História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Idade entre 20 e 30 anos, sexo feminino, etnia branca, história familiar positiva, outros fatores psicológicos, importantes estressores vitais ou história recente de trauma, asma e transtornos comórbidos.

início inesperado

Breve período de sintomas físicos e psicológicos intensos ocorridos de forma inesperada.

Até 70% dos pacientes relatam ao menos 1 ataque de pânico noturno.

apreensão e preocupação

Preocupação excessiva com o perigo de sintomas somáticos (por exemplo, medo de apresentar ataque cardíaco ou de morrer) e psicológicos (por exemplo, medo de perder o controle).

Preocupação com a recorrência dos ataques.

comportamento de evitação

Evitar situações externas (por exemplo, multidões) e sensações internas (por exemplo, exercícios), devido ao medo de provocar ataques de pânico.

taquicardia

Elevação da frequência cardíaca em decorrência de exposição (real ou antecipada) a estímulos fóbicos.

É o sintoma do pânico relatado com maior frequência.

resultado positivo para rastreamento do pânico da Avaliação de Transtornos Mentais na Atenção Primária (PRIME-MD)

O rastreamento do pânico da Avaliação de Transtornos Mentais na Atenção Primária (PRIME-MD) contém 4 questões com respostas "sim ou não" para avaliar a presença de ataques de pânico nas 4 últimas semanas. É provável a presença de transtorno de pânico, se as respostas a todas as 4 perguntas forem positivas. O rastreamento do pânico também inclui 11 sintomas somáticos e cognitivos; a confirmação de, pelo menos, 4 deles indica provavelmente transtorno de pânico.[66]

escala de gravidade do transtorno de pânico (EGTP)

Uma medida de 7 itens que avalia a frequência, evitação, grau de sofrimento e comprometimento funcional dos ataques de pânico. Os itens são classificados em uma escala de 0 a 4, sendo os escores mais altos indicativos de maior gravidade de pânico. Naqueles pacientes com transtornos de pânico sem agorafobia, os escores de 0 a 1 são considerados normais; os de 2 a 5, limítrofes para doença; de 6 a 9, doença leve; de 10 a 13, doença moderada; de 14 a 16, doença acentuada; de 17 ou superior, doença grave.[67]

pontuação de corte do GAD-7 ≥10

O GAD-7 é uma medida breve de autorrelato que avalia a gravidade da ansiedade na atenção primária. Um total de 7 itens é pontuado numa escala de 0 a 3, com uma pontuação de corte de ≥10 para indicar um provável transtorno de ansiedade.[10][68] Embora criado para medir a ansiedade generalizada, o GAD-7 é sensível para detecção de sintomas relacionados ao pânico.

Outros fatores diagnósticos

comuns

palpitações, dor e desconforto torácicos

Podem apresentar-se com dor torácica atípica e frequência cardíaca acelerada.

A investigação cardiológica não apresenta nada digno de nota.

náuseas e dor abdominal

Os sintomas gastrointestinais são relatados, com maior frequência, em homens.

tontura

O paciente pode sentir tontura, vertigem, desequilíbrio e sensação de desmaio.

anormalidades das percepções

Sentimentos de desrealização (isto é, sentir-se desconectado do mundo ao redor) e de despersonalização (isto é, sentir-se desconectado de si mesmo).

sintomas respiratórios

Hiperventilação, dispneia, sensação de sufocamento e asfixia.

dependência de pistas indicativas de segurança

Aventurar-se com companhias de confiança, segurar objetos que estabilizam o paciente, carregar sempre o celular, ter medicação de resgate prontamente disponível ou usar medicamentos ao participar de situações sociais.

parestesias

Sensação de dormência ou formigamento nos membros.

Tipicamente, é mais comum com sensações de pânico mais intensas.

tremor muscular

Tremor muscular ou dos membros.

Pode contribuir para o medo de desequilíbrio.

Incomuns

sudorese

Pode ser localizada (palmas das mãos) ou difusa.

desmaios

É comum ter medo de desmaiar durante ataques de pânico.

Não são comuns episódios de desmaios reais.

calafrios ou fogachos

O paciente pode se queixar de calafrios e fogachos independentes ou concomitantes.

Fatores de risco

Fortes

história em parentes de primeiro grau

A hereditariedade familiar em parentes de primeiro grau que sofrem de transtorno de pânico eleva o risco em cinco vezes.

A genética compartilhada é responsável por 30% a 50% da hereditariedade entre gêmeos.[22][24]

É provável que vários genes contribuam para a vulnerabilidade ao pânico.[24][25]

idade 18 a 39 anos

Os ataques de pânico se desenvolvem mais provavelmente por volta dos 20, com as maiores taxas entre 30 e 39 anos de idade, podendo ser precedidos de eventos vitais negativos importantes.[2][29]

sexo feminino

A frequência em mulheres é aproximadamente de 2 a 3 vezes maior que nos homens.[7][8]

etnia branca e índios norte-americanos

Em relação a pessoas de cor branca, há maior risco em populações indígenas norte-americanas e menor entre os asiáticos, hispânicos e negros.[7][8]

eventos vitais importantes

Cerca de 80% dos pacientes descrevem a ocorrência de eventos vitais negativos importante antes do início do pânico.[29]

Uma história de trauma é comum, principalmente nas mulheres.[30]

transtornos comórbidos

Altamente comórbido com outros transtornos de ansiedade, de humor e de uso de substâncias.[8][16][15] Comorbidade com depressão pode significar um ciclo da doença mais grave e prolongado, com ataques de pânico associados de maneira independente ao aumento do risco de pensamentos suicidas e tentativas de suicídio.[20][21]

fatores psicológicos

A sensibilidade à ansiedade pode predispor os indivíduos a monitorarem exageradamente o seu funcionamento somático e interpretarem errônea e catastroficamente as suas sensações físicas como perigosas.[32]

A fuga aprendida e os comportamentos evitativos e de segurança colaboram para o aumento da ansiedade antecipada e do comprometimento funcional.[34]

Fatores de temperamento precoces, como inibição comportamental, e transtornos de ansiedade na infância estão associados a um maior risco de pânico na idade adulta.[35][36]

asma e variabilidade respiratória

A gravidade da asma pode associar-se a um risco adicional de transtorno de pânico.[5] A variabilidade respiratória, ainda, pode aumentar o risco do início tardio do transtorno de pânico.[31]

tabagismo

O uso e a dependência da nicotina são desproporcionalmente altos entre pacientes com transtorno de pânico e podem estar relacionados temporalmente a um risco elevado de desenvolver transtorno de pânico.[6]

consumo de cafeína

O consumo de cafeína está associado positivamente ao aumento de sintomas de ansiedade e ao risco de induzir ataques de pânico em pacientes com transtorno de pânico.[46]

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