Monitoramento

Gerais:[39]

  • O monitoramento da glicose sanguínea, da pressão arterial (PA) e dos lipídios séricos e o monitoramento para outras complicações são parte do controle geral do diabetes em todos os pacientes.

  • A ND pode mascarar comorbidades comuns, incluindo dor torácica, angina e claudicação. Portanto é importante considerar o monitoramento de rotina para essas comorbidades, mesmo se o paciente não relatar sintomas.

Neuropatia periférica diabética:[1][39]​​​

  • Todos os pacientes devem ser avaliados para neuropatia periférica diabética iniciando-se no diagnóstico de diabetes do tipo 2 e 5 anos após o diagnóstico de diabetes do tipo 1 e pelo menos anualmente a partir de então.

  • Os sintomas mais comuns incluem dor, disestesias (sensações anormais desagradáveis de queimação e parestesia associadas a lesões dos nervos periféricos) e dormência.

  • O rastreamento para sinais deve usar exames clínicos simples, mas é importante observar que esses exames somente detectarão adequadamente a neuropatia moderada a grave. A avaliação para neuropatia periférica diabética deve ser iniciada de forma distal nos dois lados e mover-se em direção proximal até que o limiar seja detectado. No contexto de sintomas neuropáticos típicos, é importante identificar deficits subjacentes relacionados a fibras finas.

  • Raramente é necessário um exame eletrofisiológico, exceto nas situações em que as características clínicas são atípicas (deficits motores maiores que deficits sensitivos; assimetria acentuada dos deficits neurológicos; sintomas iniciais nos membros superiores; progressão rápida).

  • Os pacientes com neuropatia grave ou atípica devem ser rastreados para identificação de outras causas, como toxinas (por exemplo, álcool), deficiência de vitamina B12 (principalmente naqueles que recebem metformina por períodos prolongados), hipotireoidismo, doença renal, neoplasias malignas, infecções (por exemplo, HIV), neuropatia desmielinizante inflamatória crônica, neuropatias hereditárias e vasculites.

Neuropatia autonômica diabética:[39]

  • As pessoas que tiveram diabetes do tipo 1 por ≥5 anos e todos os indivíduos com diabetes do tipo 2 devem ser avaliados anualmente para neuropatia autonômica.[39]

  • Os sinais/sintomas clínicos importantes de neuropatia autonômica diabética incluem taquicardia em repouso, hipotensão ortostática, constipação, diarreia, incontinência fecal, gastroparesia, disfunção erétil, disfunção sudomotora com aumento ou redução do suor, bexiga neurogênica e não percepção da hipoglicemia.

  • Exames especiais raramente são necessários e podem não afetar o controle ou os desfechos. No entanto, a ADA recomenda que testes adicionais possam ser considerados se os sintomas estiverem presentes. O teste dependerá dos órgãos-alvo envolvidos, mas pode incluir teste autonômico cardiovascular, teste de suor, estudos urodinâmicos, esvaziamento gástrico ou endoscopia/colonoscopia.[39]

Prevenção e tratamento de neuropatias:[39]

  • O controle glicêmico rígido e estável, iniciado o mais cedo possível, demonstrou ser eficaz na prevenção do desenvolvimento de neuropatia periférica diabética e neuropatia autonômica em pacientes com diabetes do tipo 1.

  • Embora as evidências não sejam tão fortes para o diabetes do tipo 2 quanto para o diabetes do tipo 1, alguns estudos demonstraram uma diminuição modesta de progressão sem reversão da perda neuronal. No entanto, todos esses estudos foram realizados em pacientes com doença avançada ou usando parâmetros de avaliação não recomendados para ensaios clínicos de neuropatia periférica diabética.

  • Além disso, o controle ideal da pressão arterial e dos lipídios séricos é recomendado para reduzir o risco e retardar a progressão da ND em pessoas com diabetes do tipo 1 e do tipo 2.[39]

  • É recomendado o uso de medicamentos para o alívio de neuropatia periférica diabética dolorosa e neuropatia autonômica, pois eles podem reduzir a dor, melhorar o sono e a qualidade de vida.

  • O tratamento precisa ser monitorado regularmente em relação aos sintomas, à adesão e aos efeitos colaterais. A frequência do acompanhamento dependerá do quadro clínico e do tratamento dado.

Cuidados com os pés:[39]

  • O exame físico visual do pé deve ser realizado em cada consulta desses pacientes com perda sensorial ou uma história de ulceração ou amputação.

  • Todos os pacientes devem ser informados sobre o autocuidado dos pés. A orientação aprimorada sobre os cuidados com os pés deve ser facilitada e deve ser feita a recomendação para uso de calçado especial.

  • O uso de calçado terapêutico especializado é recomendado para pacientes diabéticos de alto risco, incluindo aqueles com perda da sensibilidade protetora (neuropatia periférica grave), bem como aqueles com deformidades nos pés, úlceras, formação de calos, má circulação periférica ou história de amputação.[39]

Complicações microvasculares associadas

Retinopatia diabética:[39]

  • Os pacientes com diabetes do tipo 1 devem realizar um exame oftalmológico até 5 anos após o início, com acompanhamento a cada 1-2 anos se não for detectada retinopatia e a glicemia estiver bem controlada.

  • Os pacientes com diabetes do tipo 2 devem realizar exame oftalmológico inicial no momento do diagnóstico de diabetes, com acompanhamento a cada 1-2 anos se não for detectada retinopatia e a glicemia estiver bem controlada.

​Nefropatia diabética:[39]

  • Os pacientes com diabetes do tipo 1 devem ser rastreados para doença renal 5 anos após o diagnóstico, com acompanhamento pelo menos uma vez ao ano.

  • Os pacientes com diabetes do tipo 2 devem ser rastreados para doença renal no momento do diagnóstico, com acompanhamento pelo menos uma vez ao ano.

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