Investigações

Primeiras investigações a serem solicitadas

lipase e amilase séricas

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Dê preferência ao uso de lipase sérica em vez da amilase sérica, se disponível.[8] A amilase pode estar normal em pacientes com pancreatite aguda causada por abuso de álcool em longo prazo; nesses pacientes, a lipase sérica é mais sensível. A lipase sérica é mais sensível que a amilase em pacientes com soro lipêmico (por exemplo, na pancreatite induzida por hipertrigliceridemia).

A lipase e/ou amilase séricas podem ser usadas para estabelecer o diagnóstico de pancreatite aguda quando maior que 3 vezes o normal em um paciente com dor epigástrica aguda grave.[8][54]

Os níveis séricos de amilase geralmente atingem o pico em torno de 48 horas e diminuem para o normal ou próximo do normal nos próximos 3-7 dias. A lipase sérica pode permanecer elevada por até 14 dias.[28]

Em pacientes com lipase ligeiramente elevada, o diagnóstico de pancreatite aguda deve ser questionado.

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>3 vezes o limite superior da faixa normal

testes da função hepática

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A elevação da aspartato aminotransferase/alanina aminotransferase (AST/ALT) é específica, mas não sensível, para pancreatite biliar. Se a fosfatase alcalina e a bilirrubina estiverem aumentadas, a possibilidade de haver um cálculo retido no ducto colédoco (coledocolitíase) deve ser considerada.[57]

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elevados; se AST/ALT >3 vezes o limite superior do normal, prediz a ocorrência de litíase biliar como etiologia em 95% dos casos. A elevação da bilirrubina acima de 5 mg/dL em caso de colangite (leucocitose, febre, SRIS) significa uma necessidade de CPRE precoce

hemograma completo e diferencial

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Pode-se observar leucocitose leve com desvio à esquerda e hematócrito elevado, como resultado de desidratação, ou hematócrito reduzido, como resultado de hemorragia. O desenvolvimento da hemoconcentração está associado com aumento do risco de se desenvolver pancreatite necrosante e falência de órgãos.[56]

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leucocitose

hematócritos

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Indicador de gravidade e prognóstico.[28][67] Deve ser repetido 6 horas após a internação para verificar a adequação da hidratação.

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se >44% na internação, ou aumentando após a internação, é um preditor de necrose pancreática

ureia e eletrólitos séricos

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Níveis elevados sugerem desidratação/hipovolemia e um aumento do risco de desenvolvimento de doença grave.[8] As medições em série podem auxiliar no monitoramento da resposta do paciente à terapia.[47] O exame da ureia deve ser repetido 6 horas após a internação.[47]​ Uma ureia elevada ou em elevação indica uma perfusão renal reduzida e, portanto, uma perfusão pancreática reduzida e a necessidade de uma hidratação mais agressiva.[8][28]

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elevada nos casos graves; ureia em elevação ou acima de 7.1 mmol/L (20 mg/dL) indica uma perfusão pancreática reduzida (ureia >7.1 mmol/L [>20 mg/dL] é um preditor independente de mortalidade), creatinina elevada (>176.8 micromoles/L [≥2 mg/dL]) indica que o paciente pode desenvolver doença grave com falência renal

gasometria arterial

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É importante monitorar a oxigenação arterial, pois os pacientes podem estar hipoxêmicos, necessitando de oxigênio suplementar. Durante o manejo inicial, considerar a gasometria arterial a cada 12 horas nos 3 primeiros dias para avaliar a oxigenação e o estado ácido-básico.[5]

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hipoxemia e transtornos no equilíbrio ácido-básico

proteína C-reativa

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Um exame inicial e seriado da proteína C-reativa é usado na pancreatite aguda como indicador da gravidade e progressão da inflamação.[28][58]

A acurácia do teste diagnóstico de proteína C-reativa para o diagnóstico de necrose pancreática em pessoas com pancreatite aguda não foi determinada de maneira confiável.[59]

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se >150 mg/L (>15 mg/dL), está associada a necrose pancreática (medida no dia 3)

ultrassonografia transabdominal

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Não é necessário para o diagnóstico de pancreatite aguda, mas deve ser realizado em todos os pacientes após o diagnóstico para descartar cálculos biliares.

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ducto colédoco dilatado à ultrassonografia levanta suspeita de cálculo retido

radiografia torácica

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Estudos radiográficos não são usados para o diagnóstico da pancreatite aguda, mas podem determinar os possíveis fatores causais e descartar outros diagnósticos.

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pode apresentar atelectasia e derrame pleural (especialmente no lado esquerdo)

razão de lipase/amilase séricas

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Baseado em múltiplos do limite superior do normal. A razão elevada favorece a pancreatite alcoólica.[67]

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>5

triglicerídeos séricos

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Deve ser verificado como parte da investigação dos fatores causadores.

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>11.3 mmol/L (>1000 mg/dL) podendo chegar a 101.7 mmol/L (9000 mg/dL) para a pancreatite aguda induzida por hipertrigliceridemia genuína (níveis elevados de algumas centenas de mg/dL, normalmente observados em pacientes com pancreatite aguda decorrente de outras causas)

Investigações a serem consideradas

tomografia computadorizada (TC) abdominal

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A TC do abdome não é necessária na maioria dos pacientes. A TC é útil em pacientes nos quais o diagnóstico de pancreatite aguda é difícil de estabelecer. As diretrizes do American College of Gastroenterology recomendam TC ou RNM após 48 horas em pacientes que não melhoram ou cujos sintomas se agravam.[8] Outras diretrizes recomendam uma espera de 72-96 horas após o início dos sintomas antes de se realizar uma TC com contraste ou RNM para avaliar a presença de necrose.[28][47]

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achados de TC sem contraste no início da evolução da doença podem incluir aumento difuso ou em segmentos do pâncreas com acúmulo de gordura peripancreática; a TC com contraste intravenoso posteriormente na evolução da doença pode mostrar regiões sem realce indicando a presença de necrose ou pseudocistos (após aproximadamente 4 semanas)

ressonância nuclear magnética/colangiopancreatografia por ressonância magnética (RNM/CPRM)

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Preferível à CPRE para avaliação do ducto colédoco nos pacientes de baixo risco quando há suspeita de cálculo retido no ducto colédoco. A CPRM empregando RNM tem a vantagem de não necessitar de contraste intravenoso nem radiação, embora o gadolínio intravenoso aprimore as imagens em comparação com a RNM sem contraste.

Além disso, a CPRM permite uma melhor visualização dos cálculos no ducto colédoco e no ducto pancreático, comparada com a TC. Ela pode distinguir mais prontamente os conteúdos sólidos dos císticos no tratamento das coleções peripancreáticas.[61]

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os achados podem incluir cálculos, tumores, aumento difuso ou em segmentos do pâncreas com contorno irregular e obliteração da gordura peripancreática, necrose ou pseudocistos

ultrassonografia endoscópica (USE)

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A USE pode ser útil como alternativa à CPRM para identificar coledocolitíase e tumores.[8]​ A USE também permite a aspiração com agulha fina dos tumores para diagnóstico.

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os achados podem incluir cálculos, lama biliar, pancreas divisum e outras anormalidades dos dutos pancreáticos

Novos exames

procalcitonina

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A procalcitonina parece ser sensível para detecção de infecção pancreática, com baixos níveis séricos sendo um forte preditor negativo de necrose infectada.

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elevada; níveis normais tornam improvável o diagnóstico de necrose pancreática infectada

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