Novos tratamentos
Aducanumabe
A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA concedeu ao aducanumabe, um anticorpo monoclonal contra beta-amiloide administrado por via intravenosa, aprovação acelerada para o tratamento da DA. O aducanumabe é o primeiro tratamento direcionado à fisiopatologia subjacente da DA. Em ensaios clínicos controlados, randomizados, duplo-cegos de fase 3, os pacientes com DA leve que receberam aducanumabe mostraram uma redução significativa da placa beta-amiloide no cérebro, dependendo da dose e do tempo. Os pacientes no grupo de controle não apresentaram redução.[195][196] Embora a redução da placa beta-amiloide no cérebro, um desfecho intermediário, tenha probabilidade razoável de predizer uma redução do declínio cognitivo, a FDA observa que há incertezas residuais em relação ao benefício clínico do aducanumabe. A aprovação acelerada exige que sejam realizados estudos pós-aprovação; a continuação da aprovação depende da verificação de benefícios clínicos nesses ensaios. O tratamento com aducanumabe deve ser iniciado apenas nos pacientes com comprometimento cognitivo leve ou estágio leve de demência, para refletir a população dos ensaios clínicos. Não há dados de segurança ou eficácia sobre o início do tratamento em estágios mais iniciais ou mais avançados da doença de Alzheimer. Um relatório da American Academy of Neurology (AAN) analisou as evidências de eficácia e segurança do aducanumabe para o tratamento da DA, apresentou considerações clínicas sobre seu uso e fez sugestões para pesquisas futuras.[197] Uma declaração de posição da AAN recomenda a discussão dos possíveis benefícios e riscos/cargas do aducanumabe com os pacientes e familiares, para facilitar o consentimento livre e esclarecido.[198] O aducanumabe não foi aprovado na Europa.
Lecanemabe
O lecanemabe é um anticorpo monoclonal IgG1 humanizado que se liga com grande afinidade às protofibrilas beta-amiloides solúveis. Em um ensaio clínico multicêntrico, duplo-cego de fase 3 com indivíduos entre 50 e 90 anos de idade com DA inicial (definida como comprometimento cognitivo leve ou demência leve decorrente de DA), o lecanemabe intravenoso foi associado com uma redução moderadamente menor da cognição e da função, bem como a uma menor carga de amiloide cerebral, a 18 meses, em comparação com o placebo. Os efeitos adversos do lecanemabe incluíram reações relacionadas à infusão (26.4% dos participantes) e anormalidades relacionadas a amiloides em exames de imagem, com edema ou derrames (12.6%).[199] Três mortes devido a hemorragias cerebrais foram relatadas entre pacientes que tomavam lecanemabe.[200] O lecanemabe foi aprovado para o tratamento da doença de Alzheimer pela FDA dos EUA. Espera-se que os pedidos de autorização de comercialização no Japão e na Europa sejam considerados em 2023. Estudos adicionais do lecanemabe estão em andamento, incluindo um estudo de fase 1 que investiga uma dosagem subcutânea.[201]
Donanemabe
Em um estudo de fase 2 que incluiu pacientes com DA sintomática precoce que apresentaram deposição de tau e amiloide à tomografia por emissão de pósitrons, os pacientes que receberam donanemabe (um anticorpo que visa uma forma modificada do peptídeo beta-amiloide depositado) obtiveram um melhor escore composto para cognição e capacidade de realizar atividades da vida diária a 76 semanas em comparação com os que receberam placebo. Os pacientes do grupo do donanemabe também apresentaram maiores reduções nos níveis de placas amiloides, mas os resultados gerais para os desfechos secundários foram mistos.[202]
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