Abordagem

O tratamento inicial é com suplementação oral de zinco. A suplementação parenteral de zinco raramente é necessária.

Devido à sensibilidade relativamente baixa dos níveis de zinco sérico na deficiência marginal, será necessário considerar a suplementação oral caso os sintomas sejam típicos, mesmo se os resultados dos exames forem normais. Em pacientes com alto risco, a suplementação empírica deve ser considerada.

Deficiências de outros nutrientes, em geral, coexistem com a deficiência de zinco (por exemplo, de ferro, vitamina D). Elas também devem ser pesquisadas e, se for o caso, suplementadas, porque a reposição de zinco isolada pode não causar uma melhora clínica significativa.[56] A suplementação de zinco e ferro pode ser administrada de forma combinada ou separadamente, embora haja evidências de que formulações separadas são mais eficazes em crianças com deficit de crescimento.[57]

Para pessoas com deficiência de zinco adquirida, é necessário concentrar-se na melhora do fator predisponente. Na acrodermatite enteropática, a suplementação de zinco é vitalícia.

Suplementação de zinco

Embora a ingestão diária recomendada de zinco seja relativamente baixa, a suplementação padrão é de cerca de 20-40 mg/dia por via oral para adultos.[58]

Ingestão de zinco diária recomendada (elementar): NIH Office of Dietary Supplements fact sheet for health professionals: zinc Opens in new window

  • 3 mg/dia para crianças <4 anos

  • 5 mg/dia para crianças de 4 a 8 anos

  • 8 mg/dia para crianças de 9 a 13 anos

  • 9 mg/dia para mulheres adultas não gestantes e não lactantes

  • 11 mg/dia para homens adultos

  • 11-12 mg/dia na gestação e na lactação.

Doses mais altas de zinco (>50 mg/dia) podem ser agudamente necessárias em pacientes com deficiência grave decorrente de desnutrição, ou cronicamente em pacientes com síndromes de má absorção irreversíveis, entre elas, doença de Crohn ou síndrome do intestino curto.

Em doses >50 mg/dia, são comuns sintomas gastrointestinais, entre eles, náuseas, desconforto abdominal e diarreia, enquanto doses >150 mg/dia podem afetar, de forma adversa, o estado imunológico, o perfil lipídico e a absorção de ferro e cobre e podem causar problemas geniturinários.

Quando a suplementação de zinco é realizada por períodos longos, principalmente em doses altas, é útil monitorar o estado do cobre sérico/plasmático. Durante a suplementação de zinco em longo prazo ou em casos documentados de deficiência de cobre, é possível administrar suplementos de cobre.

Várias formulações de suplementos de zinco estão disponíveis e podem incluir sulfato de zinco, acetato de zinco e gluconato de zinco. Doses típicas são seguras quando usadas em longo prazo. É necessário monitorar a melhora dos sintomas nos pacientes e verificar os níveis de zinco sérico após 3 a 6 meses de terapia. Se a reposição não for observada, será possível aumentar a ingestão de zinco; no entanto, é necessário monitorar a toxicidade nos pacientes. É importante observar que a biodisponibilidade das formulações de zinco pode diferir significativamente.

A deficiência de zinco em idosos contribui para a susceptibilidade a infecções e osteoporose.[14][15]​ Em alguns estudos, foi demonstrado que a suplementação de zinco reduz o risco de infecção.[59][60]

No caso de acrodermatite enteropática, pode ser fornecida suplementação vitalícia.[61]​ A suplementação de zinco em longo prazo pode ser orientada pela medição seriada do zinco sérico a fim de individualizar a posologia. Além disso, como o zinco compete com a absorção de cobre, é necessário avaliar regularmente os níveis deste nutriente e, ocasionalmente, talvez seja necessária a suplementação concomitante de cobre. A cessação da terapia causa a recorrência dos sinais e dos sintomas. Como as manifestações cutâneas da deficiência de zinco estão vinculadas à deficiência de enzimas, os tratamento tópicos geralmente são ineficazes.

O zinco parenteral é raramente necessário, exceto para pacientes com insuficiência intestinal e/ou nutrição parenteral total prolongada.[62] Em pacientes que necessitam de nutrição parenteral, a dose de zinco elementar depende de fatores clínicos; doses mais altas são recomendadas em pacientes com perdas gastrointestinais ou queimaduras.[61]

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