Complicações

Complicação
Período de ocorrência
Probabilidade
curto prazo
alta

Os pacientes comumente desenvolvem anemia, hipocalemia, hipomagnesemia e nefrotoxicidade reversível. Pacientes com nível baixo de hemoglobina basal podem precisar de transfusão de sangue caso desenvolvam anemia grave ou sintomática.

Para minimizar a nefrotoxicidade associada à anfotericina B, os pacientes devem receber pré-hidratação com soro fisiológico intravenoso, a menos que seja contraindicado.[114] Os pacientes rotineiramente requerem suplementação de potássio e magnésio enquanto recebem anfotericina B.

curto prazo
baixa

Histoplasmomas são lesões focais no cérebro ou medula espinhal. Podem ocorrer em associação com a meningite por Histoplasma e, nesse caso, o tratamento é o mesmo que o da meningite. Não se recomenda cirurgia. Se for um achado isolado em um paciente que está bem, sem meningite ou infecção disseminada, a indução com anfotericina B pode ser reduzida.[27]

curto prazo
baixa

A SIRI pode complicar a meningite fúngica associada a infecção por HIV após o início da terapia antirretroviral. Ela pode causar um declínio neurológico paradoxal súbito.[124]

Entre 6% e 30% dos pacientes podem desenvolver SIRI criptocócica em uma mediana de 1 a 2 meses após o início da terapia antirretroviral. As características incluem aumento da cefaleia, febre, linfadenopatia e pressão elevada do líquido cefalorraquidiano (LCR). Os medicamentos antirretrovirais devem ser continuados. O LCR deve ser examinado para medir a pressão (pode requerer controle por punções lombares seriadas) e descartar infecção ativa contínua e diagnósticos alternativos. Corticosteroides de ciclo curto podem ser considerados em pacientes gravemente afetados.[125][126][127]

longo prazo
alta

15% a 30% dos pacientes que se recuperam de meningite por cândida apresentam sequelas neurológicas graves, especialmente crianças.[37][121][122]

Avaliação da perda auditiva

variável
alta

A pressão intracraniana elevada na meningite criptocócica provavelmente ocorre por conta da reabsorção prejudicada do líquido cefalorraquidiano (LCR) pelas vilosidades aracnoides. As diretrizes defendem a drenagem terapêutica do LCR se a pressão de abertura do LCR estiver acima de 25 cm H₂O.[67]​ O objetivo é reduzir a pressão de encerramento do LCR para menos de 20 cm H₂O ou para 50% da pressão de abertura, por meio de punções lombares diárias seriadas com retirada de grandes volumes de LCR (até 30 mL/dia). Se a alta pressão persistir apesar das punções lombares diárias, deve-se considerar um dreno lombar temporário ou uma derivação ventriculoperitoneal.[102]

variável
Médias

Vasculite secundária ao processo inflamatório na infecção coccidioidal pode causar infarto. Alguns especialistas (mas nem todos) defendem a corticoterapia adjuvante, de alta dose e em curto prazo.[11]

variável
Médias

Aracnoidite espinhal, causando dorsalgia, paraplegia e retenção urinária, pode ocorrer como complicação da terapia intratecal (que deve, portanto, ser descontinuada). Ela também pode ocorrer como parte do processo da doença em pacientes tratados com fluconazol.

A aracnoidite espinhal pode raramente complicar a meningite criptocócica não associada ao HIV.[123]

variável
Médias

A hidrocefalia, secundária à obstrução do líquido cefalorraquidiano pela resposta inflamatória à infecção, é a complicação mais comum da meningite coccidioidal e, geralmente, requer colocação de derivação.

Ocasionalmente, a hidrocefalia complica a meningite por Histoplasma e requer encaminhamento neurocirúrgico para consideração de colocação de derivação ventricular.[27]

De forma ideal, os pacientes devem receber 2 semanas de tratamento com anfotericina B, para reduzir a probabilidade de colonização da nova derivação. Pacientes com derivações devem ser monitorados rigorosamente quanto à recidiva. Em casos de recidiva, a remoção e a colocação da derivação devem ser consideradas.

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