Monitoramento

Os pacientes devem ser acompanhados regularmente durante a administração do tratamento hormonal. Eles devem ser rigorosamente monitorados para avaliar a resposta ao tratamento e o progresso do desenvolvimento. É importante fornecer aos pais informações adequadas sobre o prognóstico em longo prazo, sobre os efeitos adversos dos tratamentos e sobre a etiologia subjacente. Eles devem ser orientados a procurar atendimento médico urgente se a criança apresentar piora.

Monitoramento por eletroencefalograma (EEG)

A diretriz do National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido sobre espasmos infantis recomenda o exame semanal de crianças menores de 2 anos durante o tratamento com EEG do sono repetido após 2 semanas do início do tratamento. Quando os espasmos infantis pararem, as crianças devem ser examinadas mensalmente, se os espasmos recorrerem ou se houver preocupações clínicas, e o EEG do sono deve ser repetido.[26]

Monitoramento da terapia hormonal

Diante dos efeitos adversos da terapia hormonal (incluindo hipertensão, hiperglicemia, susceptibilidade elevada a infecções, aumento do apetite, ganho de peso, irritabilidade, irritação gástrica ou padrão de sono alterado), a avaliação clínica incluindo a aferição da pressão arterial e urinálise para glicosúria deve ser realizada anteriormente e, também, regularmente durante o ciclo do tratamento hormonal. Os efeitos adversos da corticoterapia em longo prazo podem ser evitados pela limitação na duração do tratamento.

A injeção intramuscular de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) deve ser administrada por um profissional da saúde que possa lidar com reações alérgicas e em ambiente hospitalar. Equipamentos e medicamentos necessários para lidar com anafilaxia devem ser mantidos prontos. Reações como vermelhidão acentuada, dor no local da reação, urticária, prurido, rubor e dispneia devem ser investigadas. Se forem observadas quaisquer reações, o tratamento deve ser alterado para prednisolona.

Monitoramento da vigabatrina

Os defeitos no campo visual periférico induzidos pela vigabatrina são bem reconhecidos e irreversíveis. Os campos visuais devem ser avaliados antes do tratamento com vigabatrina, mas isso não deve protelar o início do tratamento. Não há consenso em relação ao esquema de monitoramento mais apropriado. Relatou-se que os defeitos do campo visual associados à vigabatrina ocorrem dentro de 6 semanas a partir do início da terapia.[59] É necessária vigilância regular, mas isso é difícil na população pediátrica. Quando possível, recomenda-se iniciar os testes de campo visual na linha basal, 3 meses depois e a cada 6 meses durante o tratamento.

Embora existam algumas evidências de que a vigabatrina possa precipitar um distúrbio do movimento, não há uma relação causal direta clara. Nos pacientes que desenvolvem um distúrbio do movimento, 25% apresentam resolução quando a terapia é descontinuada; em 50% dos pacientes ele continua apesar da supressão da vigabatrina e o restante apresenta resolução espontânea sem nenhuma modificação na dose de vigabatrina. Atualmente, não há evidências suficientes para postular se o distúrbio do movimento é reflexo da etiologia subjacente ou se a terapia com vigabatrina é potencialmente causativa.[62]

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