Caso clínico

Caso clínico #1

Uma mulher de 38 anos, com 4 anos de dor disseminada pelo corpo, consulta seu médico. A dor começou depois de um acidente com veículo automotor e esteve inicialmente limitada ao pescoço. Aos poucos, a dor se disseminou e ela agora se queixa de dor em todo corpo, o tempo todo. Ela não apresenta edema nas articulações nem sintomas sistêmicos. Ela não dorme bem e tem fadiga. Ela tem síndrome do intestino irritável, mas é saudável. O exame físico revela uma mulher de boa aparência com exame musculoesquelético normal, exceto pela sensibilidade difusa à palpação. Os testes laboratoriais de rotina são normais.

Caso clínico #2

Um homem de 45 anos é encaminhado à clínica de reumatologia com história de três anos de dor generalizada, fadiga e perturbações do sono. A dor começou gradualmente no pescoço, antes de envolver os ombros e a parte superior dos braços, pescoço, coluna lombar e pernas. Ele também relata cefaleias diárias, fadiga intensa e sono não reparador, a ponto de ter que deixar o emprego como zelador da escola local. Ele nega alterações cutâneas, perda de peso, edema ou vermelhidão nas articulações, história pessoal ou familiar conhecida de doença autoimune ou reumática. O exame físico revelou sensibilidade muscular mínima à palpação e nenhuma evidência de inflamação ou dano articular. Seus exames de sangue estão normais.

Outras apresentações

A dor crônica e generalizada, que é finalmente diagnosticada como fibromialgia, pode se manifestar após uma lesão significativa, trauma, doença, internação hospitalar ou período emocionalmente estressante. No entanto, um evento desencadeante nem sempre é observado.

Fibromialgia em homens

A fibromialgia (FM) em homens costuma ser negligenciada e mal compreendida, pois os pacientes e os médicos podem descartá-la como uma síndrome feminina ou confundi-la com outros problemas de saúde. Novas evidências de estudos transversais indicam que há diferenças notáveis em como a doença se manifesta entre os dois sexos, como: homens normalmente apresentam dor de menor intensidade; homens podem apresentar menor contagem de pontos sensíveis (o que resultou na revisão dos critérios de diagnóstico pelo American College of Rheumatology, com base no índice de dor disseminada e no escore de gravidade dos sintomas); níveis mais baixos de depressão em homens; ou níveis mais baixos de dor com catastrofização em homens.[2][3][4][5]​​[6]

Os homens podem apresentar história mais longa de dor e taxas mais altas de incapacidade.[2] Essas diferenças podem decorrer do fato de os homens apresentarem estágios mais avançados da doença, mas há evidências de que a experiência da dor e a resposta à terapia são afetadas por diferenças em hormônios sexuais, inclusive estrogênio, progesterona e testosterona.

Como a maioria dos ensaios clínicos sobre fibromialgia tiveram inscrição predominantemente de mulheres, a eficácia e a segurança de intervenções não farmacológicas e farmacológicas para fibromialgia não foram avaliadas de maneira adequada para homens.[6] São necessárias mais investigações para entender os aspectos da fibromialgia específicos de cada sexo e para otimizar seu diagnóstico e tratamento tanto em homens quanto em mulheres.

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