Etiologia

O desenvolvimento da TB requer a infecção pelo Mycobacterium tuberculosis e a contenção inadequada pelo sistema imunológico. Os pacientes infectados com M tuberculosis que não apresentam evidência clínica, bacteriológica ou radiográfica de TB ativa são considerados como tendo infecção latente por TB. A TB ativa pode ocorrer pela reativação de uma infecção latente prévia ou pela evolução de uma infecção primária.

A transmissão de TB ocorre a partir de indivíduos infectados com doença pulmonar (e raramente laríngea). A infecção resulta da inalação de partículas aerossolizadas (núcleos goticulares) contendo a bactéria. A probabilidade de transmissão depende da infectividade do paciente-fonte (por exemplo, estado do esfregaço e extensão da cavitação na radiografia torácica), do grau de exposição ao paciente (por exemplo, proximidade, ventilação e duração da exposição) e da suscetibilidade do indivíduo em contato com um paciente infectado.[8] Indivíduos infectados por HIV apresentam maior risco de reativação e de evolução para TB primária. Outros grupos com aumento do risco para o desenvolvimento da TB ativa incluem indivíduos com conversão recente do teste tuberculínico, desabrigados, usuários de drogas injetáveis, tabagistas e indivíduos imunocomprometidos (por exemplo, indivíduos com diabetes, em corticoterapia prolongada, com doença renal em estágio terminal, com desnutrição ou neoplasias hematológicas).[9][10]

Fisiopatologia

A infecção por TB necessita a inalação de partículas em aerossol chamadas de núcleos goticulares. Após a deposição nos alvéolos, o Mycobacterium tuberculosis é envolvido pelos macrófagos alveolares, mas sobrevive e se multiplica dentro dos macrófagos. Os bacilos proliferantes matam os macrófagos e são liberados; esse evento acarreta uma resposta do sistema imunológico. A exposição pode causar a eliminação do M tuberculosis, uma infecção latente persistente ou a evolução para doença primária.

O sucesso na contenção da TB depende do sistema imune celular, mediado principalmente pelas células T auxiliares (resposta TH1). As células T e os macrófagos formam um granuloma com um centro que contém material necrótico (centro caseoso), o M tuberculosis e tecido de granulação periférica, consistindo principalmente em macrófagos e linfócitos; o granuloma serve para prevenir crescimento adicional e a disseminação do M tuberculosis. Esses indivíduos não são infecciosos e apresentam infecção por TB latente; a maioria desses pacientes apresentará radiografia torácica normal e teste tuberculínico positivo.

A TB ativa costuma ocorrer por meio de um processo de reativação. Aproximadamente 10% dos indivíduos com infecção latente evoluirão para a doença ativa ao longo de suas vidas. O maior risco é em até 2 anos após a aquisição inicial do M tuberculosis. Várias condições podem alterar esse risco, particularmente a infecção por HIV não tratada, na qual o risco anual de evolução para TB ativa é de 8% a 10%. Condições de imunocomprometimento e tratamentos com medicamentos imunossupressores, incluindo corticosteroides sistêmicos e antagonistas do fator de necrose tumoral alfa, também contribuem para a reativação.

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