Caso clínico

Caso clínico #1

Um homem de 54 anos apresenta história de 10 anos de hipertensão de difícil controle com medicamentos anti-hipertensivos. Seus sintomas incluem cefaleias frequentes, noctúria (3-4 vezes por noite) e letargia. Ele não tem outros quadros clínicos nem história médica pregressa. Além de uma pressão arterial (PA) de 160/96 mmHg, os achados no exame físico não são dignos de nota. Os eletrólitos plasmáticos são normais.

Caso clínico #2

Uma mulher de 28 anos apresenta história de 2 anos de hipertensão, associada a noctúria (4-5 vezes por noite), poliúria, palpitações, parestesias nos membros, letargia e fraqueza muscular generalizada. Não há outra história médica pregressa. O exame físico não apresenta nada digno de nota, além de uma PA de 160/100 mmHg, hiporreflexia global e músculos fracos. O potássio plasmático é 2.2 mmol/L (2.2 mEq/L), o bicarbonato é 34 mmol/L (34 mEq/L), e a creatinina sérica é normal.

Outras apresentações

A hipertensão no aldosteronismo primário (AP) pode ser leve ou grave e raramente é maligna.​[18] Os níveis de PA variam muito entre os pacientes com adenoma produtor de aldosterona ou hiperplasia adrenal bilateral e não podem ser usados para distinguir esses subtipos.[19] Nos casos de hiperaldosteronismo familiar tipo I (HF-I), a hipertensão costuma ser protelada, principalmente nas mulheres, mas pode ser de início precoce e grave o suficiente para causar morte precoce, geralmente por acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico.[20][21]​ O rastreamento familiar no HF-I e nas famílias com AP de etiologia genética incerta revelou fenótipos altamente diversos com alguns pacientes normotensos, consistente com AP evoluindo através de uma fase pré-clínica.[4][13][21][22][23][24][25]​ Menos de um quarto dos pacientes diagnosticados com AP e menos da metade das pessoas com adenoma produtor de aldosterona são hipocalêmicos.​[26][27]​ Nesses pacientes, o AP será indistinguível de hipertensão essencial, a menos que a renina e a aldosterona sejam medidas. Quando ocorre, a hipocalemia pode ser associada a noctúria, poliúria, fraqueza muscular, cãibras, parestesias e/ou palpitações. A noctúria é frequente mesmo na ausência de hipocalemia. Outros sintomas comuns entre pacientes normocalêmicos ou hiperêmicos incluem cefaleias, letargia, alterações de humor (incluindo irritabilidade, ansiedade ou depressão) e concentração mental comprometida. Durante a gestação, a hipertensão e os sintomas podem melhorar. Acredita-se que isso ocorre devido aos efeitos antimineralocorticoides dos altos níveis circulantes de progesterona placentária, que antagoniza a ação da aldosterona no receptor de mineralocorticoide.

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