ou sintomas em pacientes com uma localização geográfica comum também podem sugerir um ato de bioterrorismo.

Fracos

ingestão de mel por lactentes

O botulismo em lactentes é frequentemente atribuído à ingestão de mel, mas como o fornecimento de mel a lactentes tem sido desencorajado, o número de casos diminuiu.

ingestão de solo em lactentes

Os esporos de Clostridium botulinum são encontrados pelo mundo todo em amostras de solo. A ingestão de solo é uma potencial causa de botulismo em lactentes.

uso de substâncias por via intravenosa

O botulismo de ferida tem sido associado quase exclusivamente a usuários de heroína "preto alcatrão" injetável, relatado pela primeira vez nos EUA nos anos 1990.

A contaminação da heroína durante a preparação causa infecção, particularmente em pacientes que injetam via "skin popping" (injeção da droga nos tecidos em vez de injeção nas veias).[15][16][17]

Vários casos similares foram relatados na Europa desde 2000.[36][37][38]

lesão por esmagamento

Pode predispor os pacientes ao botulismo de ferida.

Pode ser causado pelas toxinas tipo A ou B e é o resultado da contaminação de ferida por esporos de Clostridium botulinum. A germinação e a produção de toxina subsequentes causam a formação de um abscesso e uma síndrome clínica comparável à enfermidade transmitida por alimentos.

anatomia intestinal anormal

Em casos raros, os adultos são colonizados e subsequentemente infectados pela bactéria Clostridium botulinum produtora de toxina, causando doença gastrointestinal.

Os adultos em risco incluem aqueles com perda de flora intestinal em decorrência de anormalidades anatômicas, distúrbios funcionais ou uso de antibióticos.

Na Itália, casos de produção da toxina E por Clostridium butyricum foram descobertos em associação com o divertículo de Meckel.[39]

uso terapêutico ou cosmético da toxina botulínica

Casos raros de botulismo iatrogênico têm sido relatados em crianças após o uso terapêutico da toxina tipo B para quadriparesia espástica ou o uso da toxina tipo A para reduzir espasticidade e distonia associadas à paralisia cerebral.[19][40]

Adicionalmente, casos de botulismo iatrogênico têm sido relatados com o uso cosmético não licenciado da toxina botulínica A.[20]

exposição a répteis

Há relatos de botulismo causado por Clostridium butyricum (produzindo neurotoxina botulínica de tipo E) em crianças pequenas expostas a répteis domésticos, especialmente cágados.[41]

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