Complicações
O uso prolongado de analgesia com anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) pode causar irritação gástrica, ulceração péptica e hemorragia digestiva alta em alguns pacientes. Este risco pode diminuir com o uso do inibidor da bomba de prótons. Se sintomas ocorrerem, os AINEs devem ser interrompidos e o paciente avaliado quanto a complicações decorrentes de ulceração gastrointestinal.
Os AINEs diminuem a produção da prostaglandina renal, que atua como vasodilatadora para manter a pressão de perfusão renal. Em uma pessoa saudável, estas prostaglandinas têm uma função secundária, mas se tornam progressivamente mais importantes nas pessoas com doença glomerular e insuficiência renal. Uma queda na pressão hemodinâmica pode causar insuficiência renal aguda.
Os AINEs também podem causar nefrite intersticial aguda como resultado da diminuição da síntese de prostaglandinas.
Elevações das aminotransferases séricas (transaminases) são comumente associadas ao uso de AINEs; no entanto, a insuficiência hepática é rara. O diclofenaco está associado a taxas mais altas de hepatotoxicidade do que outros AINEs.[53]
Há evidências consistentes de uma associação entre o uso de AINEs e o aumento da pressão arterial em adultos normotensos e hipertensos.[54] Em adultos normotensos, saudáveis, que necessitam de um curto período de tratamento com AINE, as vantagens do tratamento provavelmente superam o potencial para o que parece ser, em média, uma pequena elevação da pressão arterial. Naqueles com hipertensão existente, a magnitude do aumento da pressão arterial é menos previsível e pode variar com a idade, pressão arterial basal, tipo de AINE e terapia anti-hipertensiva concomitante.[55]
Os resultados dos estudos intervencionistas e observacionais apontam para o aumento do risco cardiovascular como sendo um efeito de classe dos AINEs. O nível de risco apresenta uma grande variabilidade entre os medicamentos individuais do grupo e parece ser afetado pelo risco cardiovascular basal dos pacientes, embora as reações adversas ao medicamento cardiovasculares possam se desenvolver mesmo em indivíduos sem uma condição cardiovascular preexistente. Pacientes com insuficiência cardíaca congestiva correm risco de descompensação da doença enquanto tomam AINEs. O risco é maior em pacientes que tomam diuréticos, especialmente durante as primeiras semanas de tratamento com AINEs. É necessário monitoramento adequado de sinais e sintomas de efeitos adversos com educação adequada do paciente para aumentar a segurança do paciente durante a terapia com AINEs. A duração do tratamento com AINE deve ser limitada tanto quanto a situação clínica o permita e apenas deve ser utilizada a dose mínima eficaz.[56]
O uso excessivo de paracetamol pode potencialmente causar danos ao fígado, especialmente quando a dosagem recomendada é excedida ou usada regularmente por um período prolongado. Semelhante aos AINEs, o paracetamol também pode aumentar a pressão arterial.[55]
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