História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
exposição e resposta ao trauma
A pessoa foi exposta a morte ou risco de morte, lesão grave ou violência sexual.[1]
A exposição ocorreu por meio de uma ou mais das maneiras a seguir: (1) exposição direta ao evento traumático; (2) presenciar o evento pessoalmente, enquanto ocorria com outra pessoa; (3) descobrir que um parente ou amigo próximo foi exposto ao trauma - se o evento envolveu morte ou ameaça de morte, deve ter sido violento ou acidental; (4) exposição repetida ou extrema a detalhes aversivos do(s) evento(s) traumático(s), geralmente decorrente de atividade profissional. Não inclui exposição não profissional indireta por meio de mídias eletrônicas, televisão, filmes ou fotos.[1]
sintomas intrusivos
Refere-se à revivência involuntária de aspectos do evento traumático de forma vívida e que causa sofrimento (por exemplo, flashbacks, imagens intrusivas e impressões sensoriais, sonhos/pesadelos, reatividade fisiológica e emocional a sugestões internas e externas).
Essa revivência desperta sofrimento intenso e/ou reações fisiológicas.
Esses sintomas devem persistir por mais de 1 mês e causar comprometimento funcional para que seja feito o diagnóstico.
sintomas de evitação
Referem-se a esforço persistente para evitar lembranças do trauma.
Os pacientes tipicamente evitam pessoas, situações ou circunstâncias semelhantes ou associadas ao evento. Essa situação pode se estender a uma evitação mais geral daquilo que possa lembrá-las do evento, como jornais, programas de televisão ou filmes.
Os pacientes muitas vezes tentam afastar de suas mentes as memórias do evento e evitam pensar ou falar sobre ele em detalhes, especialmente sobre os piores momentos. Entretanto, muitas pessoas ficam pensando obsessivamente sobre o que poderia ter evitado o acontecimento.
Esses sintomas devem persistir por mais de 1 mês e causar comprometimento funcional para que seja feito o diagnóstico.
alterações negativas nas cognições e humor
Referem-se a alterações nas crenças e humor que se iniciaram ou que pioraram após o evento traumático.
Essas mudanças incluem uma habilidade diminuída de vivenciar sentimentos bons e de proximidade com os outros, crenças negativas/distorcidas persistentes, ideias distorcidas de culpa, perda de interesse em atividades significativas e incapacidade de lembrar aspectos importantes do evento traumático.
Esses sintomas devem persistir por mais de 1 mês e causar comprometimento funcional para que seja feito o diagnóstico.
alterações no despertar e reatividade
Incluem hipervigilância para ameaças, resposta de sobressalto exagerada, irritabilidade, explosões de raiva, comportamentos autolesivos ou impulsivos, dificuldade de concentração e problemas de sono.
Esses sintomas devem persistir por mais de 1 mês e causar comprometimento funcional para que seja feito o diagnóstico.
Outros fatores diagnósticos
comuns
depressão
Frequentemente comórbida.
abuso de álcool ou de substâncias
Muitas pessoas abusam tanto do álcool quanto de várias drogas na tentativa de lidar com seus sintomas.
ansiedade
Frequentemente comórbida.
Fatores de risco
Fortes
acidente grave
testemunha de violência escolar ou doméstica
desastre natural
ataque terrorista
tortura
exposição a combate
Classificada como fator de risco peritraumático. Das pessoas expostas, 25% a 30% desenvolvem sintomas.[32]
lesão cerebral traumática
Classificada como fator de risco peritraumático. A lesão cerebral traumática leve (isto é, concussão) entre soldados que estiveram no Iraque foi fortemente associada ao TEPT 3 a 4 meses após voltarem para casa.[33]
morte súbita de ente querido
ofensa grave
estupro
vitimização pelo atacante
Classificada como fator de risco peritraumático. Pessoas molestadas por um agressor apresentam uma taxa mais elevada de retraumatização.
Abuso na infância aumenta o risco de vitimização na vida adulta e desenvolvimento de TEPT.[34]
trauma prévio
Classificada como fator de risco pré-traumático. Pessoas previamente traumatizadas apresentam uma taxa mais elevada de retraumatização.
Abuso na infância aumenta o risco de vitimização na vida adulta e desenvolvimento de TEPT.[34]
estressores múltiplos significativos na vida
Classificado como fator de risco pré e pós-traumático. Pessoas afetadas apresentam risco mais elevado que aquelas expostas a um único estressor.[14][35]
Uma porcentagem considerável, particularmente em vítimas de crimes, sofreu de mais de um tipo de evento. Muitas vítimas passam por eventos que ocorrem repetidamente ao longo do tempo (por exemplo, abuso físico dos pais, agressão sexual por um parente, violência doméstica). A cronicidade da exposição aos estressores está associada a um risco mais elevado e a um quadro clínico mais complexo.[36]
apoio social baixo
Classificado como fator de risco pré e pós-traumático. Pessoas com baixos níveis de apoio social apresentam tipicamente um risco mais elevado de TEPT após eventos traumáticos que aqueles com níveis mais elevados de apoio.[13][14][37]
Em metanálises, o apoio social aparece como um dos preditores mais fortes do estado do TEPT.[13][14]
história de transtorno mental
Classificada como fator de risco pré-traumático. Pessoas afetadas apresentam aumento do risco de sintomas de trauma e TEPT. Crianças com transtornos comportamentais que se desenvolvem antes dos 15 anos de idade (por exemplo, transtorno de conduta evoluindo na vida adulta para transtorno de personalidade antissocial) também têm aumento do risco.[38]
Além disso, o TEPT aumenta o risco de transtornos mentais (isto é, transtornos afetivos, transtornos de ansiedade, uso indevido de substâncias). Aproximadamente 88.3% dos homens e 79% das mulheres com TEPT apresentam 1 ou mais transtornos psiquiátricos.[30]
história de uso de álcool e drogas
Classificada como fator de risco pré-traumático. Pessoas afetadas apresentam probabilidade uma vez e meia maior de enfrentar trauma, aumentando, assim, o risco.[30]
Fracos
sexo feminino
Classificada como fator de risco pré-traumático. Mulheres têm aproximadamente o dobro do risco em comparação a homens. Não está claro se isso reflete a vulnerabilidade elevada ou tipos diferentes de estressores de vida vivenciados por mulheres.[39] Mulheres têm maior probabilidade de sofrer agressão sexual, ao passo que homens têm maior probabilidade de vivenciar agressão física e estressores de combate.
A prevalência da doença é similar entre homens e mulheres expostos a eventos como acidentes, desastres naturais ou morte de entes queridos.[39]
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