Prognóstico

Em todos os pacientes com pneumonia por Pneumocystis (PPC), a sobrevida global melhorou. Em um grande banco de dados de certidões de óbito dos EUA, a taxa de mortalidade diminuiu de 0.470 morte por 100,000 pessoas, em 1999, para 0.154 por 100,000 pessoas, em 2014.[113] Mais diretamente, no projeto Adult and Adolescent Spectrum HIV disease, a sobrevida em 12 meses elevou-se de 40%, em 1992/1993, para 63%, em 1996/1998.[114] Os fatores associados a uma sobrevida ruim eram história de PPC prévia, contagem de células CD4 baixa (<50 células/microlitro), porcentagem de células CD4 <15% e idade inferior a 60 anos. Em pacientes positivos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) admitidos com PPC em 3 importantes centros acadêmicos entre 1995 e 1997, a mortalidade geral dos pacientes hospitalizados era de 11.3%.[115] Fatores associados ao risco elevado de mortalidade eram:

  • Gradiente A-a elevado

  • Hipoalbuminemia

  • Uso de substâncias ilícitas

  • Frequência respiratória elevada

  • Profilaxia prévia para infecção por Mycobacterium avium intracellulare

  • Diagnóstico prévio de síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS)

  • Contagem leucocitária elevada

  • Creatinina sérica elevada

  • Sintomas neurológicos.

Um estudo de 2008 mostrou que a mortalidade da PPC entre 1996 e 2006 era de 9.7% e os preditores iniciais de mortalidade eram:[116]

  • Idade avançada do paciente

  • Episódios subsequentes de PPC

  • Nível de hemoglobina baixo na internação hospitalar

  • Pressão parcial baixa do oxigênio no ar ambiente na internação hospitalar

  • Presença de comorbidade clínica

  • Sarcoma de Kaposi pulmonar.

Outro estudo sobre 136 episódios de PPC entre 2000 e 2013 constatou que a mortalidade foi de 11% e a sobrevida em 5 anos foi de 73% em geral (88% naqueles que aderiram à terapia antirretroviral [TAR] combinada e 34% naqueles que não aderiram à TAR).[16]

No San Francisco General Hospital, foi realizada uma série de estudos sobre os desfechos e a epidemiologia da PPC na unidade de terapia intensiva (UTI), abrangendo todo o período da epidemia de HIV/AIDS naquela instituição.[117][118][119][120][121][122] Outros estudos desta série mostram que a sobrevida em pacientes HIV-positivos gravemente enfermos continuou a melhorar na era da TAR e que a incidência do diagnóstico da PPC para admissão na UTI continuou a diminuir.[117][119][123] Em pacientes HIV-positivos gravemente enfermos, admitidos na UTI, a PPC foi a causa mais comum de insuficiência respiratória e esteve associada à diminuição da sobrevida, embora a incidência da PPC em pacientes em TAR seja muito mais baixa que naqueles que não estavam em uso de TAR (3% contra 19%, P < 0.001).[119] Nos pacientes admitidos na UTI com PPC, o uso da TAR foi um preditor independente de melhora da sobrevida e da necessidade de ventilação mecânica e/ou desenvolvimento de um pneumotórax. A admissão protelada na UTI foi associada a aumento da mortalidade.[123]

Em pacientes HIV-negativos com PPC, a morbidade e a mortalidade são mais elevadas que naqueles HIV-positivos.[25][27][28][124][125] Em uma série de casos de pacientes HIV-negativos que desenvolveram PPC, 97% precisaram de internação hospitalar, 69% foram internados na UTI, 66% precisaram de ventilação mecânica e a mortalidade foi de 39%.[124] Em uma outra série, a mortalidade era de 69% e a incidência de fatores associados à mortalidade (ou seja, com escore II na Avaliação de Fisiologia Aguda e Doença Crônica, lesão pulmonar aguda/síndrome do desconforto respiratório agudo, diagnóstico tardio, infecções nosocomiais) era alta.[126]

O uso deste conteúdo está sujeito ao nosso aviso legal