Complicações
As fraturas não tratadas ou aquelas tratadas por métodos não cirúrgicos com perda de posição desenvolvem uma consolidação viciosa. O constante acompanhamento radiográfico de fraturas tratadas por métodos não cirúrgicos nas primeiras 6 semanas é fundamental para evitar a consolidação viciosa. Todas as consolidações viciosas resultam em deformidade radiográfica. Contudo, com frequência, a deformidade estética pode ser pequena e, do ponto de vista da funcionalidade, a consolidação viciosa nem sempre requer tratamento. Os pacientes com consolidação viciosa e dor geralmente precisam de tratamento.[87][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Radiografia posteroanterior mostrando a consolidação viciosa do rádio distal, com encurtamento significativo do rádio e alongamento relativo da ulnaDo acervo do Dr. Chaitanya S. Mudgal [Citation ends].
Rigidez das articulações da mão é comumente observada após essa fratura e ocorre independentemente do método de tratamento. É essencial evitar certos aspectos do tratamento que podem aumentar a possibilidade dessa ocorrência. Gesso ou talas que não permitam a mobilização das articulações metacarpofalangiana e interfalangiana causarão rigidez. Um fixador externo aplicado de modo inadequado também pode ter o mesmo resultado.
A educação do paciente sobre a importância do movimento precoce dos dedos, elevação e controle do edema com adesão à terapia ocupacional minimizarão essa ocorrência.[87]
A CRPS agora é conhecida também como dor mediada simpaticamente; outros termos sinônimos incluem: osteodistrofia da atrofia de Sudeck; causalgia; algodistrofia; e distrofia simpático-reflexa.
A CRPS é caracterizada por dor que pode parecer desproporcional à lesão e geralmente se manifesta nas primeiras semanas após a fratura. Geralmente, ela é acompanhada de rigidez e de sinais de disfunção simpática, incluindo inchaço, alterações de cor, alterações de temperatura e alterações no padrão de crescimento de pelos e unhas. Os pacientes com essa afecção são, com frequência, melhor tratados em conjunto com o serviço de manejo da dor. Fisioterapia intensiva, antidepressivos tricíclicos e bloqueio do gânglio estrelado são algumas opções para o tratamento.[87]
Com osteoporose persistente, os pacientes têm risco de outras fraturas por fragilidade do punho, colo do fêmur e corpos vertebrais.
Essas são, talvez, as complicações mais comuns das fraturas do rádio distal em longo prazo, independentemente do método de tratamento. Na maioria dos casos, a dor na face ulnar do punho não associada a uma consolidação viciosa do rádio distal irá se resolver dentro de 9-12 meses e requer pouca intervenção ativa. As pseudoartroses do estiloide ulnar são um diagnóstico radiográfico e causam poucos sintomas, se algum, em longo prazo.[89]
Ela é mais comumente observada após fraturas intra-articulares do rádio distal com consolidação viciosa e pode afetar a articulação radiocarpal ou a radioulnar distal, ou ambas. Geralmente, o sintoma é a dor durante as atividades da rotina diária. A artrite radiográfica não requer tratamento na ausência de sintomas. O tratamento pode incluir imobilização, injeções intra-articulares de corticosteroides e reconstrução cirúrgica.[87]
Essa é uma complicação muito incomum. Há algumas evidências sugestivas de que os pacientes com fraturas concomitantes do rádio distal e da ulna podem apresentar maior risco de desenvolver uma pseudoartrose (não consolidação). A maioria das pseudoartroses provoca dor e requer reconstrução cirúrgica.[87][88]
A STC pode ocorrer em quadros agudos, após fraturas com deslocamento, ou ser observada após consolidação viciosa das fraturas do rádio distal. Um estudo de caso-controle relatou que os pacientes com fratura exposta, fratura do rádio distal tipo C na classificação AO ou com qualquer procedimento cirúrgico de intervenção apresentam maior risco de desenvolver STC aguda após a redução aberta e fixação interna da fratura do rádio distal.[86]
Na avaliação inicial, um exame neurológico criterioso deve ser realizado antes da instilação do bloqueio do hematoma. Na maioria dos casos, após uma rápida manipulação fechada, os sintomas do nervo mediano desaparecem. Se os sintomas não desaparecem ou se pioram dentro de 24-36 horas após a manipulação, o paciente necessitará de liberação cirúrgica do túnel do carpo, acompanhada de fixação da fratura. A STC associada à fratura do rádio distal mal consolidada geralmente requer liberação cirúrgica do túnel do carpo.[2][6][87]
Essa rara complicação é observada com mais frequência nos pacientes com fraturas totalmente sem desvio ou fissuras do rádio distal. Ela ocorre, geralmente, nas primeiras 12 semanas após a lesão e os pacientes com essas fraturas devem ser alertados sobre essa possibilidade rara, mas existente.[56]
A causa da ruptura não é clara e acredita-se ser decorrente do atrito do suprimento alterado de sangue ao tendão no seu compartimento acima do rádio distal. Os pacientes que apresentam aumento da dor sobre o rádio distal e com movimento do polegar, apesar de imobilização adequada, podem estar em risco de ruptura do ELP. Nem todos os pacientes com ruptura do ELP necessitam de tratamento. A perda da extensão da articulação interfalangiana com intervalo pode causar dificuldades funcionais, podendo exigir transferência de tendão para substituir o ELP rompido.[87]
Essa é uma complicação do tratamento, observada após a fixação interna de fraturas do rádio distal com uma placa colocada em posição volar. Outros tendões, como o flexor profundo dos dedos, do dedo indicador, também podem se romper. Acredita-se que a causa da ruptura seja o atrito dos tendões quando eles entram em contato com uma placa proeminente.
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