Novos tratamentos

Semaglutida oral

Uma formulação oral da semaglutida entrou em estágio inicial de desenvolvimento clínico para o tratamento da obesidade. Há um uso off-label pouco documentado, mas provavelmente substancial, de semaglutida oral para o tratamento da obesidade nos EUA. Se aprovada, a semaglutida oral pode ser uma opção útil para pacientes nos quais a administração de um medicamento injetável é proibitiva.[190] As formulações oral e subcutânea da semaglutida já são indicadas para o tratamento do diabetes do tipo 2.

Amilina

A amilina é um peptídeo anorexígeno liberado pelas células beta pancreáticas e funciona como adjuvante da insulina no controle dos níveis glicêmicos. Ela também reduz o esvaziamento gástrico e pode restaurar a sensibilidade à leptina em pacientes obesos. Quando usada como adjuvante da dieta, dos exercícios e da terapia comportamental, a pranlintida (análogo sintético da amilina) aumentou a perda de peso no período de 12 meses em pacientes obesos.[191][192] A cagrilintida (um análogo da amilina de ação prolongada) foi analisada em combinação com a semaglutida para o controle do peso em pacientes com sobrepeso ou obesidade. Ensaios clínicos iniciais apresentam um perfil de segurança aceitável; no entanto, são necessários estudos adicionais para confirmar a eficácia e a segurança do tratamento.[193]

Antagonistas endocanabinoides

O antagonismo do receptor canabinoide CB1 é conhecido por seu efeito anorexígeno. O rimonabanto, um agonista inverso do receptor de CB1, reduziu a gordura intra-abdominal e melhorou os fatores de risco cardiometabólicos múltiplos em um ensaio clínico randomizado e controlado, mas foi retirado do mercado devido a aumento do risco de suicídio.[194][195][196] Agentes de segunda geração com menor penetrância cerebral estão em desenvolvimento clínico.[197]

Grelina

O antagonismo desse hormônio da fome demonstrou ser promissor em estudos clínicos preliminares, mas não em ensaios clínicos com humanos. Novas terapias, como vacinas de grelina, continuam em estágio inicial de desenvolvimento.[130]

Hormônio do crescimento humano (HCH)

O HCH exógeno pode inibir a lipase lipoproteica e diminuir a massa de adipócitos, mas também pode causar hiperglicemia. O domínio do peptídeo do HCH que inibe a lipase lipoproteica foi isolado. No entanto, esse fragmento não parece ser diabetogênico. Uma metanálise sugeriu que o tratamento com HCH recombinante está associado à diminuição da obesidade visceral sem perda de peso geral.[198] Outros achados incluíram efeitos positivos sobre os lipídios séricos e o colesterol em crianças obesas.[199][200]

Hormônio tireoidiano

A terapia com hormônio tireoidiano foi sugerida para a perda de peso na obesidade, durante a privação calórica e para melhorar a morbidade e a mortalidade em adultos com doenças não tireoidianas. Os dados referentes à eficácia da terapia do hormônio tireoidiano no tratamento da obesidade ou de doenças não tireoidianas são inconclusivos. Os dados comprovam que tais terapias induzem o hipertireoidismo subclínico.[201]

Cetilistato

O cetilistato, um inibidor de lipase similar ao orlistate, reduziu o peso corporal e os níveis de lipídios séricos quando administrado em combinação com deficit calórico em pacientes obesos com e sem diabetes.[202][203] Os eventos adversos mais comuns associados com cetilistato foram de natureza gastrointestinal; no entanto, foram observados menos eventos gastrointestinais com o cetilistato que com o orlistate. O cetilistato está aprovado no Japão para o tratamento da obesidade com complicações.

Metformina

Uma metanálise de 21 ensaios clínicos randomizados e controlados indicou que o tratamento com metformina levou a reduções modestas no índice de massa corporal (IMC).[204] Ensaios maiores são necessários para confirmar o efeito da metformina sobre a perda de peso.

Tesofensina

A tesofensina, um inibidor da recaptação da noradrenalina, dopamina e serotonina, demonstrou eficácia como adjuvante da dieta em um estudo clínico de fase 2.[205] Uma terapia combinada com dose fixa de tesofensina e metoprolol, um betabloqueador, recebeu a designação de medicamento órfão pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA para obesidade a hipotalâmica e a síndrome de Prader-Willi.

Bloqueio do nervo vago

Dispositivos de bloqueio intermitente reversível do nervo vago, como o Maestro Rechargeable System, foram aprovados pela FDA para tratamento da obesidade.[206] O bloqueio no nervo vago demonstrou induzir a saciedade resultando em perda de peso e controle glicêmico.[207][208]

Revestimento de bypass do duodeno-jejuno

O revestimento de bypass duodeno-jejunal é uma manga impermeável inserida por via endoscópica no intestino proximal para formar uma barreira entre a comida e a parede intestinal. Um ensaio clínico randomizado demonstrou que o revestimento de bypass duodeno-jejunal associado a dieta é efetivo na redução do peso comparado com a dieta isolada em pacientes com obesidade e diabetes do tipo 2.[209] No entanto, os benefícios clínicos do revestimento de bypass duodeno-jejunal não são mantidos 12 meses após a remoção.[210]

Gastroplastia vertical endoscópica

A gastroplastia vertical endoscópica é um procedimento experimental com resultados em curto prazo de 14.9% a 18.6% de perda de peso corporal total.[211] Uma revisão sistemática e metanálise constataram que a gastroplastia vertical endoscópica foi associada a menos complicações que a gastrectomia vertical laparoscópica.[212]

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