Complicações
Os derrames pleurais podem complicar o tratamento com dasatinibe em aproximadamente 20% dos pacientes, sendo que o mecanismo é desconhecido. Um mecanismo mediado imunologicamente foi postulado com base em relatos de contagens elevadas de linfócitos.[101]
Os pacientes podem apresentar piora da dispneia.
Deve-se ponderar a interrupção da dose, o uso concomitante de diuréticos, a corticoterapia de curta duração ou a mudança para um inibidor de tirosina quinase alternativo.[101][102]
O dasatinibe está associado a um aumento do risco de hipertensão arterial pulmonar em 0.5% a 3% dos pacientes.
Os pacientes podem apresentar piora da dispneia na ausência de derrame pleural ou qualquer outra causa de dispneia.
Deve-se ponderar a interrupção da dose ou mudança para um inibidor de tirosina quinase alternativo.
O paciente deve ser encaminhado a um cardiologista ou outro especialista em hipertensão pulmonar para avaliação e tratamento.[103]
O ponatinibe está associado a oclusão arterial, tromboembolismo venoso, insuficiência cardíaca, pancreatite e hepatotoxicidade.
O tratamento deve ser interrompido se houver toxicidade cardiovascular, pancreatite ou hepatoxicidade; a decisão do reinício deve ser orientada por uma avaliação de risco-benefício. A redução da dose pode limitar o risco. Sempre que possível, devem-se procurar cuidados especializados (cardio-oncologia).
A terapia com inibidor de tirosina quinase está consideravelmente associada ao aumento do risco de eventos adversos cardiovasculares e arteriotrombóticos em pacientes com LMC em fase crônica.[104]
O ponatinibe tem a maior taxa de incidência para eventos adversos cardiovasculares e arteriotrombóticos.[104]
Mielossupressão grau 3 ou 4 pode ocorrer. Os pacientes apresentam anemia, neutropenia ou trombocitopenia.
O tratamento é a suspensão do TKI até que a toxicidade evolua para um grau 2 ou melhor. A consideração do suporte adequado com fator de crescimento é viável. A terapia é reiniciada e a dose é reduzida em 30%.[99] National Cancer Institute: Cancer Therapy Evaluation Program - common toxicity criteria: blood/bone marrow Opens in new window Resultados de uma metanálise em rede sugerem que, em pacientes com LMC, dasatinibe pode estar associado a um risco mais elevado de eventos adversos hematológicos que outros TKIs.[100]
Pode ser feita uma suplementação com cálcio e eletrólitos.[99]
Podem ser usados corticosteroides tópicos ou sistêmicos para tratar a erupção cutânea, e a dosagem do TKI é reduzida.[99]
Descontinua-se o TKI até que o prolongamento do intervalo QT remita.[99]
Desequilíbrios eletrolíticos são corrigidos quando presentes.
Pacientes tratados com nilotinibe devem ser observados quanto a evidência de arritmia e aconselhados para tomarem medicação em jejum e para evitar produtos derivados de toranja. Uma nova formulação de nilotinibe, sem requisitos de jejum, pode estar disponível em alguns países.
O nilotinibe apresenta uma advertência quanto a prolongação do QT e morte súbita. Deve ser evitado na presença de síndrome do QT longo. Recomenda-se o monitoramento do ECG antes do início do tratamento com nilotinibe, e 1 semana após o início do tratamento.[5]
Os pacientes devem evitar medicamentos que prolongam o intervalo QT e inibidores CYP3A4 fortes.
Pacientes com LMC apresentam alto risco de infecções virais, particularmente reativação de vírus latentes, como varicela-zóster e hepatite B. O tratamento com inibidores de tirosina quinase (TKIs) pode aumentar o risco de reativação viral.[105]
A sorologia para hepatite é recomendada como parte da investigação inicial para LMC, antes de iniciar a terapia com TKI.[5] Recomenda-se monitoramento rigoroso de infecções virais ou reativações.[105]
Os pacientes com neoplasias hematológicas têm maior risco de infecção por COVID-19 grave.[106] Existem diretrizes para o tratamento da COVID-19 em pacientes com neoplasias hematológicas.[107] Os pacientes com neoplasias hematológicas têm uma resposta atenuada à vacinação contra a COVID-19.[108]
Pacientes que recebem quimioterapia de indução e transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) alogênico apresentam maior risco de infecção. Profilaxia antimicrobiana apropriada deve ser considerada.[109] A seleção dos agentes varia com base nos protocolos locais e nas necessidades de cada paciente. O monitoramento de infecções é recomendado para todos os pacientes submetidos ao TCTH.
Foram relatados casos de SEPR pós-comercialização.[75]
Os sinais e sintomas apresentados podem incluir convulsões, cefaleia, rebaixamento do nível de consciência, funcionamento mental alterado, perda da visão e outros distúrbios visuais e neurológicos.
O tratamento deve ser interrompido se houver confirmação da SEPR; a decisão do reinício deve ser orientada por uma avaliação de risco-benefício.
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