Prevenção primária

Em geral, evitar a exposição a patógenos fúngicos não é uma medida realista, mas evitar circunstâncias que provavelmente causam exposição intensa prolongada (por exemplo, contato com fezes de pombos [Cryptococcus neoformans] ou solo degradado em áreas endêmicas [Cryptococcus immitis, Histoplasma capsulatum]) é razoável, especialmente para pacientes imunossuprimidos.

Terapia antirretroviral

Terapia antirretroviral precoce e eficaz em pacientes com vírus da imunodeficiência humana (HIV) pode ajudar a prevenir a ocorrência de meningite fúngica.

A terapia antirretroviral continua a ser a melhor profilaxia para evitar doença criptocócica associada ao HIV.

Terapia antifúngica

Pacientes que apresentem infecção por HIV avançada, contagem de CD4 <100 células/microlitro e que tenham obtido resultado positivo no teste do antígeno criptocócico devem receber terapia antifúngica preventiva, para evitar o desenvolvimento de doença criptocócica invasiva, antes de iniciar ou reiniciar a terapia antirretroviral.[67][68] Pode-se também considerar a terapia antifúngica com um limiar de contagem de CD4 mais elevado <200 células/microlitro.[67]

Embora a profilaxia antifúngica primária com fluconazol ou itraconazol reduza a incidência de meningite criptocócica em pacientes com doença por HIV avançada e reduza as mortes por doença criptocócica, ela não tem nenhum efeito definido sobre a mortalidade geral.[69] [ Cochrane Clinical Answers logo ] Em ambientes em que o rastreamento de antígeno não está disponível, a Organização Mundial da Saúde recomenda iniciar a profilaxia primária com fluconazol em indivíduos com infecção por HIV e contagem de CD4 <100 células/mm³.[67]

A profilaxia para histoplasmose com itraconazol é recomendada em pacientes infectados por HIV com contagem de células CD4 <150 células/microlitro que estão em alto risco devido à exposição ocupacional, ou que são residentes em áreas endêmicas específicas onde a incidência é >10 casos por 100 pacientes-anos.[68] A profilaxia com itraconazol pode também ser apropriada em circunstâncias específicas em outros pacientes imunossuprimidos, tais como pacientes com transplante de órgãos ou que tomam medicamentos imunossupressores, tais como corticosteroides.

Para pacientes com HIV que vivam em região endêmica para meningite coccidioidal, a profilaxia antifúngica primária não é recomendada para prevenir a coccidioidomicose.[70] A profilaxia com fluconazol é, no entanto, recomendada para pacientes com transplante de órgãos sem coccidioidomicose ativa que se encontrem na área endêmica.[70]

A profilaxia primária contra candidíase invasiva é indicada em determinados grupos de pacientes de alto risco.[71] Profilaxia primária pode ser indicada em pacientes com neutropenia prolongada ou medula óssea de alto risco e em receptores de transplante de órgãos sólidos, além de determinados pacientes de unidade de terapia intensiva onde existem altas taxas da doença. Fluconazol e antifúngicos azólicos com atividade adicional contra infecções por mofo foram usados nesses contextos. Em lactentes com peso muito baixo ao nascer (<1.5 kg), quimioprofilaxia com fluconazol e nistatina oral é considerada uma prática eficaz para prevenir infecções fúngicas em recém-nascidos.[72] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal