Novos tratamentos

Terapias antioxidantes/anti-inflamatórias

No futuro, alguns fatores de Escherichia coli (p. ex., adesinas, sideróforos, toxinas, coberturas de polissacarídeos) podem fornecer alvos efetivos para intervenções anti-infecção do trato urinário.[19] Em modelos animais de pielonefrite, o tratamento com os varredores de radicais livres catalase e dimetilsulfóxido conseguiu prevenir a cicatrização renal.[67] De modo semelhante, em camundongos com rins inoculados com E coli, a lipoproteína sacarídeo demonstrou menos cicatrização renal 6 semanas após a inoculação nos camundongos que receberam um inibidor de cox-2.[68]

Terapia com vacina

As vacinas contra antígenos específicos estão sendo estudadas devido aos avanços na purificação de proteínas e ao desenvolvimento da tecnologia do DNA recombinante.[69] Demonstrou-se que a imunização de camundongos com um antígeno capsular E coli associado ao toxoide diftérico melhora a imunogenicidade da vacina e aumenta a atividade imunológica mediada por células em resposta à exposição subsequente à E coli.[70]

Meropeném/vaborbactam

Vaborbactam é um novo inibidor da betalactamase. A sua combinação com o meropeném está sendo desenvolvida como um novo agente para tratar infecções gram-negativas graves (por exemplo, infecção do trato urinário complicada), incluindo infecções causadas por bactérias resistentes aos carbapenêmicos atualmente disponíveis.[71][72] A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou meropeném/vaborbactam para o tratamento de pacientes adultos com infecção do trato urinário complicada, incluindo pielonefrite, causada por enterobactérias suscetíveis designadas (Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e complexo de espécies de Enterobacter cloacae). A EMA concedeu a meropeném/vaborbactam uma autorização de comercialização para o tratamento de pacientes adultos com infecção do trato urinário complicada, inclusive pielonefrite.

Plazomicina

A plazomicina é um aminoglicosídeo de última geração desenhado para escapar de todas as enzimas modificadoras de aminoglicosídeos clinicamente relevantes, o principal mecanismo de resistência aos aminoglicosídeos.[73] Foi aprovado pelo FDA para o tratamento de pacientes com 18 anos de idade ou mais com infecções do trato urinário complicadas, incluindo pielonefrite e infecções da corrente sanguínea devido a certas enterobactérias em pacientes que têm poucas ou nenhuma opções de tratamento alternativas. Um estudo mostrou que a plazomicina não é inferior a meropeném para o tratamento de infecção do trato urinário complicada e pielonefrite aguda causada por Enterobacteriaceae, inclusive cepas resistentes a múltiplos medicamentos.[74]

Cefiderocol

Cefiderocol é uma nova cefalosporina siderófora que tem ampla atividade contra Enterobacteriaceae e bactérias não fermentadoras, como Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter baumannii, inclusive cepas resistentes a carbapeném. Foi aprovado pela FDA para o tratamento de pacientes adultos com infecção do trato urinário complicada, inclusive infecções renais causadas por micro-organismos Gram-negativos suscetíveis, que têm opções alternativas limitadas ou não. Um ensaio clínico duplo-cego, de não inferioridade, de fase II (n=448) constatou que o tratamento com cefiderocol não foi inferior comparado com imipeném/cilastatina para o tratamento de infecção do trato urinário complicada em indivíduos com infecções Gram-negativas resistentes a múltiplos medicamentos.[75]

Imipeném/cilastatina/relebactam

Essa combinação de três medicamentos incluem relebactam, um inibidor de betalactamase, junto com o antibiótico carbapenêmico previamente aprovado imipeném/cilastatina. Relebactam pode restaurar a atividade de imipeném contra muitas cepas resistentes a imipeném de Enterobacteriaceae e P. aeruginosa. A nova combinação foi aprovada pela FDA para o tratamento de pacientes adultos com infecção do trato urinário complicada, que têm opções alternativas limitadas ou não. Um estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego, de fase II sobre o intervalo das doses (n=298) comparou a eficácia e a segurança de imipeném/cilastatina/relebactam com imipeném/cilastatina isolada em pacientes com infecção do trato urinário complicada. Imipeném/cilastatina/relebactam mostrou ser tão eficaz quanto imipeném/cilastatina isolada, foi bem tolerado e pode cobrir patógenos altamente resistentes.[76]

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