Etiologia

Fatores como tosse, esforço para vomitar, vômitos, esforços, soluços, pressão torácica fechada ou ressuscitação cardiopulmonar, traumatismo contuso abdominal agudo, bebidas alcoólicas, medicamentos (aspirina ou outros anti-inflamatórios não esteroidais), agentes quimioterápicos e intervenção esofágica têm sido associados à laceração de Mallory-Weiss.

A hérnia hiatal, que está presente em 40% a 100% dos casos de laceração de Mallory-Weiss, é considerada por muitos como um fator precipitante para a ocorrência de laceração esofágica.[4][15][16] No entanto, em >40% dos pacientes não se encontra um fator de risco identificável.[14]

As afecções que podem induzir vômitos incluem:[12][17][18][19]

  • Doenças gastrointestinais (por exemplo, intoxicação alimentar [particularmente por Bacillus cereus, quando os vômitos ocorrem logo após a ingestão do alimento contaminado], gastroenterite infecciosa, úlcera péptica, má rotação, intussuscepção, volvo, obstrução da saída gástrica e gastroparesia)

  • Doenças hepatobiliares (por exemplo, hepatite, cálculos biliares e colecistite)

  • Hiperêmese gravídica

  • Doenças renais (por exemplo, infecção do trato urinário, nefrolitíase, insuficiência renal e obstrução ureteropélvica)

  • Doenças neurológicas (por exemplo, tumores, hidrocefalia, doença congênita, trauma, meningite, pseudotumor cerebral, cefaleia enxaquecosa e convulsões)

  • Doenças psiquiátricas (por exemplo, anorexia nervosa, bulimia e síndrome dos vômitos cíclicos).

Outras afecções ou agentes que podem induzir vômitos incluem:[20][21][22]

  • Toxinas

  • Lavagem com polietilenoglicol (preparo do intestino para colonoscopia)

  • Agentes quimioterápicos (por exemplo, cisplatina)

  • Período pós-anestesia ou pós-operatório.

A presença de tosse crônica pode estar associada a coqueluche, bronquite, bronquiectasia, enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica ou câncer de pulmão.[23]

Fisiopatologia

A patogênese da laceração de Mallory-Weiss não está completamente compreendida. Entretanto, a maioria dos casos parece ocorrer em função de um súbito aumento da pressão abdominal ou do gradiente de pressão transmural na junção gastroesofágica, com respectiva descida na pressão intratorácica. Quando essas forças são intensas o suficiente para causar distensão dessa área pouco distendida, pode ocorrer uma laceração ou ruptura gastroesofágica aguda.

Classificação

Número de lesões

A laceração de Mallory-Weiss é geralmente classificado pelo número de lesões/lacerações:

  • Laceração única

  • Lacerações múltiplas.

Classificação endoscópica[2]

Classificação endoscópica proposta de acordo com as características endoscópicas da laceração.

  • Base clara

  • coágulo aderente sem sangramento

  • Vasos visíveis sem sangramento (antes ou depois da remoção do coágulo)

  • Sangramento ativo ou em jato

  • Ruptura ou perfuração do esôfago (síndrome de Boerhaave).

A classificação permite que os médicos forneçam um prognóstico para determinar quais pacientes devem receber alta em segurança e façam planos para aqueles que necessitam de tratamento adicional.

[Figure caption and citation for the preceding image starts]: Laceração de Mallory Weiss com sangramento observada em retroflexãoDo acervo pessoal de Douglas Adler; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@219890e4[Figure caption and citation for the preceding image starts]: A laceração de Mallory Weiss após aplicação de clipe do tipo "through-the-scope" resulta em hemostasiaDo acervo pessoal de Douglas Adler; usado com permissão [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@5e0a3647

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