Critérios

Diretrizes para diagnóstico e classificação da gravidade da colangite aguda[1]

Critérios de diagnóstico para colangite aguda:

  • A. Inflamação sistêmica

    • A-1. Febre (>38 °C) e/ou calafrios

    • A-2. Dados laboratoriais: evidência de resposta inflamatória (leucócitos <4 × 1000/microlitro, ou leucócitos >10 × 1000/microlitro, ou proteína C-reativa ≥17 mmol/L [≥1 mg/dL]).

  • B. Coléstase

    • B-1. Icterícia (bilirrubina total ≥34 micromoles/L [≥2 mg/dL])

    • B-2. Dados laboratoriais: testes de função hepática anormais (>1.5 x o limite superior do normal para a fosfatase alcalina sérica, gama-guanosina trifosfato [gama-glutamiltransferase], níveis de aspartato transaminase e alanina aminotransferase).

  • C. Diagnóstico por imagem

    • C-1. Dilatação biliar

    • C-2. Evidência da etiologia nas imagens (estenose, cálculo, stent).

  • Suspeita diagnóstica: um item em A associado a um item em B ou C.

  • Diagnóstico definido: um item em A, associado a um item em B, associado a um item em C.

  • Outros fatores úteis para o diagnóstico da colangite aguda incluem dor no quadrante superior direito ou na parte superior do abdome, história de doença biliar, como cálculos biliares, procedimentos biliares prévios e colocação de stent biliar.

  • Na hepatite aguda, a resposta inflamatória sistêmica evidente é observada com pouca frequência. São necessários testes virológicos e sorológicos quando for difícil obter um diagnóstico diferencial.

Critérios de avaliação de gravidade para colangite aguda:

  • A colangite aguda grau III (grave) é definida como colangite aguda que está associada ao início da disfunção em pelo menos um dos órgãos/sistemas a seguir:

    • Disfunção cardiovascular: hipotensão necessitando de dopamina ≥5 mg/kg por minuto, ou qualquer dose de noradrenalina (norepinefrina)

    • Disfunção neurológica: distúrbios da consciência

    • Disfunção respiratória: razão PaO2/FiO2 <300

    • Disfunção renal: oligúria, creatinina sérica >177 micromoles/L (>2 mg/dL)

    • Disfunção hepática: TP-INR >1.5

    • Disfunção hematológica: contagem plaquetária <100 x × 10⁹/L [<100,000/microlitro]).

    A colangite aguda grau II (moderada) está associada a duas das condições a seguir:

    • Contagem leucocitária anormal (>12 × 10⁹/L [>12,000/microlitro] ou <4 × 10⁹/L [<4,000/microlitro])

    • Febre alta (≥39 °C)

    • Idade (≥75 anos)

    • Hiperbilirrubinemia (bilirrubina total ≥85 micromoles/L [≥5 mg/dL])

    • Hipoalbuminemia (<70% do limite mínimo do normal).

    A colangite aguda grau I (leve) não atende a nenhum critério da colangite aguda grau III (grave) ou grau II (moderado) no diagnóstico inicial.

    O diagnóstico precoce, a drenagem biliar precoce e/ou o tratamento para a etiologia e administração de antimicrobianos são tratamentos fundamentais para a colangite aguda - não somente para a colangite grau III (grave) e grau II (moderada), mas também para o grau I (leve). Dessa forma, recomenda-se que os pacientes com colangite aguda que não responderem ao tratamento médico inicial (por exemplo, cuidados de suporte gerais e terapêutica antimicrobiana) sejam submetidos à drenagem biliar precoce ou tratamento para a etiologia.

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