Algoritmo de tratamento

Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal

AGUDA

pneumonite causada por aspiração de conteúdo gástrico

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1ª linha – 

drenagem posicional imediata

Os pacientes com suspeita ou observação recente de aspiração de conteúdo gástrico, sempre que possível, devem ser colocados imediatamente na posição semiprona e inclinado a 30° com a cabeça para baixo. Isso posiciona a laringe em um nível mais alto que a orofaringe e permite que o conteúdo gástrico seja drenado para fora.

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associado a – 

sucção orofaríngea

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A orofaringe deve ser aspirada levemente, tomando cuidado para evitar o início de um reflexo faríngeo que pode piorar a aspiração.

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Considerar – 

intubação endotraqueal + sonda nasogástrica

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Assim que a orofaringe for aspirada, se o paciente correr risco de uma nova aspiração, não for capaz de proteger suas próprias vias aéreas (regurgitação, reflexo de tosse inadequado) ou apresentar sinais de insuficiência respiratória (taquipneia, dispneia, confusão, cianose), as vias aéreas deverão ser protegidas por intubação endotraqueal. Assim que as vias aéreas estiverem protegidas, uma sonda nasogástrica deve ser inserida para esvaziar o estômago e, quando possível, o paciente pode ser inclinado a 45° com a cabeça para cima para ajudar a evitar novas aspirações.

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Considerar – 

broncoscopia + sucção endotraqueal

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

Se uma quantidade significativa de conteúdo gástrico (>20-25 mL em um adulto) tiver sido provavelmente aspirada, a broncoscopia e a sucção imediatas (em algumas horas) podem remover o líquido gástrico e o material sólido aspirados das vias aéreas centrais,[57] contribuindo assim para reduzir a reação inflamatória, evitar o colapso do pulmão e diminuir o risco de uma infecção.

Acredita-se que um volume de aspirado gástrico >0.3 mL por quilo de peso corporal (isto é, 20-25 mL em adultos) com um pH <2.5 é considerado necessário para o desenvolvimento de pneumonite por aspiração, embora a aspiração de partículas de alimento possa causar danos pulmonares graves, mesmo se o pH do aspirado for superior a 2.5.[2] Estudos em animais têm mostrado um padrão bifásico da lesão, com um pico inicial 1-2 horas após a aspiração (efeitos de queimadura diretos) e um segundo pico 4-6 horas depois (relacionado à infiltração de neutrófilos).[2]

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Considerar – 

antibióticos

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

O aspirado gástrico é estéril em condições normais devido ao pH baixo, de modo que a infecção bacteriana não tem uma função importante nos primeiros estágios da lesão pulmonar aguda na maioria dos casos.[2] Consequentemente, a antibioticoterapia imediata de rotina não é recomendada para pneumonite por aspiração.[2] Mesmo se um paciente tiver febre, leucocitose ou infiltrados pulmonares, o uso imediato de antibióticos não é recomendado porque isso pode selecionar organismos resistentes em um caso sem complicações de pneumonite química.

No entanto, os antibióticos devem ser iniciados imediatamente após a aspiração em pacientes que têm gastroparesia (normalmente observada em pacientes gravemente enfermos), obstrução do intestino delgado ou possível colonização do estômago (por exemplo, pacientes que tomam inibidores da bomba de prótons, antagonistas H2 ou antiácidos quando o pH do estômago é menos ácido). A lavagem broncoalveolar obtida na broncoscopia pode fornecer material para cultura para orientar a terapia antibacteriana.

Opções primárias

ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 24 horas

--E--

clindamicina: 600 mg por via intravenosa a cada 8 horas

ou

metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas

ou

piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

ou

ceftazidima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas

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Considerar – 

ventilação por pressão positiva

Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado

A ventilação por pressão positiva com pressão expiratória final positiva pode ser usada em pacientes que são intubados para proteção das vias aéreas ou por causa da insuficiência respiratória. Isso ajuda a evitar atelectasia e melhorar a proporção ventilação-perfusão em pacientes que aspiraram conteúdo gástrico.[19] No entanto, é fundamental realizar a aspiração endotraqueal antes de iniciar a ventilação por pressão positiva para evitar que o material aspirado seja forçado para áreas mais profundas dos pulmões.[17][19] É necessário obter culturas respiratórias dos pacientes em ventilação mecânica e os antibióticos devem ser iniciados imediatamente, devido ao alto risco de evoluir para pneumonia associada à ventilação mecânica. Os antibióticos devem ser interrompidos ou modificados com base nos resultados da cultura em 72 horas.[1]

pneumonite devida à aspiração de bário

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1ª linha – 

drenagem posicional imediata

Os pacientes com suspeita ou observação recente de aspiração de bário, sempre que possível, devem ser colocados imediatamente na posição semiprona e inclinado a 30° com a cabeça para baixo. Isso posiciona a laringe em um nível mais alto que a orofaringe e permite que o conteúdo gástrico seja drenado para fora.

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associado a – 

broncoscopia + sucção endotraqueal

Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado

A sucção inicial usando broncoscopia deve ser realizada para remover o bário das vias aéreas e reduzir a hipoxemia.

Bebês, pacientes idosos e pessoas de qualquer faixa etária com sintomas significativos devem ser internados para observação caso ainda não estejam hospitalizados.

Não existem evidências para prescrição rotineira de antibióticos após a aspiração de bário, mas os antibióticos geralmente são administrados quando os infiltrados não remitem 48 horas após a aspiração, pois isso sugere o desenvolvimento de uma pneumonia associada.[36]

CONTÍNUA

pneumonite sem resolução após 48 horas

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1ª linha – 

ceftriaxona

Os pacientes devem receber antibioticoterapia empírica intravenosa quando a pneumonite não remite 48 horas depois da aspiração. Normalmente, a ceftriaxona é prescrita quando não existem fatores complicadores.[2]

A mudança para terapia oral pode ser considerada quando o paciente está melhorando clinicamente, está hemodinamicamente estável, pode tomar medicamentos por via oral ou tem um funcionamento normal do trato gastrointestinal.[58]

Opções primárias

ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 24 horas

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1ª linha – 

antibioticoterapia empírica de amplo espectro com cobertura para anaeróbios por via intravenosa

Os pacientes devem receber antibioticoterapia empírica intravenosa quando a pneumonite não remite 48 horas depois da aspiração. Os pacientes com empiema ou abscesso pulmonar devem receber cobertura para flora anaeróbia. Os esquemas recomendados são piperacilina/tazobactam, imipeném/cilastatina, ertapeném ou ceftriaxona associada a clindamicina ou metronidazol.[2]

A mudança para terapia oral pode ser considerada quando o paciente está melhorando clinicamente, está hemodinamicamente estável, pode tomar medicamentos por via oral ou tem um funcionamento normal do trato gastrointestinal.[58]

Opções primárias

ampicilina/sulbactam: 1.5 a 3 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

ou

piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

ou

imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6-8 horas

Mais

ou

ertapeném: 1 g por via intravenosa a cada 24 horas

ou

ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 24 horas

--E--

clindamicina: 600 mg por via intravenosa a cada 8 horas

ou

metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas

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1ª linha – 

antibioticoterapia empírica de amplo espectro com cobertura Gram-negativa por via intravenosa

Os pacientes devem receber antibioticoterapia empírica intravenosa quando a pneumonite não remite 48 horas depois da aspiração. Para pacientes que têm obstrução do intestino delgado ou que estão tomando antiácidos ou agentes antissecretores, ceftriaxona associada a clindamicina ou metronidazol, piperacilina/tazobactam ou ceftazidima são recomendados.[2]

A mudança para terapia oral pode ser considerada quando o paciente está melhorando clinicamente, está hemodinamicamente estável e pode tomar medicamentos por via oral, caso o trato gastrointestinal esteja funcionando normalmente.[58]

Opções primárias

ceftriaxona: 1-2 g por via intravenosa a cada 24 horas

--E--

clindamicina: 600 mg por via intravenosa a cada 8 horas

ou

metronidazol: 500 mg por via intravenosa a cada 8 horas

ou

piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

ou

ceftazidima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas

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1ª linha – 

antibioticoterapia de amplo espectro por via intravenosa

Os pacientes com alto risco de bactérias multirresistentes a medicamentos devem receber a seguinte combinação:[59] cefalosporina antipseudomona (por exemplo, cefepima ou ceftazidima) ou carbapenema antipseudomona (por exemplo, imipeném/cilastatina ou meropeném) ou betalactâmicos/inibidor de betalactamase (por exemplo, piperacilina/tazobactam) associado a aminoglicosídeo (por exemplo, gentamicina, tobramicina ou amicacina) associado a um antibiótico contra Staphylococcus aureus resistente à meticilina (por exemplo, vancomicina ou linezolida).

Procure a orientação de um infectologista especializado antes de iniciar este esquema.

Opções primárias

cefepima: 1-2 g por via intravenosa a cada 8-12 horas

ou

ceftazidima: 2 g por via intravenosa a cada 8 horas

ou

imipeném/cilastatina: 500-1000 mg por via intravenosa a cada 6-8 horas

Mais

ou

meropeném: 1-2 g por via intravenosa a cada 8 horas

ou

piperacilina/tazobactam: 3.375 g por via intravenosa a cada 6 horas

Mais

--E--

gentamicina: 5-7 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas, ajustar a dose de acordo com os níveis séricos

ou

tobramicina: 5-7 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas, ajustar a dose de acordo com os níveis séricos

ou

amicacina: 15-20 mg/kg por via intravenosa a cada 24 horas, ajustar a dose de acordo com os níveis séricos

--E--

vancomicina: 30-60 mg/kg/dia por via intravenosa administrados em doses fracionadas a cada 8-12 horas

ou

linezolida: 600 mg por via intravenosa a cada 12 horas

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1ª linha – 

antibioticoterapia oral empírica de amplo espectro

Para pacientes com doenças menos graves tratados fora do ambiente hospitalar, os antibióticos orais podem ser prescritos desde o início do tratamento. Amoxicilina/ácido clavulânico ou amoxicilina, em combinação com metronidazol, podem ser usados nessas circunstâncias.

Fluoroquinolonas podem ser consideradas como agentes de segunda linha nesse grupo. Os efeitos adversos das fluoroquinolonas incluem tendinite, ruptura de tendão, artralgia, neuropatias e outros efeitos musculoesqueléticos ou do sistema nervoso. Após uma revisão de 2018, a European Medicines Agency agora recomenda o uso de antibióticos à base de fluoroquinolona apenas quando alternativas adequadas e eficazes não estiverem disponíveis. A Food and Drug Administration dos EUA emitiu uma comunicação de segurança semelhante em 2016.[61][62][63][64][65]

Opções primárias

amoxicilina/ácido clavulânico: 875 mg por via oral duas vezes ao dia

Mais

ou

amoxicilina: 500 mg por via oral três vezes ao dia

e

metronidazol: 500 mg por via oral três vezes ao dia

Opções secundárias

levofloxacino: 750 mg por via oral uma vez ao dia

e

metronidazol: 500 mg por via oral três vezes ao dia

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