Abordagem

A maioria dos pacientes é assintomática, e o diagnóstico costuma ser feito com base nos achados incidentais do hemograma completo realizado por outros motivos.[31] A maioria dos pacientes é diagnosticada na fase crônica.

Quando presentes, os sintomas geralmente incluem mal-estar, febre, perda de peso, desconforto abdominal e sudorese noturna. Esfregaço de sangue periférico, biópsia da medula óssea e estudos citogenéticos e/ou moleculares confirmam o diagnóstico.

História

Cerca de 50% dos pacientes é assintomática.[31] Nesses casos, o diagnóstico é feito com base na detecção incidental de uma contagem leucocitária elevada.[1][31][32] Nos EUA, a incidência atinge o pico entre os 65 e 74 anos de idade, com uma ligeira predominância no sexo masculino.[13]

Os pacientes podem relatar sintomas sistêmicos como febre, calafrios, mal-estar, perda de peso e sudorese noturna. Eles podem relatar sintomas localizados como desconforto no quadrante superior esquerdo ou sensação de empachamento. Uma quantidade excessiva de hematomas é comum, sejam eles espontâneos ou oriundos de traumas pequenos.[11] Sintomas incomuns incluem dispneia ao esforço físico, epistaxe, artralgia e sensibilidade esternal.

Exame físico

O achado mais comum ao exame físico é a esplenomegalia (20% a 40%).[31][32] O baço pode ser palpável na margem costal esquerda ou, com aumento extremo, pode preencher o lado esquerdo do abdome e se estender até a fossa ilíaca direita. Hepatomegalia pode estar presente com uma borda inferior macia e mal definida, mas é menos comum.[11][31] Não é comum, porém pode-se notar palidez das membranas mucosas devido à anemia. Raramente, hemorragias retinianas podem estar presentes.[31]

Investigações

O hemograma completo é o primeiro teste a ser solicitado.[5]

A grande maioria dos pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) tem uma contagem leucocitária elevada, e metade tem uma contagem leucocitária >100 x 10⁹/L (100 x 10³/microlitro ou 100,000/microlitro).[32] Anemia e trombocitose podem estar presentes.[32][33]

Um esfregaço de sangue periférico mostra que a maioria dos leucócitos são neutrófilos, com desvio à esquerda (um espectro de formas mieloides imaturas circulantes); as contagens de basófilos e eosinófilos também estão comumente elevadas.

Um perfil metabólico completo é também recomendado.[5] Potássio, lactato desidrogenase e ácido úrico podem estar elevados devido à extensa renovação celular. Pseudohipercalemia, por trombocitose e/ou leucocitose, pode ser observada.[34]

Avaliação da medula óssea e análise molecular

A LMC é confirmada pela presença do cromossomo Filadélfia (Ph), t(9;22)(q34;q11). Vários métodos são empregados.

  • Aspiração e biópsia de medula óssea para análise citogenética: realizada em todos os pacientes para estabelecer a presença do cromossomo Ph e confirmar a fase da LMC.[5][35]​ Além do cromossomo Ph, a análise citogenética da medula óssea pode detectar anormalidades cromossômicas adicionais (ACAs) em células Ph-positivas e Ph-negativas, o que pode ter impacto prognóstico desfavorável. Recomenda-se a análise de 20-25 células em metáfase.[5][35]

  • Análise molecular usando reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa quantitativa (qRT-PCR) em sangue periférico: deve ser realizada na avaliação inicial para estabelecer a presença de transcrições quantificáveis de RNAm de BCR::ABL1. Os laboratórios devem relatar os resultados da qRT-PCR de acordo com uma escala internacional (EI).[36] A qRT-PCR é altamente sensível e é o único método quantitativo de avaliação da resposta molecular à terapia; o monitoramento regular por qRT-PCR é recomendado após o diagnóstico.[5][35]

  • Hibridização in situ fluorescente (FISH): realizada em aspirado de medula óssea ou sangue periférico para identificar rearranjos BCR::ABL1. Usada se a avaliação citogenética da medula óssea não for possível ou se os resultados da citogenética e da qRT-PCR forem diferentes. Às vezes, é usada coma um teste de rastreamento inicial ou, se a qRT-PCR não estiver disponível, para monitoramento de doenças. A FISH não consegue detectar ACAs.[5][35]

análise mutacional

Realizada para identificar mutações associadas à resistência aos inibidores de tirosina quinase (TKI). A análise da mutação do domínio quinase BCR::ABL1 (usando sequenciamento de próxima geração) deve ser realizada para os pacientes com doença em fase crônica que apresentarem resposta inadequada à terapia com TKI, e para os pacientes diagnosticados com, ou que evoluírem para, doença avançada.[5][35]

O sequenciamento de nova geração com um painel de mutação mieloide pode ser considerado em pacientes sem mutações identificadas no domínio da quinase BCR::ABL1 para detectar mutações de baixo nível no domínio da quinase BCR::ABL1 ou mutações de resistência independentes de BCR::ABL1.[5][35]

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