Prevenção primária
O controle da hiperglicemia foi demonstrado como a estratégia mais eficaz na prevenção da neuropatia diabética (ND) no diabetes do tipo 1 e, em menor grau, no diabetes do tipo 2.[9][30][63] Além disso, o controle ideal da pressão arterial e dos lipídios séricos é recomendado para reduzir o risco e retardar a progressão da ND em pessoas com diabetes do tipo 1 e do tipo 2.[39]
O efeito do tratamento multifatorial intensivo (inclusive hemoglobina A1c [HbA1c], pressão arterial, colesterol, aspirina) na incidência da ND em pessoas com diabetes do tipo 2 não está claro.[17]
Prevenção secundária
Pessoas com neuropatia diabética (ND) particularmente correm risco de sofrer lesões indolores nos pés. Prevenir a ulceração dos pés é importante, pois infecção da ferida e gangrena subsequentes podem acarretar amputação. Todos os pacientes devem ser rastreados para ND no momento do diagnóstico de diabetes do tipo 2 ou intolerância à glicose e 5 anos após o diagnóstico do diabetes do tipo 1.[39] O rastreamento deve ser conduzido pelo menos anualmente daí em diante, usando-se testes clínicos simples.[39]
O cuidado adequado dos pés e a prevenção da ulceração começa com a orientação do paciente sobre os cuidados adequados dos pés.[39] A indicação de calçado especializado pode ser feita para aliviar os pontos de pressão e reduzir o risco de trauma nos pés.[39] O uso de calçados terapêuticos especializados é recomendado para os pacientes com diabetes de alto risco, como aqueles com perda da sensibilidade protetora (ou seja, neuropatia grave), deformidades nos pés, úlceras, formação de calos, má circulação periférica ou história de amputação.[39] Os pacientes também precisam verificar seus pés diariamente e relatar quaisquer lesões ou feridas em um estágio inicial.[39]
Uma revisão de 13 ensaios clínicos randomizados avaliou os benefícios e a eficácia de várias intervenções na prevenção de futuras úlceras no pé diabético. Foi verificado que apenas a terapia de evitação orientada pela temperatura dos pés era benéfica.[269]
O teste autonômico cardiovascular é recomendado antes que o paciente com diabetes comece um programa de exercícios moderado ou de alta intensidade. Pessoas com disfunção autonômica cardiovascular conhecida devem ser orientadas sobre a necessidade de hidratação adequada ao se exercitarem.
O controle ideal da glicemia, da pressão arterial e dos lipídios séricos é recomendado para reduzir o risco e retardar a progressão da ND em pessoas com diabetes do tipo 1 e tipo 2.[39] O controle desses fatores de risco modificáveis (glicose, pressão arterial e lipídios), além da adesão a um estilo de vida saudável, pode prevenir as outras complicações microvasculares associadas do diabetes (retinopatia e nefropatia).[39]
Os pacientes com ND dolorosa devem ser avaliados em relação à presença de transtornos de humor e distúrbios do sono comórbidos (por exemplo, transtorno depressivo maior, apneia obstrutiva do sono).[66]
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