A maioria dos pacientes é assintomática, e o diagnóstico costuma ser feito com base nos achados incidentais do hemograma completo realizado por outros motivos.[31]Jabbour E, Kantarjian H. Chronic myeloid leukemia: 2025 update on diagnosis, therapy, and monitoring. Am J Hematol. 2024 Nov;99(11):2191-212.
https://www.doi.org/10.1002/ajh.27443
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39093014?tool=bestpractice.com
A maioria dos pacientes é diagnosticada na fase crônica.
Quando presentes, os sintomas geralmente incluem mal-estar, febre, perda de peso, desconforto abdominal e sudorese noturna. Esfregaço de sangue periférico, biópsia da medula óssea e estudos citogenéticos e/ou moleculares confirmam o diagnóstico.
História
Cerca de 50% dos pacientes é assintomática.[31]Jabbour E, Kantarjian H. Chronic myeloid leukemia: 2025 update on diagnosis, therapy, and monitoring. Am J Hematol. 2024 Nov;99(11):2191-212.
https://www.doi.org/10.1002/ajh.27443
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39093014?tool=bestpractice.com
Nesses casos, o diagnóstico é feito com base na detecção incidental de uma contagem leucocitária elevada.[1]Sawyers C. Chronic myeloid leukemia. N Engl J Med. 1999 Apr 29;340(17):1330-40.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10219069?tool=bestpractice.com
[31]Jabbour E, Kantarjian H. Chronic myeloid leukemia: 2025 update on diagnosis, therapy, and monitoring. Am J Hematol. 2024 Nov;99(11):2191-212.
https://www.doi.org/10.1002/ajh.27443
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39093014?tool=bestpractice.com
[32]Savage DG, Szydlo RM, Goldman JM. Clinical features at diagnosis in 430 patients with chronic myeloid leukemia seen at a referral center over a 16-year period. Br J Haematol. 1997 Jan;96(1):111-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9012696?tool=bestpractice.com
Nos EUA, a incidência atinge o pico entre os 65 e 74 anos de idade, com uma ligeira predominância no sexo masculino.[13]National Cancer Institute. Surveillance, Epidemiology, and End Results Program. Cancer stat facts: leukemia - chronic myeloid leukemia (CML). 2024 [internet publication].
https://seer.cancer.gov/statfacts/html/cmyl.html
Os pacientes podem relatar sintomas sistêmicos como febre, calafrios, mal-estar, perda de peso e sudorese noturna. Eles podem relatar sintomas localizados como desconforto no quadrante superior esquerdo ou sensação de empachamento. Uma quantidade excessiva de hematomas é comum, sejam eles espontâneos ou oriundos de traumas pequenos.[11]Goldman J. ABC of clinical haematology: chronic myeloid leukaemia. BMJ. 1997 Mar 1;314(7081):657-60. [Erratum in: BMJ 1997 Mar 15;314(7083):812.]
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2126117/pdf/9066482.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9066482?tool=bestpractice.com
Sintomas incomuns incluem dispneia ao esforço físico, epistaxe, artralgia e sensibilidade esternal.
Exame físico
O achado mais comum ao exame físico é a esplenomegalia (20% a 40%).[31]Jabbour E, Kantarjian H. Chronic myeloid leukemia: 2025 update on diagnosis, therapy, and monitoring. Am J Hematol. 2024 Nov;99(11):2191-212.
https://www.doi.org/10.1002/ajh.27443
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39093014?tool=bestpractice.com
[32]Savage DG, Szydlo RM, Goldman JM. Clinical features at diagnosis in 430 patients with chronic myeloid leukemia seen at a referral center over a 16-year period. Br J Haematol. 1997 Jan;96(1):111-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9012696?tool=bestpractice.com
O baço pode ser palpável na margem costal esquerda ou, com aumento extremo, pode preencher o lado esquerdo do abdome e se estender até a fossa ilíaca direita. Hepatomegalia pode estar presente com uma borda inferior macia e mal definida, mas é menos comum.[11]Goldman J. ABC of clinical haematology: chronic myeloid leukaemia. BMJ. 1997 Mar 1;314(7081):657-60. [Erratum in: BMJ 1997 Mar 15;314(7083):812.]
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2126117/pdf/9066482.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9066482?tool=bestpractice.com
[31]Jabbour E, Kantarjian H. Chronic myeloid leukemia: 2025 update on diagnosis, therapy, and monitoring. Am J Hematol. 2024 Nov;99(11):2191-212.
https://www.doi.org/10.1002/ajh.27443
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39093014?tool=bestpractice.com
Não é comum, porém pode-se notar palidez das membranas mucosas devido à anemia. Raramente, hemorragias retinianas podem estar presentes.[31]Jabbour E, Kantarjian H. Chronic myeloid leukemia: 2025 update on diagnosis, therapy, and monitoring. Am J Hematol. 2024 Nov;99(11):2191-212.
https://www.doi.org/10.1002/ajh.27443
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/39093014?tool=bestpractice.com
Investigações
O hemograma completo é o primeiro teste a ser solicitado.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: chronic myeloid leukemia [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_1
A grande maioria dos pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) tem uma contagem leucocitária elevada, e metade tem uma contagem leucocitária >100 x 10⁹/L (100 x 10³/microlitro ou 100,000/microlitro).[32]Savage DG, Szydlo RM, Goldman JM. Clinical features at diagnosis in 430 patients with chronic myeloid leukemia seen at a referral center over a 16-year period. Br J Haematol. 1997 Jan;96(1):111-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9012696?tool=bestpractice.com
Anemia e trombocitose podem estar presentes.[32]Savage DG, Szydlo RM, Goldman JM. Clinical features at diagnosis in 430 patients with chronic myeloid leukemia seen at a referral center over a 16-year period. Br J Haematol. 1997 Jan;96(1):111-6.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9012696?tool=bestpractice.com
[33]Liu Z, Shi Y, Yan Z, et al. Impact of anemia on the outcomes of chronic phase chronic myeloid leukemia in TKI era. Hematology. 2020 Dec;25(1):181-5.
https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/16078454.2020.1765563
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/32432512?tool=bestpractice.com
Um esfregaço de sangue periférico mostra que a maioria dos leucócitos são neutrófilos, com desvio à esquerda (um espectro de formas mieloides imaturas circulantes); as contagens de basófilos e eosinófilos também estão comumente elevadas.
Um perfil metabólico completo é também recomendado.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: chronic myeloid leukemia [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_1
Potássio, lactato desidrogenase e ácido úrico podem estar elevados devido à extensa renovação celular. Pseudohipercalemia, por trombocitose e/ou leucocitose, pode ser observada.[34]Sevastos N, Theodossiades G, Efstathiou S, et al. Pseudohyperkalemia in serum: the phenomenon and its clinical magnitude. J Lab Clin Med. 2006 Mar;147(3):139-44.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16503244?tool=bestpractice.com
Avaliação da medula óssea e análise molecular
A LMC é confirmada pela presença do cromossomo Filadélfia (Ph), t(9;22)(q34;q11). Vários métodos são empregados.
Aspiração e biópsia de medula óssea para análise citogenética: realizada em todos os pacientes para estabelecer a presença do cromossomo Ph e confirmar a fase da LMC.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: chronic myeloid leukemia [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_1
[35]Cross NCP, Ernst T, Branford S, et al. European LeukemiaNet laboratory recommendations for the diagnosis and management of chronic myeloid leukemia. Leukemia. 2023 Nov;37(11):2150-67.
https://www.doi.org/10.1038/s41375-023-02048-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37794101?tool=bestpractice.com
Além do cromossomo Ph, a análise citogenética da medula óssea pode detectar anormalidades cromossômicas adicionais (ACAs) em células Ph-positivas e Ph-negativas, o que pode ter impacto prognóstico desfavorável. Recomenda-se a análise de 20-25 células em metáfase.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: chronic myeloid leukemia [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_1
[35]Cross NCP, Ernst T, Branford S, et al. European LeukemiaNet laboratory recommendations for the diagnosis and management of chronic myeloid leukemia. Leukemia. 2023 Nov;37(11):2150-67.
https://www.doi.org/10.1038/s41375-023-02048-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37794101?tool=bestpractice.com
Análise molecular usando reação em cadeia da polimerase via transcriptase reversa quantitativa (qRT-PCR) em sangue periférico: deve ser realizada na avaliação inicial para estabelecer a presença de transcrições quantificáveis de RNAm de BCR::ABL1. Os laboratórios devem relatar os resultados da qRT-PCR de acordo com uma escala internacional (EI).[36]Müller MC, Cross NC, Erben P, et al. Harmonization of molecular monitoring of CML therapy in Europe. Leukemia. 2009 Nov;23(11):1957-63.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19710700?tool=bestpractice.com
A qRT-PCR é altamente sensível e é o único método quantitativo de avaliação da resposta molecular à terapia; o monitoramento regular por qRT-PCR é recomendado após o diagnóstico.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: chronic myeloid leukemia [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_1
[35]Cross NCP, Ernst T, Branford S, et al. European LeukemiaNet laboratory recommendations for the diagnosis and management of chronic myeloid leukemia. Leukemia. 2023 Nov;37(11):2150-67.
https://www.doi.org/10.1038/s41375-023-02048-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37794101?tool=bestpractice.com
Hibridização in situ fluorescente (FISH): realizada em aspirado de medula óssea ou sangue periférico para identificar rearranjos BCR::ABL1. Usada se a avaliação citogenética da medula óssea não for possível ou se os resultados da citogenética e da qRT-PCR forem diferentes. Às vezes, é usada coma um teste de rastreamento inicial ou, se a qRT-PCR não estiver disponível, para monitoramento de doenças. A FISH não consegue detectar ACAs.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: chronic myeloid leukemia [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_1
[35]Cross NCP, Ernst T, Branford S, et al. European LeukemiaNet laboratory recommendations for the diagnosis and management of chronic myeloid leukemia. Leukemia. 2023 Nov;37(11):2150-67.
https://www.doi.org/10.1038/s41375-023-02048-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37794101?tool=bestpractice.com
análise mutacional
Realizada para identificar mutações associadas à resistência aos inibidores de tirosina quinase (TKI). A análise da mutação do domínio quinase BCR::ABL1 (usando sequenciamento de próxima geração) deve ser realizada para os pacientes com doença em fase crônica que apresentarem resposta inadequada à terapia com TKI, e para os pacientes diagnosticados com, ou que evoluírem para, doença avançada.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: chronic myeloid leukemia [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_1
[35]Cross NCP, Ernst T, Branford S, et al. European LeukemiaNet laboratory recommendations for the diagnosis and management of chronic myeloid leukemia. Leukemia. 2023 Nov;37(11):2150-67.
https://www.doi.org/10.1038/s41375-023-02048-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37794101?tool=bestpractice.com
O sequenciamento de nova geração com um painel de mutação mieloide pode ser considerado em pacientes sem mutações identificadas no domínio da quinase BCR::ABL1 para detectar mutações de baixo nível no domínio da quinase BCR::ABL1 ou mutações de resistência independentes de BCR::ABL1.[5]National Comprehensive Cancer Network. NCCN clinical practice guidelines in oncology: chronic myeloid leukemia [internet publication].
https://www.nccn.org/guidelines/category_1
[35]Cross NCP, Ernst T, Branford S, et al. European LeukemiaNet laboratory recommendations for the diagnosis and management of chronic myeloid leukemia. Leukemia. 2023 Nov;37(11):2150-67.
https://www.doi.org/10.1038/s41375-023-02048-y
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/37794101?tool=bestpractice.com