Epidemiologia

Casos de botulismo são mais comuns nos EUA que no Reino Unido.

Os esporos de Clostridium botulinum são comuns. Nos EUA, 60% dos casos a leste do rio Mississippi são causados pela toxina B, enquanto que, a oeste do rio, 85% dos casos são causados pela toxina A.[1] O botulismo em lactentes, a forma mais comum, ocorre com toxinas do tipo A, B ou F. Em 2017, havia 141 casos pediátricos prováveis ou confirmados nos EUA. CDC: national botulism surveillance Opens in new window Foi relatado um total de 2419 casos em lactentes nos EUA de 1976 a 2006.[2] Ao longo desse período, 524 casos adicionais de botulismo em lactentes foram identificados globalmente.[2] Casos raros de botulismo em lactentes causados pela produção de toxina E por Clostridium butyricum, ou toxina F por Clostridium baratii, também foram relatados.[3][4] Entre 1975 e 2013, 16 casos de botulismo em lactentes foram relatados na Inglaterra e no País de Gales.[5]

O botulismo de origem alimentar, atribuído às toxinas A, B ou E, é mais frequentemente observado em um cenário de surto epidêmico. Embora alimentos enlatados comercialmente tenham sido a fonte comum de enfermidade transmitida por alimentos no início do século 20, vegetais, frutas e peixes em conservas caseiras são as fontes mais comuns atualmente.[6] Em algumas culturas, como nas populações indígenas do Alaska, as práticas preferenciais de preparo de alimentos envolvendo a fermentação de peixe comumente causam botulismo.[7] Na China, feijões fermentados caseiros são a principal causa.[8] Alimentos comerciais e restaurantes ainda são fontes ocasionais.[9] Nos EUA, ocorreram 263 casos de botulismo de origem alimentar entre 1990 e 2000 (17-43 casos por ano).[10] Em 2017, foram relatados 19 casos de intoxicação alimentar nos EUA. CDC: national botulism surveillance Opens in new window Enfermidades transmitidas por alimentos foram relatadas por todo os EUA, mas mais de metade dos casos (54%) ocorreram em apenas 5 estados ocidentais (Califórnia, Washington, Oregon, Colorado e Alaska).[1]

O botulismo de origem alimentar é incomum no Reino Unido; apenas 62 casos foram relatados de 1922 a 2005.[11] Mais casos são observados no sul e no leste da Europa, onde é mais comum fazer conservas caseiras de alimentos.[12][13] Na Inglaterra e no País de Gales, entre 1980 e 2013, foram relatados 36 casos de botulismo de origem alimentar, sendo que 3 resultaram em morte. Destes, um surto de 26 casos em 1989 foi causado por iogurte de avelã contaminado.[14]

O botulismo de ferida é causado pelas toxinas A ou B e é o resultado da contaminação de feridas por esporos de C botulinum. Tem sido associado quase exclusivamente a usuários de heroína "preto alcatrão" injetável.[15][16][17] Na Inglaterra e no País de Gales, de 2000 a 2013, foram relatados 147 casos suspeitos de botulismo de ferida. De 2003 a 2013, foram relatadas oito mortes.[18]

O botulismo inalatório não ocorre na natureza; um tipo incomum de toxina (isto é, C, D, F ou G) ou sintomas em pacientes com um fator geográfico comum podem sugerir um ato de bioterrorismo.

As toxinas botulínicas tipos A e B foram aprovadas pela Food and Drug Administration dos EUA para fins cosméticos e terapêuticos (por exemplo, blefaroespasmo, estrabismo, distonia cervical). Casos de botulismo iatrogênico foram relatados com o uso terapêutico e o uso cosmético não licenciado da toxina botulínica A.[19][20][21][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Lactente com seis semanas de vida com botulismoCentros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@6e8435fa[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Acometimento de uma fratura exposta no braço direito com botulismo originado na feridaCentros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@20e74aea

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