É necessária uma abordagem multidisciplinar da fase aguda, combinando terapia de suporte e terapia modificadora da doença com imunoglobulina intravenosa (IGIV) de alta dose ou plasmaférese.[12]Willison HJ, Jacobs BC, van Doorn PA. Guillain-Barré syndrome. Lancet. 2016 Aug 13;388(10045):717-27.
https://www.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)00339-1
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26948435?tool=bestpractice.com
IGIV e plasmaférese são igualmente eficazes.
Terapia de suporte: manejo respiratório
A insuficiência respiratória é comum na SGB, e aproximadamente 20% a 30% dos pacientes precisam de suporte ventilatório em uma unidade de terapia intensiva (UTI).[12]Willison HJ, Jacobs BC, van Doorn PA. Guillain-Barré syndrome. Lancet. 2016 Aug 13;388(10045):717-27.
https://www.doi.org/10.1016/S0140-6736(16)00339-1
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[129]Walgaard C, Lingsma HF, Ruts L, et al. Prediction of respiratory insufficiency in Guillain-Barré syndrome. Ann Neurol. 2010 Jun;67(6):781-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20517939?tool=bestpractice.com
Os fatores de risco para progressão para ventilação mecânica incluem: curto período de tempo desde o início dos sintomas até a internação hospitalar, fraqueza bulbar, cervical ou facial, fraqueza muscular grave na internação hospitalar e instabilidade autonômica.[128]Green C, Baker T, Subramaniam A. Predictors of respiratory failure in patients with Guillain-Barré syndrome: a systematic review and meta-analysis. Med J Aust. 2018 Mar 5;208(4):181-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29490222?tool=bestpractice.com
[129]Walgaard C, Lingsma HF, Ruts L, et al. Prediction of respiratory insufficiency in Guillain-Barré syndrome. Ann Neurol. 2010 Jun;67(6):781-7.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20517939?tool=bestpractice.com
Algoritmos ou ferramentas que predizem o risco de insuficiência respiratória de um paciente na internação (por exemplo, o Escore Erasmus de Insuficiência Respiratória na SGB [EGRIS]) podem ser mais confiáveis do que variáveis individuais.[128]Green C, Baker T, Subramaniam A. Predictors of respiratory failure in patients with Guillain-Barré syndrome: a systematic review and meta-analysis. Med J Aust. 2018 Mar 5;208(4):181-8.
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[129]Walgaard C, Lingsma HF, Ruts L, et al. Prediction of respiratory insufficiency in Guillain-Barré syndrome. Ann Neurol. 2010 Jun;67(6):781-7.
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[11]Leonhard SE, Mandarakas MR, Gondim FAA, et al. Diagnosis and management of Guillain-Barré syndrome in ten steps. Nat Rev Neurol. 2019 Nov;15(11):671-83.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/31541214?tool=bestpractice.com
Não se deve confiar somente na oximetria de pulso e na gasometria arterial, pois a hipóxia e a hipercapnia são sinais tardios e os pacientes descompensarão rapidamente.
Não existem evidências suficientes para recomendar métodos específicos de monitoramento da função respiratória, mas o estado respiratório deve ser monitorado em todos os pacientes.[150]Hughes RA, Wijdicks EF, Benson E, et al; Multidisciplinary Consensus Group. Supportive care for patients with Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2005 Aug;62(8):1194-8.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/789059
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16087757?tool=bestpractice.com
A espirometria à beira do leito, incluindo medição da capacidade vital forçada, deve ser realizada a cada 6 horas inicialmente. A espirometria inicial também ajudará na triagem dos pacientes para a unidade de terapia intensiva (UTI) ou a ala normal.
Os pacientes com disfunção bulbar, alto risco de aspiração (isto é, infiltrados na radiografia torácica) e nova atelectasia na radiografia torácica devem ser intubados inicialmente para proteção das vias aéreas e para impedir insuficiência respiratória.
Nos pacientes sem disfunção bulbar ou com disfunção bulbar leve sem risco de aspiração, a regra 20/30/40 deve ser usada.[125]Lawn ND, Fletcher DD, Henderson RD, et al. Anticipating mechanical ventilation in Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2001 Jun;58(6):893-8.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/779520
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11405803?tool=bestpractice.com
O paciente deve ser monitorado na UTI, e a intubação eletiva deverá ser considerada quando da presença de qualquer uma das seguintes condições:
A capacidade vital for <20 mL/kg
A pressão inspiratória máxima for pior que -30 cmH₂O (força inspiratória negativa)
A pressão expiratória máxima for <40 cmH₂O
Redução de 30% da capacidade vital, pressão inspiratória máxima ou pressão expiratória máxima com relação à linha basal.[125]Lawn ND, Fletcher DD, Henderson RD, et al. Anticipating mechanical ventilation in Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2001 Jun;58(6):893-8.
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A duração média da ventilação relatada é de 15 a 43 dias, e o desmame deve ser orientado por testes de função pulmonar (TFPs) seriados e avaliação de força.[150]Hughes RA, Wijdicks EF, Benson E, et al; Multidisciplinary Consensus Group. Supportive care for patients with Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2005 Aug;62(8):1194-8.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/789059
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16087757?tool=bestpractice.com
A necessidade de traqueostomia deve ser considerada a partir da semana 2, principalmente se os TFPs não mostrarem melhora. Se houver uma melhora dos TFPs acima da linha basal, a traqueostomia poderá ser protelada por uma semana antes da reavaliação.[150]Hughes RA, Wijdicks EF, Benson E, et al; Multidisciplinary Consensus Group. Supportive care for patients with Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2005 Aug;62(8):1194-8.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/789059
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Terapia de suporte: manejo cardiovascular
O monitoramento hemodinâmico do pulso e da pressão arterial (PA) deve ser iniciado na admissão. A telemetria é prudente, principalmente se houver evidências de disautonomia. Se a disautonomia estiver presente, o monitoramento cardíaco contínuo e a colocação de um cateter de Foley deverão ser iniciados na admissão. Não existem dados suficientes para métodos e configurações de monitores, mas todos os pacientes com doença grave devem ter pulso e PA monitorados até não precisarem mais de suporte ventilatório e começarem a se recuperar.[17]Ho TW, Mishu B, Li CY, et al. Guillain-Barré syndrome in northern China. Relationship to Campylobacter jejuni infection and anti-glycolipid antibodies. Brain. 1995 Jun;118 ( Pt 3):597-605.
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[150]Hughes RA, Wijdicks EF, Benson E, et al; Multidisciplinary Consensus Group. Supportive care for patients with Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2005 Aug;62(8):1194-8.
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O equilíbrio hídrico deve ser monitorado com cuidado, pois a disfunção autonômica dificulta muito a determinação clínica do estado de hidratação. Episódios de hipotensão podem ser tratados com fluido em bolus.
Se a PA for muito lábil, o monitoramento intra-arterial de PA deverá ser iniciado. Os episódios de hipertensão devem ser tratados com agentes de curta duração (por exemplo, labetalol, esmolol, nitroprussiato) para evitar a hipotensão abrupta.
Outros fatores que podem potencializar a disautonomia incluem medidas como sucção, mudança de posição (isto é, deitado para sentado) e medicamentos (anti-hipertensivos, succinilcolina).[153]Truax B. Autonomic disturbances in Guillain-Barré syndrome. Semin Neurol. 1984;4(4):462-8.
Terapia de suporte: profilaxia da trombose venosa profunda (TVP)
Imobilidade e hipercoagulação provenientes de tratamentos como IGIV podem aumentar o risco de TVP nesses pacientes.[154]Lawn ND, Wijdicks EF. Fatal Guillain-Barré syndrome. Neurology. 1999 Feb;52(3):635-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10025803?tool=bestpractice.com
Anticoagulação profilática apropriada (por exemplo, um anticoagulante oral direto, heparina não fracionada subcutânea ou uma heparina de baixo peso molecular) e meias de compressão são recomendados para pacientes incapazes de deambular até que sejam capazes de andar independentemente.[150]Hughes RA, Wijdicks EF, Benson E, et al; Multidisciplinary Consensus Group. Supportive care for patients with Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2005 Aug;62(8):1194-8.
https://jamanetwork.com/journals/jamaneurology/fullarticle/789059
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16087757?tool=bestpractice.com
Terapia de suporte: controle da dor
Vários medicamentos (por exemplo, gabapentina, carbamazepina, amitriptilina) podem ser úteis no tratamento agudo e de longo prazo da dor neuropática associada a SGB.[150]Hughes RA, Wijdicks EF, Benson E, et al; Multidisciplinary Consensus Group. Supportive care for patients with Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2005 Aug;62(8):1194-8.
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Os opioides podem agravar a alteração da motilidade autonômica do intestino e a distensão da bexiga e devem ser usados com cautela.[155]Zochodne DW. Autonomic involvement in Guillain-Barré syndrome: a review. Muscle Nerve. 1994 Oct;17(10):1145-55.
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[150]Hughes RA, Wijdicks EF, Benson E, et al; Multidisciplinary Consensus Group. Supportive care for patients with Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2005 Aug;62(8):1194-8.
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[156]Burns TM, Lawn ND, Low PA, et al. Adynamic ileus in severe Guillain-Barré syndrome. Muscle Nerve. 2001 Jul;24(7):963-5.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11410925?tool=bestpractice.com
Escolha da imunoterapia
A imunoterapia engloba IGIV ou plasmaférese.
IGIV e plasmaférese são igualmente eficazes.[157]Hughes RA, Wijdicks EF, Barohn R, et al. Practice parameter: immunotherapy for Guillain-Barré syndrome: report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2003 Sep 23;61(6):736-40.
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[11]Leonhard SE, Mandarakas MR, Gondim FAA, et al. Diagnosis and management of Guillain-Barré syndrome in ten steps. Nat Rev Neurol. 2019 Nov;15(11):671-83.
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Uma revisão Cochrane constatou evidências de qualidade moderada de que, na doença grave, a IVIG administrada em até 2 semanas após o início da doença acelera a recuperação de forma semelhante à plasmaférese.[52]Hughes RA, Swan AV, van Doorn PA. Intravenous immunoglobulin for Guillain-Barré syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Sep 19;(9):CD002063.
http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD002063.pub6/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25238327?tool=bestpractice.com
A terapia combinada (plasmaférese seguida por IGIV) não é recomendada.[52]Hughes RA, Swan AV, van Doorn PA. Intravenous immunoglobulin for Guillain-Barré syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Sep 19;(9):CD002063.
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[157]Hughes RA, Wijdicks EF, Barohn R, et al. Practice parameter: immunotherapy for Guillain-Barré syndrome: report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2003 Sep 23;61(6):736-40.
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A IGIV é administrada por infusão intravenosa periférica. Ela é usada com mais frequência que a plasmaférese, pois esta requer acesso venoso central e está associada a problemas de tolerabilidade.[158]Perez EE, Orange JS, Bonilla F, et al. Update on the use of immunoglobulin in human disease: a review of evidence. J Allergy Clin Immunol. 2017 Mar;139(3s):S1-46.
https://www.jacionline.org/article/S0091-6749(16)31141-1/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28041678?tool=bestpractice.com
Complicações relacionadas com o tratamento são menos frequentes com a IVIG do que com a plasmaférese.[157]Hughes RA, Wijdicks EF, Barohn R, et al. Practice parameter: immunotherapy for Guillain-Barré syndrome: report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2003 Sep 23;61(6):736-40.
http://n.neurology.org/content/61/6/736.full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14504313?tool=bestpractice.com
A IGIV é um hemoderivado combinado e está associada ao risco de transmissão de patógenos (por exemplo, HIV, hepatite B ou C, doença de Creutzfeldt-Jakob), embora o risco seja baixo.
A IGIV pode desencadear anafilaxia em um indivíduo com deficiência de IgA e é contraindicada para esses pacientes. A plasmaférese é preferível em casos de insuficiência renal contínua.
Grandes ensaios clínicos randomizados estabeleceram a eficácia da plasmaférese em casos de doença grave.[14]The French Cooperative Group on Plasma Exchange in Guillain-Barré Syndrome. Appropriate number of plasma exchanges in Guillain-Barré syndrome. Ann Neurol. 1997 Mar;41(3):298-306.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9066350?tool=bestpractice.com
[159]French Cooperative Group on Plasma Exchange in Guillain-Barré syndrome. Efficiency of plasma exchange in Guillain-Barré syndrome: role of replacement fluids. Ann Neurol. 1987 Dec;22(6):753-61.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2893583?tool=bestpractice.com
[160]Osterman PO, Fagius J, Lundemo G, et al. Beneficial effects of plasma exchange in acute inflammatory polyradiculoneuropathy. Lancet. 1984 Dec 8;2(8415):1296-9.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/6150321?tool=bestpractice.com
A plasmaférese é recomendada para pacientes deambulantes cujo início dos sintomas neurológicos tenha >2 semanas, pois os ensaios com IGIV não incluíram esses pacientes.[157]Hughes RA, Wijdicks EF, Barohn R, et al. Practice parameter: immunotherapy for Guillain-Barré syndrome: report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2003 Sep 23;61(6):736-40.
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[161]Donofrio PD, Berger A, Brannagan TH 3rd, et al. Consensus statement: the use of intravenous immunoglobulin in the treatment of neuromuscular conditions report of the AANEM ad hoc committee. Muscle Nerve. 2009 Nov;40(5):890-900.
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Evidências sugerem que, em adultos com SGB, a plasmaférese é superior aos cuidados de suporte em relação a:[50]Chevret S, Hughes RA, Annane D. Plasma exchange for Guillain-Barré syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 27;(2):CD001798.
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Tempo médio para voltar a andar com ajuda (desfecho primário)
Tempo mais curto até o início da recuperação (desfecho primário)
Melhora de um grau de deficiência em 4 semanas (desfecho secundário).
Não existem evidências sobre a eficácia relativa da plasmaférese e da IGIV para tratar formas axonais da síndrome de Guillain-Barré (SGB).
A monoterapia com corticosteroide não reduz significativamente o tempo de recuperação ou previne a incapacidade de longa duração em pacientes com SGB; os corticosteroides orais retardam a recuperação em comparação com o placebo, possivelmente devido a efeitos prejudiciais no músculo desnervado.[162]Hughes RA, Brassington R, Gunn AA, et al. Corticosteroids for Guillain-Barré syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2016 Oct 24;(10):CD001446.
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http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27775812?tool=bestpractice.com
[
]
What are the benefits and harms of corticosteroids in people with Guillain‐Barré syndrome?/cca.html?targetUrl=https://www.cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1497/fullMostre-me a resposta[Evidência B]eb2545f6-7bfb-4eda-ae95-1c163e6ad598ccaBQuais são os benefícios e malefícios dos corticosteroides em indivíduos com síndrome de Guillain‐Barré?
Imunoglobulina intravenosa (IGIV)
A IVIG é recomendada para:[52]Hughes RA, Swan AV, van Doorn PA. Intravenous immunoglobulin for Guillain-Barré syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2014 Sep 19;(9):CD002063.
http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD002063.pub6/full
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[157]Hughes RA, Wijdicks EF, Barohn R, et al. Practice parameter: immunotherapy for Guillain-Barré syndrome: report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2003 Sep 23;61(6):736-40.
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Um pequeno estudo retrospectivo não encontrou uma diferença nos desfechos de dois grupos que receberam IGIV até 7 dias após o início dos sintomas ou 7 dias ou mais após o início dos sintomas.[163]Guzey Aras Y, Tanik O, Dogan Güngen B, et al. Patient characteristics and the effects of intravenous immunoglobulin in patients with Guillain-Barre syndrome. Ideggyogy Sz. 2016 Nov 30;69(11-12):389-95.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29733556?tool=bestpractice.com
Um ensaio clínico randomizado e controlado não encontrou evidências de qualquer benefício de um segundo ciclo de IGIV para pacientes com SGB com prognóstico desfavorável e havia risco de eventos adversos graves. Portanto, um segundo ciclo de IGIV não é recomendado.[164]Walgaard C, Jacobs BC, Lingsma HF, et al. Second intravenous immunoglobulin dose in patients with Guillain-Barré syndrome with poor prognosis (SID-GBS): a double-blind, randomised, placebo-controlled trial. Lancet Neurol. 2021 Apr;20(4):275-83.
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Plasmaférese
Deve-se realizar uma plasmaférese o quanto antes:[157]Hughes RA, Wijdicks EF, Barohn R, et al. Practice parameter: immunotherapy for Guillain-Barré syndrome: report of the Quality Standards Subcommittee of the American Academy of Neurology. Neurology. 2003 Sep 23;61(6):736-40.
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A plasmaférese é mais efetiva quando iniciada em até 7 dias do início dos sintomas, mas observou-se melhora do desfecho quando a plasmaférese foi iniciada até 30 dias depois do início.[50]Chevret S, Hughes RA, Annane D. Plasma exchange for Guillain-Barré syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 27;(2):CD001798.
http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD001798.pub3/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28241090?tool=bestpractice.com
[165]McKhann GM, Griffin JW, Cornblath DR, et al. Plasmapheresis and Guillain-Barré syndrome: analysis of prognostic factors and the effect of plasmapheresis. Ann Neurol. 1988 Apr;23(4):347-53.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3382169?tool=bestpractice.com
A plasmaférese deve ser iniciada paralelamente aos cuidados de suporte. Muitas vezes, são necessárias de duas a cinco plasmaféreses, dependendo da gravidade da SGB.[50]Chevret S, Hughes RA, Annane D. Plasma exchange for Guillain-Barré syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 27;(2):CD001798.
http://cochranelibrary-wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD001798.pub3/full
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Os pacientes com plasmaférese devem ser monitorados rigorosamente quanto a anormalidades eletrolíticas e coagulopatias.
O risco de recaída durante os primeiros 6 a 12 meses após o início dos sintomas é maior com a plasmaférese em comparação com aqueles não tratados.[50]Chevret S, Hughes RA, Annane D. Plasma exchange for Guillain-Barré syndrome. Cochrane Database Syst Rev. 2017 Feb 27;(2):CD001798.
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Reabilitação
Isso é recomendado na fase aguda. Compreende o fortalecimento leve que envolve a resistência isométrica, isotônica, isocinética e manual e exercícios de resistência progressivos. A reabilitação deve se concentrar no posicionamento adequado dos membros, postura, medidas ortóticas e nutrição.[150]Hughes RA, Wijdicks EF, Benson E, et al; Multidisciplinary Consensus Group. Supportive care for patients with Guillain-Barré syndrome. Arch Neurol. 2005 Aug;62(8):1194-8.
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Uma abordagem multidisciplinar demonstrou melhorar a incapacidade e a qualidade de vida e reduzir a fadiga.[166]Khan F, Amatya B. Rehabilitation interventions in patients with acute demyelinating inflammatory polyneuropathy: a systematic review. Eur J Phys Rehabil Med. 2012 Sep;48(3):507-22.
https://www.minervamedica.it/en/journals/europa-medicophysica/article.php?cod=R33Y2012N03A0507
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