Transtornos de pânico
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Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
ataque de pânico agudo
tranquilização
Forneça tranquilização de que os sintomas não são perigosos e que o ataque irá diminuir em breve.
Os pacientes, geralmente, hiperventilam durante o ataque, porém, subjetivamente, vivenciam isso como dispneia. É necessário explicar isto ao paciente, enfatizando que ele deve respirar devagar.
É útil usar uma sala silenciosa e contar com a ajuda de uma pessoa de confiança do paciente.
Nos contextos de emergências, os benzodiazepínicos podem, às vezes, ser considerados para interromper um ataque agudo, por exemplo se a agitação ou ansiedade do paciente for particularmente grave.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
transtorno de pânico
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
O tratamento é individualizado e leva em consideração a gravidade, os potenciais efeitos adversos, a história de tratamento prévio, as preferências do paciente, transtornos comórbidos e a disponibilidade de tratamento. Com guia geral, para indivíduos com transtorno de pânico leve, considere oferecer autoajuda ou TCC isolada inicialmente. Para pacientes com transtorno de pânico de gravidade moderada, considere oferecer TCC, um ISRS/IRSN ou uma combinação de TCC e medicamento. Para aqueles com transtorno de pânico grave, considere oferecer TCC e ISRS/ISRN desde o início.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis. A TCC pode ser usada isoladamente, sem farmacoterapia, ou como adjuvante, combinada com qualquer tipo de farmacoterapia.[86]Hofmann SG, Sawyer AT, Korte KJ, et al. Is it beneficial to add pharmacotherapy to cognitive-behavioral therapy when treating anxiety disorders? A meta-analytic review. Int J Cogn Ther. 2009 Jan 1;2(2):160-75. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2732196 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19714228?tool=bestpractice.com
Representa tratamento efetivo de primeira linha.[88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com
[89]Otto MW, Deveney C. Cognitive-behavioral therapy and the treatment of panic disorder: efficacy and strategies. J Clin Psychiatry. 2005;66 Suppl 4:28-32.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15842185?tool=bestpractice.com
[90]Sánchez-Meca J, Rosa-Alcázar AI, Marín-Martínez F, et al. Psychological treatment of panic disorder with or without agoraphobia: a meta-analysis. Clin Psychol Rev. 2010 Feb;30(1):37-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19775792?tool=bestpractice.com
[ ]
What are the benefits and harms of psychological therapies in adults with panic disorder?/cca.html?targetUrl=https://cochranelibrary.com/cca/doi/10.1002/cca.1378/fullMostre-me a resposta[Evidência C]256f04f9-cdfd-4687-9925-8e45fa4db75cccaCQuais são os benefícios e malefícios das psicoterapias em adultos com transtorno de pânico? Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
As sessões de tratamento podem continuar por 12 a 14 consultas, embora 6 a 7 sessões também mostrem eficácia.[98]Marchand A, Roberge P, Primiano S, et al. A randomized, controlled clinical trial of standard, group and brief cognitive-behavioral therapy for panic disorder with agoraphobia: a two-year follow-up. J Anxiety Disord. 2009 Dec;23(8):1139-47.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19709851?tool=bestpractice.com
Recomenda-se o encaminhamento a um profissional de saúde mental especializado em TCC. O médico e o profissional de saúde mental devem manter uma rotina de colaboração. Também há evidências que sugerem que a TCC traz efeitos benéficos em ambientes de atenção primária.[74]Roy-Byrne P, Craske MG, Sullivan G, et al. Delivery of evidence-based treatment for multiple anxiety disorders in primary care: a randomized controlled trial. JAMA. 2010 May 19;303(19):1921-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20483968?tool=bestpractice.com
[99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente aborde situações e sensações que provocam medo sem tentar escapar da situação ou demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
ISRSs ou IRSNs
Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) são considerados a classe ideal de antidepressivos, graças a seu amplo espectro de ação, além da segurança e tolerância aprimorada.[109]Bakker A, van Balkom AJ, Stein DJ. Evidence-based pharmacotherapy of panic disorder. Int J Neuropsychopharmacol. 2005 Sep;8(3):473-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15804373?tool=bestpractice.com [111]Batelaan NM, Van Balkom AJ, Stein DJ. Evidence-based pharmacotherapy of panic disorder: an update. Int J Neuropsychopharmacol. 2012 Apr;15(3):403-15. https://academic.oup.com/ijnp/article/15/3/403/721159 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21733234?tool=bestpractice.com [116]Kimmel RJ, Roy-Byrne PP, Cowley DS. Pharmacological treatments for panic disorder, generalized anxiety disorder, specific phobia, and social anxiety disorder. In: Nathan PE, Gorman JM, eds. A guide to treatments that work. 4th ed. New York, NY: Oxford University Press; 2015:463-506.
A paroxetina é o ISRS menos estimulante e mais sedativo. A fluoxetina apresenta meia-vida longa; portanto, o risco de sintomas de abstinência é mais baixo. Ela é, porém, mais estimulante, exigindo titulação mais lenta.
Os IRSNs, como a venlafaxina, também são eficazes.
Os pacientes com transtornos de ansiedade podem ser mais suscetíveis aos efeitos adversos do medicamento; portanto, recomenda-se iniciar com a dose mais baixa e aumentar a dose com precaução ("comece devagar, avance devagar").[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A maioria dos efeitos adversos limita-se ao período de titulação da dose e deve ser discutida com o paciente antecipadamente, além do monitoramento rigoroso para garantir a adesão à terapia.
Opções primárias
paroxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 60 mg/dia
ou
sertralina: 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
ou
fluoxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10-20 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 80 mg/dia
ou
fluvoxamina: 25-50 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 4-7 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
citalopram: 5-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 20 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
ou
escitalopram: 5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 5-10 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 20 mg/dia
ou
venlafaxina: 37.5 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 37.5 a 75 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 225 mg/dia
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[86]Hofmann SG, Sawyer AT, Korte KJ, et al. Is it beneficial to add pharmacotherapy to cognitive-behavioral therapy when treating anxiety disorders? A meta-analytic review. Int J Cogn Ther. 2009 Jan 1;2(2):160-75. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2732196 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19714228?tool=bestpractice.com [88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
benzodiazepínicos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os benzodiazepínicos não são recomendados para pacientes com transtorno de pânico por algumas diretrizes internacionais, por exemplo, aquelas do National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido, devido a preocupações com desfechos negativos de longo prazo.[62]National Institute for Health and Care Excellence. Generalised anxiety disorder and panic disorder in adults: management. Jun 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/CG113 No entanto, o uso cauteloso em curto prazo de benzodiazepínicos é recomendado por outras diretrizes como uma opção de segunda linha para pacientes selecionados com transtornos de pânico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 [63]Katzman MA, Bleau P, Blier P, et al. Canadian clinical practice guidelines for the management of anxiety, posttraumatic stress and obsessive-compulsive disorders. BMC Psychiatry. 2014;14 Suppl 1:S1. https://www.doi.org/10.1186/1471-244X-14-S1-S1 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25081580?tool=bestpractice.com As evidências sobre os benzodiazepínicos para transtornos de pânico geralmente são de baixa qualidade e cobrem apenas o uso de curto prazo, fornecendo orientação limitada para a prática clínica.[124]Breilmann J, Girlanda F, Guaiana G, et al. Benzodiazepines versus placebo for panic disorder in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Mar 28;3:CD010677. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD010677.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30921478?tool=bestpractice.com
Os benzodiazepínicos são recomendados apenas para uso em curto prazo (por exemplo, 2 a 4 semanas).[127]Royal Australian College of General Practitioners. Prescribing drugs of dependence in general practice, Part B - benzodiazepines. Jun 2015 [internet publication]. https://www.racgp.org.au/FSDEDEV/media/documents/Clinical%20Resources/Guidelines/Drugs%20of%20dependence/Prescribing-drugs-of-dependence-in-general-practice-Part-B-Benzodiazepines.pdf
Os benzodiazepínicos podem ser usados por alguns pacientes como tratamento adjuvante para se obter uma redução rápida dos ataques de pânico, durante a titulação inicial de um inibidor seletivo de recaptação da serotonina.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 [11]Roy-Byrne PP, Wagner AW, Schraufnagel TJ. Understanding and treating panic disorder in the primary care setting. J Clin Psychiatry. 2005;66 Suppl 4:16-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15842183?tool=bestpractice.com [63]Katzman MA, Bleau P, Blier P, et al. Canadian clinical practice guidelines for the management of anxiety, posttraumatic stress and obsessive-compulsive disorders. BMC Psychiatry. 2014;14 Suppl 1:S1. https://www.doi.org/10.1186/1471-244X-14-S1-S1 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25081580?tool=bestpractice.com [147]Goddard AW, Brouette T, Almai A, et al. Early coadministration of clonazepam with sertraline for panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2001 Jul;58(7):681-6. http://archpsyc.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=481803 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11448376?tool=bestpractice.com
Eles têm um rápido início de ação e geralmente são bem tolerados, embora a dependência fisiológica possa ocorrer em apenas 2 a 4 semanas.[139]Bystritsky A. Treatment-resistant anxiety disorders. Mol Psychiatry. 2006 Sep;11(9):805-14. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16847460?tool=bestpractice.com [148]Sheehan DV, Raj AB, Harnett-Sheehan K, et al. The relative efficacy of high-dose buspirone and alprazolam in the treatment of panic disorder: a double-blind placebo-controlled study. Acta Psychiatr Scand. 1993 Jul;88(1):1-11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8372689?tool=bestpractice.com [149]Moroz G, Rosenbaum JF. Efficacy, safety, and gradual discontinuation of clonazepam in panic disorder: a placebo-controlled, multicenter study using optimized dosages. J Clin Psychiatry. 1999 Sep;60(9):604-12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10520979?tool=bestpractice.com [150]Schweizer E, Fox I, Case G, et al. Lorazepam vs. alprazolam in the treatment of panic disorder. Psychopharmacol Bull. 1988;24(2):224-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3212153?tool=bestpractice.com Evite benzodiazepínicos em pacientes com história prévia ou atual de uso indevido de substâncias.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
Em caso de indicação de benzodiazepínicos, pode-se preferir agentes programados e de ação mais prolongada, para que o uso do medicamento dependa mais do tempo que da resposta/episódio de pânico. O uso de benzodiazepínicos de curta duração, "se necessário", pode gerar dependência psicológica desses medicamentos nos pacientes, restringido a capacidade do paciente de desenvolver um espaço interno de controle sobre esses sintomas.
O tratamento com benzodiazepínicos em longo prazo deve ser raro, supervisionado, feito com cautela e baseado na consideração cuidadosa dos riscos e benefícios previstos dos benzodiazepínicos para o paciente individual; a opinião de um especialista (por exemplo, de um psiquiatra ou especialista em dependência) é aconselhável. Deve-se oferecer regularmente aos pacientes em uso de benzodiazepínicos por longos prazos a oportunidade de interromperem gradualmente esse uso; recomenda-se o tratamento com a menor dose que for efetiva.[127]Royal Australian College of General Practitioners. Prescribing drugs of dependence in general practice, Part B - benzodiazepines. Jun 2015 [internet publication]. https://www.racgp.org.au/FSDEDEV/media/documents/Clinical%20Resources/Guidelines/Drugs%20of%20dependence/Prescribing-drugs-of-dependence-in-general-practice-Part-B-Benzodiazepines.pdf [130]Kennedy KM, O'Riordan J. Prescribing benzodiazepines in general practice. Br J Gen Pract. 2019 Mar;69(680):152-153. https://www.doi.org/10.3399/bjgp19X701753 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30819759?tool=bestpractice.com
A descontinuação abrupta ou esquemas acelerados de redução podem aumentar o risco de sintomas de abstinência.
Opções primárias
clonazepam: 0.25 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 0.25 a 0.5 mg/dia a cada 3 dias de acordo com a resposta, máximo de 4 mg/dia
Opções secundárias
alprazolam: 0.25 a 0.5 mg por via oral (liberação imediata) quatro vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 1 mg/dia a cada 3-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/dia
ou
lorazepam: 0.5 mg por via oral três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/dia
ou
diazepam: 2.5 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
antidepressivos tricíclicos (ADTs)
Os ADTs são indicados em pacientes com falha terapêutica com pelo menos um inibidor seletivo de recaptação de serotonina (ISRS) ou em pacientes com dor neuropática.
São menos favoráveis em termos de efeitos adversos, podendo não ser tão bem tolerados quanto os ISRSs.[116]Kimmel RJ, Roy-Byrne PP, Cowley DS. Pharmacological treatments for panic disorder, generalized anxiety disorder, specific phobia, and social anxiety disorder. In: Nathan PE, Gorman JM, eds. A guide to treatments that work. 4th ed. New York, NY: Oxford University Press; 2015:463-506.
Os níveis da imipramina devem ser monitorados rigorosamente, devido a seu índice terapêutico relativamente restrito.
Opções primárias
imipramina: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 2-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
clomipramina: 12.5 a 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 250 mg/dia
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[86]Hofmann SG, Sawyer AT, Korte KJ, et al. Is it beneficial to add pharmacotherapy to cognitive-behavioral therapy when treating anxiety disorders? A meta-analytic review. Int J Cogn Ther. 2009 Jan 1;2(2):160-75. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2732196 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19714228?tool=bestpractice.com [88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
benzodiazepínicos
Alguns médicos podem considerar a oferta de monoterapia com benzodiazepínicos aos pacientes com transtorno de pânico com histórico de intolerância ou resposta insatisfatória aos antidepressivos.
Os benzodiazepínicos não são recomendados para o transtorno de pânico por algumas diretrizes internacionais, por exemplo, aquelas do National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido, devido a preocupações com desfechos de longo prazo negativos.[62]National Institute for Health and Care Excellence. Generalised anxiety disorder and panic disorder in adults: management. Jun 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/CG113 No entanto, o uso cauteloso em curto prazo de benzodiazepínicos é recomendado por outras diretrizes como uma opção alternativa para pacientes selecionados com transtorno de pânico, por exemplo, para pacientes cujos sintomas não responderam a outros tratamentos.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 [63]Katzman MA, Bleau P, Blier P, et al. Canadian clinical practice guidelines for the management of anxiety, posttraumatic stress and obsessive-compulsive disorders. BMC Psychiatry. 2014;14 Suppl 1:S1. https://www.doi.org/10.1186/1471-244X-14-S1-S1 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25081580?tool=bestpractice.com As evidências sobre os benzodiazepínicos para transtornos de pânico geralmente são de baixa qualidade e cobrem apenas o uso de curto prazo, fornecendo orientação limitada para a prática clínica.[124]Breilmann J, Girlanda F, Guaiana G, et al. Benzodiazepines versus placebo for panic disorder in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Mar 28;3:CD010677. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD010677.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30921478?tool=bestpractice.com Os benzodiazepínicos são recomendados apenas para uso em curto prazo (por exemplo, 2 a 4 semanas).[127]Royal Australian College of General Practitioners. Prescribing drugs of dependence in general practice, Part B - benzodiazepines. Jun 2015 [internet publication]. https://www.racgp.org.au/FSDEDEV/media/documents/Clinical%20Resources/Guidelines/Drugs%20of%20dependence/Prescribing-drugs-of-dependence-in-general-practice-Part-B-Benzodiazepines.pdf
Os benzodiazepínicos têm um rápido início de ação e geralmente são bem tolerados, embora a dependência fisiológica possa ocorrer em apenas 2 a 4 semanas.[139]Bystritsky A. Treatment-resistant anxiety disorders. Mol Psychiatry. 2006 Sep;11(9):805-14. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16847460?tool=bestpractice.com [148]Sheehan DV, Raj AB, Harnett-Sheehan K, et al. The relative efficacy of high-dose buspirone and alprazolam in the treatment of panic disorder: a double-blind placebo-controlled study. Acta Psychiatr Scand. 1993 Jul;88(1):1-11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8372689?tool=bestpractice.com [149]Moroz G, Rosenbaum JF. Efficacy, safety, and gradual discontinuation of clonazepam in panic disorder: a placebo-controlled, multicenter study using optimized dosages. J Clin Psychiatry. 1999 Sep;60(9):604-12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10520979?tool=bestpractice.com [150]Schweizer E, Fox I, Case G, et al. Lorazepam vs. alprazolam in the treatment of panic disorder. Psychopharmacol Bull. 1988;24(2):224-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3212153?tool=bestpractice.com Evite benzodiazepínicos em pacientes com história prévia ou atual de uso indevido de substâncias.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
Em caso de indicação de benzodiazepínicos, pode-se preferir agentes programados e de ação mais prolongada, para que o uso do medicamento dependa mais do tempo que da resposta/episódio de pânico. O uso de benzodiazepínicos de curta duração, "se necessário", pode gerar dependência psicológica desses medicamentos nos pacientes, restringido a capacidade do paciente de desenvolver um espaço interno de controle sobre esses sintomas.
O tratamento com benzodiazepínicos em longo prazo deve ser raro, supervisionado, feito com cautela e baseado na consideração cuidadosa dos riscos e benefícios previstos dos benzodiazepínicos para o paciente individual; a opinião de um especialista (por exemplo, de um psiquiatra ou especialista em dependência) é aconselhável. Deve-se oferecer regularmente aos pacientes em uso de benzodiazepínicos por longos prazos a oportunidade de interromperem gradualmente esse uso; recomenda-se o tratamento com a menor dose que for efetiva.[127]Royal Australian College of General Practitioners. Prescribing drugs of dependence in general practice, Part B - benzodiazepines. Jun 2015 [internet publication]. https://www.racgp.org.au/FSDEDEV/media/documents/Clinical%20Resources/Guidelines/Drugs%20of%20dependence/Prescribing-drugs-of-dependence-in-general-practice-Part-B-Benzodiazepines.pdf [130]Kennedy KM, O'Riordan J. Prescribing benzodiazepines in general practice. Br J Gen Pract. 2019 Mar;69(680):152-153. https://www.doi.org/10.3399/bjgp19X701753 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30819759?tool=bestpractice.com
A descontinuação abrupta ou esquemas acelerados de redução podem aumentar o risco de sintomas de abstinência.
Opções primárias
clonazepam: 0.25 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 0.25 a 0.5 mg/dia a cada 3 dias de acordo com a resposta, máximo de 4 mg/dia
Opções secundárias
alprazolam: 0.25 a 0.5 mg por via oral (liberação imediata) quatro vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 1 mg/dia a cada 3-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/dia
ou
lorazepam: 0.5 mg por via oral três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/dia
ou
diazepam: 2.5 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Em especial, os pacientes que tenham descontinuado o uso de benzodiazepínicos podem beneficiar-se da TCC adjuvante.[107]Otto MW, Pollack MH, Sachs GS, et al. Discontinuation of benzodiazepine treatment: efficacy of cognitive-behavioral therapy for patients with panic disorder. Am J Psychiatry. 1993 Oct;150(10):1485-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8379551?tool=bestpractice.com [108]Spiegel DA, Bruce TJ. Benzodiazepines and exposure-based cognitive-behavior therapies for panic disorder: conclusions from combined treatment trials. Am J Psychiatry. 1997 Jun;154(6):773-81. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9167504?tool=bestpractice.com
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[86]Hofmann SG, Sawyer AT, Korte KJ, et al. Is it beneficial to add pharmacotherapy to cognitive-behavioral therapy when treating anxiety disorders? A meta-analytic review. Int J Cogn Ther. 2009 Jan 1;2(2):160-75. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2732196 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19714228?tool=bestpractice.com [88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
A TCC no transtorno de pânico é efetiva em pacientes com depressão grave e/ou com uso indevido comórbido de substâncias.[137]Rathgeb-Fuetsch M, Kempter G, Feil A, et al. Short- and long- term efficacy of cognitive behavioral therapy for DSM-IV panic disorder in patients with and without severe psychiatric comorbidity. J Psychiatr Res. 2011 Sep;45(9):1264-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21536308?tool=bestpractice.com No transtorno de pânico, a TCC baseada em exposição é efetiva na redução da ansiedade e dos sintomas da depressão, independentemente da gravidade da depressão.[138]Emmrich A, Beesdo-Baum K, Gloster AT, et al. Depression does not affect the treatment outcome of CBT for panic and agoraphobia: results from a multicenter randomized trial. Psychother Psychosom. 2012;81(3):161-72. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22399019?tool=bestpractice.com Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
ISRSs ou IRSNs
Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) são considerados a classe ideal de antidepressivos, graças a seu amplo espectro de ação, além da segurança e tolerância aprimorada.[109]Bakker A, van Balkom AJ, Stein DJ. Evidence-based pharmacotherapy of panic disorder. Int J Neuropsychopharmacol. 2005 Sep;8(3):473-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15804373?tool=bestpractice.com [111]Batelaan NM, Van Balkom AJ, Stein DJ. Evidence-based pharmacotherapy of panic disorder: an update. Int J Neuropsychopharmacol. 2012 Apr;15(3):403-15. https://academic.oup.com/ijnp/article/15/3/403/721159 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21733234?tool=bestpractice.com [116]Kimmel RJ, Roy-Byrne PP, Cowley DS. Pharmacological treatments for panic disorder, generalized anxiety disorder, specific phobia, and social anxiety disorder. In: Nathan PE, Gorman JM, eds. A guide to treatments that work. 4th ed. New York, NY: Oxford University Press; 2015:463-506.
A paroxetina é o ISRS menos estimulante e mais sedativo. A fluoxetina apresenta meia-vida longa; portanto, o risco de sintomas de abstinência é mais baixo. Ela é, porém, mais estimulante, exigindo titulação mais lenta.
Os IRSNs, como a venlafaxina, também são eficazes.
Os pacientes com transtornos de ansiedade podem ser mais suscetíveis aos efeitos adversos do medicamento; portanto, recomenda-se iniciar com a dose mais baixa e aumentar a dose com precaução ("comece devagar, avance devagar").[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A maioria dos efeitos adversos limita-se ao período de titulação da dose e deve ser discutida com o paciente antecipadamente, além do monitoramento rigoroso para garantir a adesão à terapia.
Opções primárias
paroxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 60 mg/dia
ou
sertralina: 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
ou
fluoxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10-20 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 80 mg/dia
ou
fluvoxamina: 25-50 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 4-7 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
citalopram: 5-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 20 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
ou
escitalopram: 5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 5-10 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 20 mg/dia
ou
venlafaxina: 37.5 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 37.5 a 75 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 225 mg/dia
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Recomenda-se o uso da TCC adjuvante em pacientes recebendo farmacoterapia.
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
antidepressivos tricíclicos (ADTs)
Os ADTs são indicados em pacientes com falha terapêutica com um ou mais ISRS/IRSN ou TCC, ou em pacientes com dor neuropática.
São menos favoráveis em termos de efeitos adversos, podendo não ser tão bem tolerados quanto os ISRSs.[116]Kimmel RJ, Roy-Byrne PP, Cowley DS. Pharmacological treatments for panic disorder, generalized anxiety disorder, specific phobia, and social anxiety disorder. In: Nathan PE, Gorman JM, eds. A guide to treatments that work. 4th ed. New York, NY: Oxford University Press; 2015:463-506.
Os níveis da imipramina devem ser monitorados rigorosamente, devido a seu índice terapêutico relativamente restrito.
Opções primárias
imipramina: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 2-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
clomipramina: 12.5 a 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 250 mg/dia
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
farmacoterapia dupla
As diretrizes do estudo da STAR*D da depressão comórbida resistente ao tratamento recomendam uma farmacoterapia dupla em pacientes que não respondem ao tratamento, caso demonstrem uma resposta parcial (25% de melhora dos sintomas) com dose máxima de 1 antidepressivo.[136]Rush AJ. STAR*D: what have we learned? Am J Psychiatry. 2007 Feb;164(2):201-4. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17267779?tool=bestpractice.com
Pode-se considerar o uso de uma combinação de 2 medicamentos de grupos com mecanismos de ação diferentes. Estes grupos são os inibidor seletivo de recaptação de serotonina (paroxetina, sertralina, fluoxetina, fluvoxamina, citalopram e escitalopram), os inibidores da recaptação de serotonina-noradrenalina (venlafaxina), a mirtazapina e os antidepressivos tricíclicos (imipramina e clomipramina).
Os pacientes com transtornos de ansiedade podem ser mais suscetíveis aos efeitos adversos do medicamento; portanto, recomenda-se iniciar com a dose mais baixa e aumentar a dose com precaução ("comece devagar, avance devagar"). [12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com Verifique cuidadosamente as interações medicamentosas e considere consultar um psiquiatra antes de iniciar a terapia combinada.
Opções primárias
paroxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 60 mg/dia
ou
sertralina: 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
ou
fluoxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10-20 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 80 mg/dia
ou
fluvoxamina: 25-50 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 4-7 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
citalopram: 5-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 20 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
ou
escitalopram: 5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 5-10 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 20 mg/dia
--E--
venlafaxina: 37.5 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 37.5 a 75 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 225 mg/dia
ou
paroxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 60 mg/dia
ou
sertralina: 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
ou
fluoxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10-20 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 80 mg/dia
ou
fluvoxamina: 25-50 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 4-7 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
citalopram: 5-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 20 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
ou
escitalopram: 5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 5-10 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 20 mg/dia
--E--
mirtazapina: 15 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente a cada 1-2 semanas de acordo com a resposta, máximo de 45 mg/dia
ou
paroxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 60 mg/dia
ou
sertralina: 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
ou
fluoxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10-20 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 80 mg/dia
ou
fluvoxamina: 25-50 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 4-7 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
citalopram: 5-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 20 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
ou
escitalopram: 5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 5-10 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 20 mg/dia
--E--
imipramina: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 2-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
clomipramina: 12.5 a 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 250 mg/dia
ou
venlafaxina: 37.5 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 37.5 a 75 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 225 mg/dia
e
mirtazapina: 15 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente a cada 1-2 semanas de acordo com a resposta, máximo de 45 mg/dia
ou
venlafaxina: 37.5 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 37.5 a 75 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 225 mg/dia
--E--
imipramina: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 2-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
clomipramina: 12.5 a 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 250 mg/dia
ou
mirtazapina: 15 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente a cada 1-2 semanas de acordo com a resposta, máximo de 45 mg/dia
--E--
imipramina: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 2-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
clomipramina: 12.5 a 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 250 mg/dia
psicoeducação/orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
ISRSs ou IRSNs
Os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) são considerados a classe ideal de antidepressivos, graças a seu amplo espectro de ação, além da segurança e tolerância aprimorada.[109]Bakker A, van Balkom AJ, Stein DJ. Evidence-based pharmacotherapy of panic disorder. Int J Neuropsychopharmacol. 2005 Sep;8(3):473-82. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15804373?tool=bestpractice.com [111]Batelaan NM, Van Balkom AJ, Stein DJ. Evidence-based pharmacotherapy of panic disorder: an update. Int J Neuropsychopharmacol. 2012 Apr;15(3):403-15. https://academic.oup.com/ijnp/article/15/3/403/721159 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21733234?tool=bestpractice.com [116]Kimmel RJ, Roy-Byrne PP, Cowley DS. Pharmacological treatments for panic disorder, generalized anxiety disorder, specific phobia, and social anxiety disorder. In: Nathan PE, Gorman JM, eds. A guide to treatments that work. 4th ed. New York, NY: Oxford University Press; 2015:463-506.
A paroxetina é o ISRS menos estimulante e mais sedativo. A fluoxetina apresenta meia-vida longa; portanto, o risco de sintomas de abstinência é mais baixo. Ela é, porém, mais estimulante, exigindo titulação mais lenta.
Os IRSNs, como a venlafaxina, também são eficazes.
Os pacientes com transtornos de ansiedade podem ser mais suscetíveis aos efeitos adversos do medicamento; portanto, recomenda-se iniciar com a dose mais baixa e aumentar a dose com precaução ("comece devagar, avance devagar").[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A maioria dos efeitos adversos limita-se ao período de titulação da dose e deve ser discutida com o paciente antecipadamente, além do monitoramento rigoroso para garantir a adesão à terapia.
Opções primárias
paroxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 60 mg/dia
ou
sertralina: 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 200 mg/dia
ou
fluoxetina: 5-10 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10-20 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 80 mg/dia
ou
fluvoxamina: 25-50 mg por via oral (liberação imediata) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 25-50 mg/dia a cada 4-7 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
citalopram: 5-10 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 20 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
ou
escitalopram: 5 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 5-10 mg/dia a cada 4 semanas de acordo com a resposta, máximo de 20 mg/dia
ou
venlafaxina: 37.5 mg por via oral (liberação prolongada) uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 37.5 a 75 mg/dia a cada 7 dias de acordo com a resposta, máximo de 225 mg/dia
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
benzodiazepínicos
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Os benzodiazepínicos não são recomendados para pacientes com transtorno de pânico por algumas diretrizes internacionais, por exemplo, aquelas do National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido, devido a preocupações com desfechos negativos de longo prazo.[62]National Institute for Health and Care Excellence. Generalised anxiety disorder and panic disorder in adults: management. Jun 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/CG113 No entanto, o uso cauteloso em curto prazo de benzodiazepínicos é recomendado por outras diretrizes como uma opção alternativa para pacientes selecionados com transtorno de pânico, por exemplo, para pacientes cujos sintomas não tenham respondido a outros tratamentos.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 [63]Katzman MA, Bleau P, Blier P, et al. Canadian clinical practice guidelines for the management of anxiety, posttraumatic stress and obsessive-compulsive disorders. BMC Psychiatry. 2014;14 Suppl 1:S1. https://www.doi.org/10.1186/1471-244X-14-S1-S1 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25081580?tool=bestpractice.com As evidências sobre os benzodiazepínicos para transtornos de pânico geralmente são de baixa qualidade e cobrem apenas o uso de curto prazo, fornecendo orientação limitada para a prática clínica.[124]Breilmann J, Girlanda F, Guaiana G, et al. Benzodiazepines versus placebo for panic disorder in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Mar 28;3:CD010677. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD010677.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30921478?tool=bestpractice.com
Os benzodiazepínicos são recomendados apenas para uso em curto prazo (por exemplo, 2 a 4 semanas).[127]Royal Australian College of General Practitioners. Prescribing drugs of dependence in general practice, Part B - benzodiazepines. Jun 2015 [internet publication]. https://www.racgp.org.au/FSDEDEV/media/documents/Clinical%20Resources/Guidelines/Drugs%20of%20dependence/Prescribing-drugs-of-dependence-in-general-practice-Part-B-Benzodiazepines.pdf Os benzodiazepínicos podem ser usados em curto prazo para alguns pacientes como um tratamento adjuvante para alcançar uma redução rápida dos ataques de pânico durante o ajuste inicial de um ISRS, por exemplo se sintomas de ansiedade persistentes e intensos estiverem interferindo na adesão e engajamento ao tratamento e se for necessário um controle rápido sobre os sintomas de ansiedade.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 [11]Roy-Byrne PP, Wagner AW, Schraufnagel TJ. Understanding and treating panic disorder in the primary care setting. J Clin Psychiatry. 2005;66 Suppl 4:16-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15842183?tool=bestpractice.com [63]Katzman MA, Bleau P, Blier P, et al. Canadian clinical practice guidelines for the management of anxiety, posttraumatic stress and obsessive-compulsive disorders. BMC Psychiatry. 2014;14 Suppl 1:S1. https://www.doi.org/10.1186/1471-244X-14-S1-S1 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25081580?tool=bestpractice.com [139]Bystritsky A. Treatment-resistant anxiety disorders. Mol Psychiatry. 2006 Sep;11(9):805-14. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16847460?tool=bestpractice.com [147]Goddard AW, Brouette T, Almai A, et al. Early coadministration of clonazepam with sertraline for panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2001 Jul;58(7):681-6. http://archpsyc.jamanetwork.com/article.aspx?articleid=481803 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11448376?tool=bestpractice.com
Eles têm um rápido início de ação e geralmente são bem tolerados, embora a dependência fisiológica possa ocorrer em apenas 2 a 4 semanas.[139]Bystritsky A. Treatment-resistant anxiety disorders. Mol Psychiatry. 2006 Sep;11(9):805-14. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16847460?tool=bestpractice.com [148]Sheehan DV, Raj AB, Harnett-Sheehan K, et al. The relative efficacy of high-dose buspirone and alprazolam in the treatment of panic disorder: a double-blind placebo-controlled study. Acta Psychiatr Scand. 1993 Jul;88(1):1-11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8372689?tool=bestpractice.com [149]Moroz G, Rosenbaum JF. Efficacy, safety, and gradual discontinuation of clonazepam in panic disorder: a placebo-controlled, multicenter study using optimized dosages. J Clin Psychiatry. 1999 Sep;60(9):604-12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10520979?tool=bestpractice.com [150]Schweizer E, Fox I, Case G, et al. Lorazepam vs. alprazolam in the treatment of panic disorder. Psychopharmacol Bull. 1988;24(2):224-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3212153?tool=bestpractice.com Evite benzodiazepínicos em pacientes com história prévia ou atual de transtorno relacionado ao uso de substâncias.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
Em caso de indicação de benzodiazepínicos, pode-se preferir agentes programados e de ação mais prolongada, para que o uso do medicamento dependa mais do tempo que da resposta/episódio de pânico. O uso de benzodiazepínicos de curta duração, "se necessário", pode gerar dependência psicológica desses medicamentos nos pacientes, restringido a capacidade do paciente de desenvolver um espaço interno de controle sobre esses sintomas.
O tratamento com benzodiazepínicos em longo prazo deve ser raro, supervisionado, feito com cautela e baseado na consideração cuidadosa dos riscos e benefícios previstos dos benzodiazepínicos para o paciente individual; a opinião de um especialista (por exemplo, de um psiquiatra ou especialista em dependência) é aconselhável. Deve-se oferecer regularmente aos pacientes em uso de benzodiazepínicos por longos prazos a oportunidade de interromperem gradualmente esse uso; recomenda-se o tratamento com a menor dose que for efetiva.[127]Royal Australian College of General Practitioners. Prescribing drugs of dependence in general practice, Part B - benzodiazepines. Jun 2015 [internet publication]. https://www.racgp.org.au/FSDEDEV/media/documents/Clinical%20Resources/Guidelines/Drugs%20of%20dependence/Prescribing-drugs-of-dependence-in-general-practice-Part-B-Benzodiazepines.pdf [130]Kennedy KM, O'Riordan J. Prescribing benzodiazepines in general practice. Br J Gen Pract. 2019 Mar;69(680):152-153. https://www.doi.org/10.3399/bjgp19X701753 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30819759?tool=bestpractice.com
A descontinuação abrupta ou esquemas acelerados de redução podem aumentar o risco de sintomas de abstinência.
Opções primárias
clonazepam: 0.25 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 0.25 a 0.5 mg/dia a cada 3 dias de acordo com a resposta, máximo de 4 mg/dia
Opções secundárias
alprazolam: 0.25 a 0.5 mg por via oral (liberação imediata) quatro vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 1 mg/dia a cada 3-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/dia
ou
lorazepam: 0.5 mg por via oral três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/dia
ou
diazepam: 2.5 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
antidepressivos tricíclicos (ADTs)
Os ADTs são indicados em pacientes com falha terapêutica com um ou mais ISRS/IRSN ou TCC, ou em pacientes com dor neuropática.
São menos favoráveis em termos de efeitos adversos, podendo não ser tão bem tolerados quanto os ISRSs.[116]Kimmel RJ, Roy-Byrne PP, Cowley DS. Pharmacological treatments for panic disorder, generalized anxiety disorder, specific phobia, and social anxiety disorder. In: Nathan PE, Gorman JM, eds. A guide to treatments that work. 4th ed. New York, NY: Oxford University Press; 2015:463-506.
Os níveis da imipramina devem ser monitorados rigorosamente, devido a seu índice terapêutico relativamente restrito.
Opções primárias
imipramina: 10-25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 10 mg/dia a cada 2-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 300 mg/dia
ou
clomipramina: 12.5 a 25 mg por via oral uma vez ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 250 mg/dia
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
benzodiazepínicos
Alguns médicos podem considerar a oferta de monoterapia com benzodiazepínicos aos pacientes com transtorno de pânico e ansiedade comórbida com história de intolerância a antidepressivos. Os benzodiazepínicos não são recomendados para pacientes com transtorno de pânico por algumas diretrizes internacionais, por exemplo aquelas do National Institute for Health and Care Excellence do Reino Unido, devido a preocupações acerca de desfechos negativos no longo prazo.[62]National Institute for Health and Care Excellence. Generalised anxiety disorder and panic disorder in adults: management. Jun 2020 [internet publication]. https://www.nice.org.uk/guidance/CG113 No entanto, o uso cauteloso em curto prazo de benzodiazepínicos é recomendado por outras diretrizes como uma opção alternativa para pacientes selecionados com transtornos de pânico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 [63]Katzman MA, Bleau P, Blier P, et al. Canadian clinical practice guidelines for the management of anxiety, posttraumatic stress and obsessive-compulsive disorders. BMC Psychiatry. 2014;14 Suppl 1:S1. https://www.doi.org/10.1186/1471-244X-14-S1-S1 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25081580?tool=bestpractice.com As evidências sobre os benzodiazepínicos para transtornos de pânico geralmente são de baixa qualidade e cobrem apenas o uso de curto prazo, fornecendo orientação limitada para a prática clínica.[124]Breilmann J, Girlanda F, Guaiana G, et al. Benzodiazepines versus placebo for panic disorder in adults. Cochrane Database Syst Rev. 2019 Mar 28;3:CD010677. https://www.doi.org/10.1002/14651858.CD010677.pub2 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30921478?tool=bestpractice.com Os benzodiazepínicos são recomendados apenas para uso em curto prazo (por exemplo, 2 a 4 semanas).[127]Royal Australian College of General Practitioners. Prescribing drugs of dependence in general practice, Part B - benzodiazepines. Jun 2015 [internet publication]. https://www.racgp.org.au/FSDEDEV/media/documents/Clinical%20Resources/Guidelines/Drugs%20of%20dependence/Prescribing-drugs-of-dependence-in-general-practice-Part-B-Benzodiazepines.pdf
Os benzodiazepínicos têm um rápido início de ação e geralmente são bem tolerados, embora a dependência fisiológica possa ocorrer em apenas 2 a 4 semanas.[139]Bystritsky A. Treatment-resistant anxiety disorders. Mol Psychiatry. 2006 Sep;11(9):805-14. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16847460?tool=bestpractice.com [148]Sheehan DV, Raj AB, Harnett-Sheehan K, et al. The relative efficacy of high-dose buspirone and alprazolam in the treatment of panic disorder: a double-blind placebo-controlled study. Acta Psychiatr Scand. 1993 Jul;88(1):1-11. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8372689?tool=bestpractice.com [149]Moroz G, Rosenbaum JF. Efficacy, safety, and gradual discontinuation of clonazepam in panic disorder: a placebo-controlled, multicenter study using optimized dosages. J Clin Psychiatry. 1999 Sep;60(9):604-12. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10520979?tool=bestpractice.com [150]Schweizer E, Fox I, Case G, et al. Lorazepam vs. alprazolam in the treatment of panic disorder. Psychopharmacol Bull. 1988;24(2):224-7. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/3212153?tool=bestpractice.com Evite os benzodiazepínicos nos pacientes com história prévia ou vigente de uso indevido de substâncias.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
Em caso de indicação de benzodiazepínicos, pode-se preferir agentes programados e de ação mais prolongada, para que o uso do medicamento dependa mais do tempo que da resposta/episódio de pânico. O uso de benzodiazepínicos de curta duração, "se necessário", pode gerar dependência psicológica desses medicamentos nos pacientes, restringido a capacidade do paciente de desenvolver um espaço interno de controle sobre esses sintomas.
O tratamento com benzodiazepínicos em longo prazo deve ser raro, supervisionado, feito com cautela e baseado na consideração cuidadosa dos riscos e benefícios previstos dos benzodiazepínicos para o paciente individual; a opinião de um especialista (por exemplo, de um psiquiatra ou especialista em dependência) é aconselhável. Deve-se oferecer regularmente aos pacientes em uso de benzodiazepínicos por longos prazos a oportunidade de interromperem gradualmente esse uso; recomenda-se o tratamento com a menor dose que for efetiva.[127]Royal Australian College of General Practitioners. Prescribing drugs of dependence in general practice, Part B - benzodiazepines. Jun 2015 [internet publication]. https://www.racgp.org.au/FSDEDEV/media/documents/Clinical%20Resources/Guidelines/Drugs%20of%20dependence/Prescribing-drugs-of-dependence-in-general-practice-Part-B-Benzodiazepines.pdf [130]Kennedy KM, O'Riordan J. Prescribing benzodiazepines in general practice. Br J Gen Pract. 2019 Mar;69(680):152-153. https://www.doi.org/10.3399/bjgp19X701753 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30819759?tool=bestpractice.com
A descontinuação abrupta ou esquemas acelerados de redução podem aumentar o risco de sintomas de abstinência.
Opções primárias
clonazepam: 0.25 mg por via oral duas vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 0.25 a 0.5 mg/dia a cada 3 dias de acordo com a resposta, máximo de 4 mg/dia
Opções secundárias
alprazolam: 0.25 a 0.5 mg por via oral (liberação imediata) quatro vezes ao dia inicialmente, aumentar em incrementos de 1 mg/dia a cada 3-4 dias de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/dia
ou
lorazepam: 0.5 mg por via oral três vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 6 mg/dia
ou
diazepam: 2.5 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia inicialmente, aumentar gradualmente de acordo com a resposta, máximo de 40 mg/dia
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Ofereça psicoeducação assim que o diagnóstico for feito.[12]Penninx BW, Pine DS, Holmes EA, et al. Anxiety disorders. Lancet. 2021 Mar 6;397(10277):914-27. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9248771 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/33581801?tool=bestpractice.com A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
terapia cognitivo-comportamental (TCC)
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Em especial, os pacientes que tenham descontinuado o uso de benzodiazepínicos podem beneficiar-se da TCC adjuvante.[107]Otto MW, Pollack MH, Sachs GS, et al. Discontinuation of benzodiazepine treatment: efficacy of cognitive-behavioral therapy for patients with panic disorder. Am J Psychiatry. 1993 Oct;150(10):1485-90. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8379551?tool=bestpractice.com [108]Spiegel DA, Bruce TJ. Benzodiazepines and exposure-based cognitive-behavior therapies for panic disorder: conclusions from combined treatment trials. Am J Psychiatry. 1997 Jun;154(6):773-81. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9167504?tool=bestpractice.com
Com a TCC adjuvante, observa-se aumento da adesão à medicação e das taxas de resposta, com redução da dose do medicamento necessária para assumir o controle dos sintomas.[88]Barlow DH, Gorman JM, Shear MK, et al. Cognitive-behavioral therapy, imiprimine, or their combination for panic disorder: a randomized controlled trial. JAMA. 2000 May 17;283(19):2529-36. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10815116?tool=bestpractice.com [99]Roy-Byrne PP, Craske MG, Stein MB, et al. A randomized effectiveness trial of cognitive-behavioral therapy and medication for primary care panic disorder. Arch Gen Psychiatry. 2005 Mar;62(3):290-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1237029 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15753242?tool=bestpractice.com [101]de Beurs E, van Balkom AJ, Lange A, et al. Treatment of panic disorder with agoraphobia: comparison of fluvoxamine, placebo, and psychological panic management combined with exposure and of exposure in vivo alone. Am J Psychiatry. 1995 May;152(5):683-91. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7726307?tool=bestpractice.com [102]van Apeldoorn FJ, van Hout WJ, Mersch PP, et al. Is a combined therapy more effective than either CBT or SSRI alone? Results of a multicenter trial on panic disorder with or without agoraphobia. Acta Psychiatr Scand. 2008 Apr;117(4):260-70. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18307586?tool=bestpractice.com [103]Rosenbaum JF, Fredman SJ, Pollack MH. The pharmacotherapy of panic disorder. In: Rosenbaum JF, Pollack MH, eds. Panic disorder and its treatment. New York, NY: Marcel Dekker Inc.; 1998:153-80. Pacientes com transtornos de ansiedade (incluindo transtorno do pânico) que são tratados com TCC apresentam melhora significativa nos sintomas durante os 24 meses após o término do tratamento.[146]Bandelow B, Sagebiel A, Belz M, et al. Enduring effects of psychological treatments for anxiety disorders: meta-analysis of follow-up studies. Br J Psychiatry. 2018 Jun;212(6):333-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29706139?tool=bestpractice.com
A TCC pode ser feita de maneira presencial (individual ou em grupo) ou como TCC digital (TCCd) acessada por computador, tablet ou aplicativo de smartphone. A TCCd pode ser considerada uma opção de primeira linha igual à TCC presencial.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453 Ciclos de TCCd podem ser integrados à terapia presencial e podem ser supervisionados por um médico ou concluídos em forma de autoajuda. A TCCd guiada geralmente é mais eficaz que a TCCd não guiada; isso envolve ajuda e contato regulares para completar o ciclo, embora isso não precise, necessariamente ser feito por um médico.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
A TCC como terapia nos transtornos de pânico envolve uma combinação de atividades educativas, automonitoramento, treinamento sobre relaxamento, enfrentamento de pensamentos de estilos negativos, treinamento com exposição a situações de medo e exposição sistemática a sensações físicas desconfortáveis.
A terapia de exposição envolve o aumento gradual da tolerância dos pacientes a situações anteriormente evitadas. O objetivo é fazer com que o paciente se mantenha numa situação temida pelo tempo necessário para permitir que o medo diminua, sem tentar escapar da situação, demonstrar comportamento de evitação nem depender de pistas indicativas de segurança. Exposições repetidas, frequentes, controláveis e previsíveis estão associadas a desfechos ideais.
ataques de pânico sem transtorno de pânico
aconselhamento e monitoramento
Explique aos pacientes que os ataques de pânico afetam até um terço dos indivíduos durante a vida, sendo que menos que 10% desses indivíduos sofrem de transtorno de pânico completo e que, embora esses ataques sejam desconfortáveis, não são perigosos e são limitados no tempo.
Incentive os pacientes a monitorarem a intensidade, a frequência e a duração dos ataques, bem como se estes episódios são esperados ou inesperados.
Materiais de autoajuda fundamentados nos princípios da terapia cognitivo-comportamental são benéficos. A disponibilização de materiais escritos para uso independente ou em conjunto com contatos telefônicos breves pode ajudar a reduzir sintomas relacionados com o pânico.[80]Sharp DM, Power KG, Swanson V. Reducing therapist contact in cognitive behaviour therapy for panic disorder and agoraphobia in primary care: global measures of outcome in a randomised controlled trial. Br J Gen Pract. 2000 Dec;50(461):963-8. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1313882 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11224967?tool=bestpractice.com [81]Febbraro GA. An investigation into the effectiveness of bibliotherapy and minimal contact interventions in the treatment of panic attacks. J Clin Psychol. 2005 Jun;61(6):763-79. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15546141?tool=bestpractice.com
Marque uma avaliação de acompanhamento ou uma ligação telefônica de checagem em até 2 semanas para reavaliar os sintomas do paciente. Veja acima o tratamento recomendado para pacientes que atendem aos critérios do DSM-5-TR para transtorno de pânico.
psicoeducação e orientação de estilo de vida
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A parte mais importante da abordagem de tratamento é a informação e educação sobre a natureza do pânico e ansiedade. Em especial, o pânico é uma reação compreensível a perigos percebidos (a reação de lutar ou fugir). O medo surge de interpretações errôneas de sensações corporais normais. Desenhar um diagrama simples junto com a pessoa - conectando os sintomas, a interpretação, a ansiedade com setas em um 'círculo vicioso' - pode ser útil. É importante que a pessoa perceba que a primeira meta do tratamento não é aplacar toda a ansiedade, mas conseguir controlá-la. Algumas tentativas da pessoa de lidar com o problema (por exemplo, evitação ou busca por segurança) são compreensíveis, mas acabam inadvertidamente mantendo o problema.
A orientação sobre fatores de estilo de vida inclui: sono de boa qualidade; exercícios regulares; consumo reduzido de cafeína, tabaco e bebidas alcoólicas; dieta saudável e envolver-se em atividades significativas e apoio social saudável.[4]Andrews G, Bell C, Boyce P, et al. Royal Australian and New Zealand College of Psychiatrists clinical practice guidelines for the treatment of panic disorder, social anxiety disorder and generalised anxiety disorder. Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. 2018;52(12):1109-172. https://journals.sagepub.com/doi/full/10.1177/0004867418799453
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