Infecção por Coxiella burnetii
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- Recursos
Algoritmo de tratamento
Observe que as formulações/vias e doses podem diferir entre nomes e marcas de medicamentos, formulários de medicamentos ou localidades. As recomendações de tratamento são específicas para os grupos de pacientes:ver aviso legal
infecção aguda, não gestante, sem imunodeficiência grave: com baixo risco de infecção focalizada persistente
considerar a antibioticoterapia oral
A infecção aguda é tipicamente leve e autolimitada, em geral apresentando remissão espontânea dentro de 2 semanas.[5]Parker NR, Barralet JH, Bell AM. Q fever. Lancet. 2006 Feb 25;367(9511):679-88. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16503466?tool=bestpractice.com [38]Maurin M, Raoult D. Q fever. Clin Microbiol Rev. 1999 Oct;12(4):518-53. https://cmr.asm.org/content/12/4/518.full http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10515901?tool=bestpractice.com
O tratamento não é recomendado para pacientes com infecção aguda e sem valvopatia que estejam sintomáticos. No entanto, se sintomática, ela deverá ser tratada com antibióticos orais, pois eles podem encurtar a duração da doença e diminuir o risco de hospitalização.[85]Dijkstra F, Riphagen-Dalhuisen J, Wijers N, et al. Antibiotic therapy for acute Q fever in The Netherlands in 2007 and 2008 and its relation to hospitalization. Epidemiol Infect. 2011 Sep;139(9):1332-41. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21087542?tool=bestpractice.com O tratamento é mais eficaz se administrado nos primeiros três dias após o início dos sintomas.[33]National Association of State Public Health Veterinarians, National Assembly of State Animal Health Officials. Prevention and control of coxiella burnetii infection among humans and animals: guidance for a coordinated public health and animal health response, 2013. 2013 [internet publication]. https://www.nasphv.org/Documents/Q_Fever_2013.pdf
A doxiciclina é recomendada como tratamento de primeira linha.[26]Anderson A, Bijlmer H, Fournier PE, et al. Diagnosis and management of Q fever - United States, 2013: recommendations from CDC and the Q fever working group. MMWR Recomm Rep. 2013 Mar 29;62(RR-03):1-23. https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr6203a1.htm http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23535757?tool=bestpractice.com Se o paciente não tolerar a doxiciclina, outros antibióticos podem ser usados (por exemplo, moxifloxacino, claritromicina, rifampicina ou sulfametoxazol/trimetoprima).[2]Hartzell JD, Wood-Morris RN, Martinez LJ, et al. Q fever: epidemiology, diagnosis, and treatment. Mayo Clin Proc. 2008 May;83(5):574-9. https://www.mayoclinicproceedings.org/article/S0025-6196(11)60733-7/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18452690?tool=bestpractice.com [86]Centers for Disease Control and Prevention. Q fever: information for healthcare providers. Jan 2019 [internet publication]. https://www.cdc.gov/qfever/healthcare-providers/index.html
Os antibióticos fluoroquinolonas sistêmicos, como o moxifloxacino, podem causar eventos adversos graves, incapacitantes e potencialmente duradouros ou irreversíveis. Isso inclui, mas não está limitado a: tendinopatia/ruptura de tendão; neuropatia periférica; artropatia/artralgia; aneurisma e dissecção da aorta; regurgitação da valva cardíaca; disglicemia; e efeitos no sistema nervoso central, incluindo convulsões, depressão, psicose e pensamentos e comportamento suicida.[87]Rusu A, Munteanu AC, Arbănași EM, et al. Overview of side-effects of antibacterial fluoroquinolones: new drugs versus old drugs, a step forward in the safety profile? Pharmaceutics. 2023 Mar 1;15(3):804. https://www.mdpi.com/1999-4923/15/3/804 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/36986665?tool=bestpractice.com Restrições de prescrição aplicam-se ao uso de fluoroquinolonas e essas restrições podem variar entre os países. Em geral, o uso de fluoroquinolonas deve ser restrito apenas em infecções bacterianas graves e de risco de vida. Algumas agências regulatórias também podem recomendar que eles sejam usados apenas em situações em que outros antibióticos comumente recomendados para a infecção sejam inadequados (por exemplo, resistência, contraindicações, falha do tratamento, indisponibilidade). Consulte as diretrizes locais e o formulário de medicamentos para obter mais informações sobre adequação, contraindicações e precauções.
Ciclo de tratamento: 14 dias.
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
Opções secundárias
moxifloxacino: 400 mg por via oral uma vez ao dia
ou
claritromicina: 500 mg por via oral (liberação imediata) duas vezes ao dia
ou
rifampicina: 300 mg por via oral duas vezes ao dia
ou
sulfametoxazol/trimetoprima: 800/160 mg por via oral duas vezes ao dia
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se aconselhar pacientes com infecção aguda a repousar no leito e beber bastante líquido.
Podem ser usados antitussígenos para tosse.
Paracetamol ou anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) não são recomendados para febre e desconforto, pois podem agravar o envolvimento hepático e piorar a infecção, respectivamente.
infecção aguda, não gestante, sem imunodeficiência grave: com alto risco de infecção focalizada persistente
doxiciclina associada a hidroxicloroquina
Pacientes com infecção aguda e altos níveis de anticorpos anticardiolipina (aCL) da IgG (ou seja, ≥75 GPLU [unidades G antifosfolipídicas]) estão em risco de valvopatia, vegetação (na endocardite aguda) e progressão para endocardite crônica e trombose.[55]Ordi-Ros J, Selva-O'Callaghan A, Monegal-Ferran F, et al. Prevalence, significance, and specificity of antibodies to phospholipids in Q fever. Clin Infect Dis. 1994 Feb;18(2):213-8. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8161629?tool=bestpractice.com [57]Million M, Thuny F, Bardin N, et al. Antiphospholipid antibody syndrome with valvular vegetations in acute Q fever. Clin Infect Dis. 2016 Mar 1;62(5):537-44. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26585519?tool=bestpractice.com [71]Million M, Walter G, Bardin N, et al. Immunoglobulin G anticardiolipin antibodies and progression to Q fever endocarditis. Clin Infect Dis. 2013 Jul;57(1):57-64. https://academic.oup.com/cid/article/57/1/57/279982 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23532474?tool=bestpractice.com [77]Million M, Raoult D. The pathogenesis of the antiphospholipid syndrome. N Engl J Med. 2013 Jun 13;368(24):2335. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23758255?tool=bestpractice.com
O medicamento imunomodulador hidroxicloroquina pode evitar as propriedades trombogênicas dos anticorpos antifosfolipídeos.[88]Schmidt-Tanguy A, Voswinkel J, Henrion D, et al. Antithrombotic effects of hydroxychloroquine in primary antiphospholipid syndrome patients. J Thromb Haemost. 2013 Oct;11(10):1927-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23902281?tool=bestpractice.com [89]Espinola RG, Pierangeli SS, Gharavi AE, et al. Hydroxychloroquine reverses platelet activation induced by human IgG antiphospholipid antibodies. Thromb Haemost. 2002 Mar;87(3):518-22. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11916085?tool=bestpractice.com [90]Edwards MH, Pierangeli S, Liu X, et al. Hydroxychloroquine reverses thrombogenic properties of antiphospholipid antibodies in mice. Circulation. 1997 Dec 16;96(12):4380-4. https://www.ahajournals.org/doi/full/10.1161/01.cir.96.12.4380 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9416907?tool=bestpractice.com [91]Belizna C. Hydroxychloroquine as an anti-thrombotic in antiphospholipid syndrome. Autoimmun Rev. 2015 Apr;14(4):358-62. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25534016?tool=bestpractice.com A hidroxicloroquina também pode reduzir o risco de desenvolver anticorpos antifosfolipídeos persistentemente positivos e anticoagulante lúpico.[92]Nuri E, Taraborelli M, Andreoli L, et al. Long-term use of hydroxychloroquine reduces antiphospholipid antibodies levels in patients with primary antiphospholipid syndrome. Immunol Res. 2017 Feb;65(1):17-24. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27406736?tool=bestpractice.com [93]Broder A, Putterman C. Hydroxychloroquine use is associated with lower odds of persistently positive antiphospholipid antibodies and/or lupus anticoagulant in systemic lupus erythematosus. J Rheumatol. 2013 Jan;40(1):30-3. https://www.jrheum.org/content/40/1/30.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22859353?tool=bestpractice.com Portanto, o tratamento combinado com doxiciclina e hidroxicloroquina é recomendado em pacientes com anticorpos aCL à IgG ≥75 GPLU.
As populações em alto risco devem ser rastreadas quanto à deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase antes de receber a terapia com hidroxicloroquina.
Ciclo do tratamento: os pacientes devem receber essa terapia combinada até os níveis de aCL da IgG serem reduzidos para <75 GPLU.
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
e
hidroxicloroquina: 200 mg por via oral três vezes ao dia
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se aconselhar pacientes com infecção aguda a repousar no leito e beber bastante líquido.
Podem ser usados antitussígenos para tosse.
Paracetamol ou AINEs não são recomendados para febre e desconforto, pois podem agravar o envolvimento hepático e piorar a infecção, respectivamente.
doxiciclina associada a hidroxicloroquina
Pacientes com infecção aguda e valvopatia significativa (por exemplo, história de febre reumática, valva aórtica bicúspide, cardiopatia congênita, valvas cardíacas protéticas, regurgitação valvar, estenose grau ≥II, prolapso da valva mitral) estão em alto risco de endocardite, que pode ser fatal se deixada sem tratamento.
Nesses pacientes, recomenda-se o tratamento combinado de doxiciclina e hidroxicloroquina por 12 meses. Demonstrou-se que esse tratamento combinado é altamente eficaz na prevenção de endocardite em pacientes de risco.[45]Million M, Walter G, Thuny F, et al. Evolution from acute Q fever to endocarditis is associated with underlying valvulopathy and age and can be prevented by prolonged antibiotic treatment. Clin Infect Dis. 2013 Sep;57(6):836-44. https://academic.oup.com/cid/article/57/6/836/330624 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23794723?tool=bestpractice.com
As populações em alto risco devem ser rastreadas quanto à deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase antes de receber a terapia com hidroxicloroquina.
Para todas as infecções agudas com valvopatia, o monitoramento sorológico e medicamentoso mensal é de suma importância e está associado ao sucesso terapêutico.[100]Rolain JM, Mallet MN, Raoult D. Correlation between serum doxycycline concentrations and serologic evolution in patients with Coxiella burnetii endocarditis. J Infect Dis. 2003 Nov 1;188(9):1322-5. https://academic.oup.com/jid/article/188/9/1322/801903 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14593588?tool=bestpractice.com [101]Rolain JM, Boulos A, Mallet MN, et al. Correlation between ratio of serum doxycycline concentration to MIC and rapid decline of antibody levels during treatment of Q fever endocarditis. Antimicrob Agents Chemother. 2005 Jul;49(7):2673-6. https://aac.asm.org/content/49/7/2673.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15980335?tool=bestpractice.com [102]Lecaillet A, Mallet MN, Raoult D, et al. Therapeutic impact of the correlation of doxycycline serum concentrations and the decline of phase I antibodies in Q fever endocarditis. J Antimicrob Chemother. 2009 Apr;63(4):771-4. https://academic.oup.com/jac/article/63/4/771/712547 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19218274?tool=bestpractice.com Os níveis de doxiciclina devem ser mantidos entre 5 e 10 mg/L e os de hidroxicloroquina entre 0.8 e 1.2 mg/L.[103]van Roeden SE, Bleeker-Rovers CP, Kampschreur LM, et al. The effect of measuring serum doxycycline concentrations on clinical outcomes during treatment of chronic Q fever. J Antimicrob Chemother. 2018 Apr 1;73(4):1068-76. https://academic.oup.com/jac/article/73/4/1068/4792989 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29325142?tool=bestpractice.com As principais causas de fracasso no tratamento e recidiva são falta de monitoramento medicamentoso mensal, níveis insuficientes de medicamento no plasma e ausência de cirurgia em pacientes com infecções vasculares.
Ciclo de tratamento: 12 meses.
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
e
hidroxicloroquina: 200 mg por via oral três vezes ao dia
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se aconselhar pacientes com infecção aguda a repousar no leito e beber bastante líquido.
Podem ser usados antitussígenos para tosse.
Paracetamol ou AINEs não são recomendados para febre e desconforto, pois podem agravar o envolvimento hepático e piorar a infecção, respectivamente.
doxiciclina associada a hidroxicloroquina
Pacientes com infecção aguda e história de enxerto vascular ou aneurisma associado a PET/TC com 18-fluordesoxiglucose (FDG) negativa estão sob risco de desenvolver infecções focalizadas persistentes (como a endocardite).
As populações em alto risco devem ser rastreadas quanto à deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase antes de receber a terapia com hidroxicloroquina.
Ciclo de tratamento: 12 meses.
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
e
hidroxicloroquina: 200 mg por via oral três vezes ao dia
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se aconselhar pacientes com infecção aguda a repousar no leito e beber bastante líquido.
Podem ser usados antitussígenos para tosse.
Paracetamol ou AINEs não são recomendados para febre e desconforto, pois podem agravar o envolvimento hepático e piorar a infecção, respectivamente.
infecção aguda, não gestante, com imunodeficiência grave
doxiciclina
Pacientes com infecção aguda e imunodeficiência grave (por exemplo, pacientes transplantados, pacientes em quimioterapia ou corticoterapia, pacientes HIV-positivos e <200 células T CD4+ e pacientes com neoplasia hematológica) têm alto risco de desenvolver infecções focalizadas persistentes, como endocardite.[94]Fenollar F, Fournier PE, Carrieri MP, et al. Risks factors and prevention of Q fever endocarditis. Clin Infect Dis. 2001 Aug 1;33(3):312-6. https://academic.oup.com/cid/article/33/3/312/277191 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11438895?tool=bestpractice.com O cuidado deve ser realizado em consulta com o infectologista.
Recomenda-se monoterapia com doxiciclina para esses pacientes. A hidroxicloroquina não é recomendada para esses pacientes.
A doxiciclina em longo prazo é recomendada para pacientes com imunodeficiência em longo prazo até que a imunossupressão seja resolvida, pois a reativação pode ocorrer vários meses após a infecção primária em imunocomprometidos.
Em pacientes submetidos ao tratamento com doxiciclina em longa duração (por exemplo, naqueles que são imunocomprometidos), o monitoramento medicamentoso é de suma importância e está associado ao sucesso terapêutico.[100]Rolain JM, Mallet MN, Raoult D. Correlation between serum doxycycline concentrations and serologic evolution in patients with Coxiella burnetii endocarditis. J Infect Dis. 2003 Nov 1;188(9):1322-5. https://academic.oup.com/jid/article/188/9/1322/801903 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14593588?tool=bestpractice.com [101]Rolain JM, Boulos A, Mallet MN, et al. Correlation between ratio of serum doxycycline concentration to MIC and rapid decline of antibody levels during treatment of Q fever endocarditis. Antimicrob Agents Chemother. 2005 Jul;49(7):2673-6. https://aac.asm.org/content/49/7/2673.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15980335?tool=bestpractice.com [102]Lecaillet A, Mallet MN, Raoult D, et al. Therapeutic impact of the correlation of doxycycline serum concentrations and the decline of phase I antibodies in Q fever endocarditis. J Antimicrob Chemother. 2009 Apr;63(4):771-4. https://academic.oup.com/jac/article/63/4/771/712547 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19218274?tool=bestpractice.com A doxiciclina deve ser mantida a 5-10 mg/L.[103]van Roeden SE, Bleeker-Rovers CP, Kampschreur LM, et al. The effect of measuring serum doxycycline concentrations on clinical outcomes during treatment of chronic Q fever. J Antimicrob Chemother. 2018 Apr 1;73(4):1068-76. https://academic.oup.com/jac/article/73/4/1068/4792989 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29325142?tool=bestpractice.com A falta de monitoramento medicamentoso e/ou níveis insuficientes de medicamento no plasma pode acarretar fracasso do tratamento e recidiva.
Ciclo do tratamento: até que a imunossupressão seja resolvida.
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se aconselhar pacientes com infecção aguda a repousar no leito e beber bastante líquido.
Podem ser usados antitussígenos para tosse.
Paracetamol ou anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) não são recomendados para febre e desconforto, pois podem agravar o envolvimento hepático e piorar a infecção, respectivamente.
infecção aguda, gestante
sulfametoxazol/trimetoprima
O cuidado de gestantes com infecção aguda deve ser feito em consulta com um infectologista e um obstetra. Em gestantes, foi demonstrado que a terapia em longo prazo com sulfametoxazol/trimetoprima protege contra complicações obstétricas, incluindo óbito intrauterino, aborto espontâneo e parto prematuro.[26]Anderson A, Bijlmer H, Fournier PE, et al. Diagnosis and management of Q fever - United States, 2013: recommendations from CDC and the Q fever working group. MMWR Recomm Rep. 2013 Mar 29;62(RR-03):1-23. https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr6203a1.htm http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23535757?tool=bestpractice.com [95]Carcopino X, Raoult D, Bretelle F, et al. Managing Q fever during pregnancy: the benefits of long term cotrimoxazole therapy. Clin Infect Dis. 2007 Sep 1;45(5):548-55. https://academic.oup.com/cid/article/45/5/548/273863 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17682987?tool=bestpractice.com
O tratamento com sulfametoxazol/trimetoprima não deve ser administrado após 32 semanas de gestação devido ao risco de hemólise neonatal.
Após o parto, mães com infecção aguda deverão ser avaliadas quanto ao risco de infecção focalizada persistente (por exemplo, endocardite) e receber o devido tratamento.
Opções primárias
sulfametoxazol/trimetoprima: 800/160 mg por via oral duas vezes ao dia
cuidados de suporte
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
Deve-se aconselhar pacientes com infecção aguda a repousar no leito e beber bastante líquido.
Podem ser usados antitussígenos, caso não sejam especificamente contraindicados na gestação.
Paracetamol ou AINEs não são recomendados para febre e desconforto, pois podem agravar o envolvimento hepático e piorar a infecção, respectivamente.
infecção focalizada persistente suspeita ou confirmada, sem imunodeficiência grave
doxiciclina associada a hidroxicloroquina
A endocardite é a forma mais frequente de infecção focalizada persistente (até 70% dos casos).[2]Hartzell JD, Wood-Morris RN, Martinez LJ, et al. Q fever: epidemiology, diagnosis, and treatment. Mayo Clin Proc. 2008 May;83(5):574-9. https://www.mayoclinicproceedings.org/article/S0025-6196(11)60733-7/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18452690?tool=bestpractice.com
O tratamento recomendado para endocardite por C burnetii é doxiciclina oral associada a hidroxicloroquina por 18 meses em pacientes com endocardite de valva nativa, ou por 24 meses em pessoas com endocardite de valva protética ou C burnetii relacionado a corpo estranho (por exemplo, de um dispositivo cardiovascular eletrônico implantado/marca-passo).[2]Hartzell JD, Wood-Morris RN, Martinez LJ, et al. Q fever: epidemiology, diagnosis, and treatment. Mayo Clin Proc. 2008 May;83(5):574-9. https://www.mayoclinicproceedings.org/article/S0025-6196(11)60733-7/fulltext http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18452690?tool=bestpractice.com [5]Parker NR, Barralet JH, Bell AM. Q fever. Lancet. 2006 Feb 25;367(9511):679-88. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16503466?tool=bestpractice.com [97]Raoult D, Tissot-Dupont H, Foucault C, et al. Q fever 1985-1998: clinical and epidemiologic features of 1,383 infections. Medicine. 2000 Mar;79(2):109-23. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10771709?tool=bestpractice.com [84]Million M, Thuny F, Richet H, et al. Long-term outcome of Q fever endocarditis: a 26-year personal survey. Lancet Infect Dis. 2010 Aug;10(8):527-35. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20637694?tool=bestpractice.com [26]Anderson A, Bijlmer H, Fournier PE, et al. Diagnosis and management of Q fever - United States, 2013: recommendations from CDC and the Q fever working group. MMWR Recomm Rep. 2013 Mar 29;62(RR-03):1-23. https://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/rr6203a1.htm http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23535757?tool=bestpractice.com
Em pacientes com marca-passo artificial implantado, recomenda-se um PET/TC com 18F-FDG.[22]Anderson AD, Baker TR, Littrell AC, et al. Seroepidemiologic survey for Coxiella burnetii among hospitalized US troops deployed to Iraq. Zoonoses Public Health. 2011 Jun;58(4):276-83. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20880090?tool=bestpractice.com Se o exame mostrar alta captação de FDG no marca-passo, a bolsa do marca-passo deverá ser trocada após 1 mês de tratamento concluído. Se a PET/TC mostrar alta captação de FDG nos eletrodos intracavitários, não haverá necessidade imediata de remoção, mas será necessário realizar uma nova PET/TC após 2 meses de tratamento. Será necessária opinião especializada se a captação elevada de FDG persistir no exame.
A endocardite por C burnetii pode ser diagnosticada em pacientes com cardiopatia valvar grave (unidade de cirurgia cardíaca) que tenham níveis de IgG de fase I de apenas 1:200.[104]Skiba V, Barner KC. Central nervous system manifestations of Q fever responsive to steroids. Mil Med. 2009 Aug;174(8):857-9. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19743743?tool=bestpractice.com [105]Fernández-Ruiz M, López-Medrano F, Alonso-Navas F, et al. Coxiella burnetii infection of left atrial thrombus mimicking an atrial myxoma. Int J Infect Dis. 2010 Sep;14 Suppl 3:e319-21. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20932487?tool=bestpractice.com Neste contexto específico, o tratamento da endocardite e da infecção vascular deverá ser prescrito, mesmo na ausência de sintomas infecciosos ou ausência de reação em cadeia da polimerase positiva para C burnetii, pois o risco de mortalidade é alto quando não há tratamento.
Os antibióticos devem ser prolongados na ausência de um bom desfecho sorológico (ou seja, diminuição de duas vezes no título de diluição da IgG de fase I e ausência de IgM de fase II em 1 ano).[84]Million M, Thuny F, Richet H, et al. Long-term outcome of Q fever endocarditis: a 26-year personal survey. Lancet Infect Dis. 2010 Aug;10(8):527-35. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20637694?tool=bestpractice.com Neste caso, o monitoramento deve continuar e os níveis dos medicamentos deverão ser repetidamente medidos, de forma a verificar os níveis medicamentosos terapêuticos. Será necessário obter um parecer especializado se os níveis terapêuticos forem alcançados sem que seja observada melhora nos desfechos sorológicos.
Para todas as infecções focalizadas persistentes, o monitoramento sorológico e medicamentoso mensal é de suma importância e está associado ao sucesso terapêutico.[100]Rolain JM, Mallet MN, Raoult D. Correlation between serum doxycycline concentrations and serologic evolution in patients with Coxiella burnetii endocarditis. J Infect Dis. 2003 Nov 1;188(9):1322-5. https://academic.oup.com/jid/article/188/9/1322/801903 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14593588?tool=bestpractice.com [101]Rolain JM, Boulos A, Mallet MN, et al. Correlation between ratio of serum doxycycline concentration to MIC and rapid decline of antibody levels during treatment of Q fever endocarditis. Antimicrob Agents Chemother. 2005 Jul;49(7):2673-6. https://aac.asm.org/content/49/7/2673.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15980335?tool=bestpractice.com [102]Lecaillet A, Mallet MN, Raoult D, et al. Therapeutic impact of the correlation of doxycycline serum concentrations and the decline of phase I antibodies in Q fever endocarditis. J Antimicrob Chemother. 2009 Apr;63(4):771-4. https://academic.oup.com/jac/article/63/4/771/712547 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19218274?tool=bestpractice.com Os níveis de doxiciclina devem ser mantidos entre 5 e 10 mg/L e os de hidroxicloroquina entre 0.8 e 1.2 mg/L.[103]van Roeden SE, Bleeker-Rovers CP, Kampschreur LM, et al. The effect of measuring serum doxycycline concentrations on clinical outcomes during treatment of chronic Q fever. J Antimicrob Chemother. 2018 Apr 1;73(4):1068-76. https://academic.oup.com/jac/article/73/4/1068/4792989 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29325142?tool=bestpractice.com A falta de monitoramento medicamentoso e/ou níveis insuficientes de medicamento no plasma pode acarretar fracasso do tratamento e recidiva.
As populações em alto risco devem ser rastreadas quanto à deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase antes de receber a terapia com hidroxicloroquina.
Ciclo do tratamento: 18 (endocardite de valva nativa) ou 24 meses (valva protética ou endocardite relacionada a corpo estranho).
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
e
hidroxicloroquina: 200 mg por via oral três vezes ao dia
cirurgia de substituição da valva
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Não se deve realizar cirurgia rotineiramente em pacientes com endocardite.
A cirurgia de substituição da valva só deverá ser levada em consideração em pacientes com endocardite infecciosa comprometidos hemodinamicamente.
Se uma cirurgia não urgente for necessária, ela deverá ser realizada após 3 semanas de tratamento com antibióticos.
doxiciclina associada a hidroxicloroquina
As infecções vasculares são um desafio muito importante no tratamento da infecção por C burnetii, pois os antibióticos não evitam a ruptura vascular.
O tratamento recomendado para infecções vasculares por C burnetii consiste em doxiciclina associada a hidroxicloroquina por 18 meses em pacientes sem material protético vascular ou por 24 meses naqueles com material protético vascular, associado a ressecção cirúrgica de rotina do tecido vascular infectado ou do material protético vascular infectado após 3 a 4 semanas de tratamento com antibióticos, a menos que haja necessidade de cirurgia de urgência.
Para todas as infecções focalizadas persistentes, o monitoramento sorológico e medicamentoso mensal é de suma importância e está associado ao sucesso terapêutico.[100]Rolain JM, Mallet MN, Raoult D. Correlation between serum doxycycline concentrations and serologic evolution in patients with Coxiella burnetii endocarditis. J Infect Dis. 2003 Nov 1;188(9):1322-5. https://academic.oup.com/jid/article/188/9/1322/801903 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14593588?tool=bestpractice.com [101]Rolain JM, Boulos A, Mallet MN, et al. Correlation between ratio of serum doxycycline concentration to MIC and rapid decline of antibody levels during treatment of Q fever endocarditis. Antimicrob Agents Chemother. 2005 Jul;49(7):2673-6. https://aac.asm.org/content/49/7/2673.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15980335?tool=bestpractice.com [102]Lecaillet A, Mallet MN, Raoult D, et al. Therapeutic impact of the correlation of doxycycline serum concentrations and the decline of phase I antibodies in Q fever endocarditis. J Antimicrob Chemother. 2009 Apr;63(4):771-4. https://academic.oup.com/jac/article/63/4/771/712547 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19218274?tool=bestpractice.com Os níveis de doxiciclina devem ser mantidos entre 5 e 10 mg/L e os de hidroxicloroquina entre 0.8 e 1.2 mg/L.[103]van Roeden SE, Bleeker-Rovers CP, Kampschreur LM, et al. The effect of measuring serum doxycycline concentrations on clinical outcomes during treatment of chronic Q fever. J Antimicrob Chemother. 2018 Apr 1;73(4):1068-76. https://academic.oup.com/jac/article/73/4/1068/4792989 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29325142?tool=bestpractice.com A falta de monitoramento medicamentoso e/ou níveis insuficientes de medicamento no plasma pode acarretar fracasso do tratamento e recidiva.
As populações em alto risco devem ser rastreadas quanto à deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase antes de receber a terapia com hidroxicloroquina.
Ciclo do tratamento: 18 (sem material protético vascular) ou 24 meses (com material protético vascular).
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
e
hidroxicloroquina: 200 mg por via oral três vezes ao dia
ressecção cirúrgica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A ressecção cirúrgica do tecido vascular infectado ou do material protético deverá ser executada rotineiramente em pacientes com infecção vascular confirmada, pois somente antibióticos não evitam a ruptura vascular.[99]Eldin C, Mailhe M, Lions C, et al. Treatment and prophylactic strategy for Coxiella burnetii infection of aneurysms and vascular grafts: a retrospective cohort study. Medicine (Baltimore). 2016 Mar;95(12):e2810. https://journals.lww.com/md-journal/fulltext/2016/03220/Treatment_and_Prophylactic_Strategy_for_Coxiella.1.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27015164?tool=bestpractice.com
A ressecção cirúrgica está associada a um melhor prognóstico na infecção vascular.[99]Eldin C, Mailhe M, Lions C, et al. Treatment and prophylactic strategy for Coxiella burnetii infection of aneurysms and vascular grafts: a retrospective cohort study. Medicine (Baltimore). 2016 Mar;95(12):e2810. https://journals.lww.com/md-journal/fulltext/2016/03220/Treatment_and_Prophylactic_Strategy_for_Coxiella.1.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27015164?tool=bestpractice.com Não realizar cirurgia pode acarretar fracasso do tratamento e recidiva.
O momento da cirurgia é de 3 a 4 semanas após o início do tratamento com antibióticos, a menos que a cirurgia seja necessária com urgência.
infecção focalizada persistente suspeita ou confirmada, com imunodeficiência grave
doxiciclina
Monoterapia com doxiciclina em longo prazo é recomendada em pacientes com endocardite por C burnetii que têm imunodeficiência grave (por exemplo, pacientes de transplante, pacientes recebendo quimioterapia ou corticoterapia, pacientes HIV-positivos e <200 células T CD4+ ou pacientes com neoplasia hematológica).
A duração mínima do tratamento antibiótico é de 18 meses, em caso de valva nativa, e de 24 meses, em caso de endocardite relacionada a corpo estranho.
Deve-se prolongar a terapia com doxiciclina na ausência de um bom desfecho sorológico (ou seja, diminuição de duas vezes no título de diluição da IgG de fase I e ausência de IgM de fase II em 1 ano).[84]Million M, Thuny F, Richet H, et al. Long-term outcome of Q fever endocarditis: a 26-year personal survey. Lancet Infect Dis. 2010 Aug;10(8):527-35. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20637694?tool=bestpractice.com Neste caso, o monitoramento deve continuar e os níveis dos medicamentos deverão ser repetidamente medidos, de forma a verificar os níveis medicamentosos terapêuticos. Será necessário obter um parecer especializado se os níveis terapêuticos forem alcançados sem que seja observada melhora nos desfechos sorológicos.
Para todas as infecções focalizadas persistentes, o monitoramento sorológico e medicamentoso mensal é de suma importância e está associado ao sucesso terapêutico.[100]Rolain JM, Mallet MN, Raoult D. Correlation between serum doxycycline concentrations and serologic evolution in patients with Coxiella burnetii endocarditis. J Infect Dis. 2003 Nov 1;188(9):1322-5. https://academic.oup.com/jid/article/188/9/1322/801903 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14593588?tool=bestpractice.com [101]Rolain JM, Boulos A, Mallet MN, et al. Correlation between ratio of serum doxycycline concentration to MIC and rapid decline of antibody levels during treatment of Q fever endocarditis. Antimicrob Agents Chemother. 2005 Jul;49(7):2673-6. https://aac.asm.org/content/49/7/2673.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15980335?tool=bestpractice.com [102]Lecaillet A, Mallet MN, Raoult D, et al. Therapeutic impact of the correlation of doxycycline serum concentrations and the decline of phase I antibodies in Q fever endocarditis. J Antimicrob Chemother. 2009 Apr;63(4):771-4. https://academic.oup.com/jac/article/63/4/771/712547 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19218274?tool=bestpractice.com A doxiciclina deve ser mantida a 5-10 mg/L.[103]van Roeden SE, Bleeker-Rovers CP, Kampschreur LM, et al. The effect of measuring serum doxycycline concentrations on clinical outcomes during treatment of chronic Q fever. J Antimicrob Chemother. 2018 Apr 1;73(4):1068-76. https://academic.oup.com/jac/article/73/4/1068/4792989 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29325142?tool=bestpractice.com A falta de monitoramento medicamentoso e/ou níveis insuficientes de medicamento no plasma pode acarretar fracasso do tratamento e recidiva.
Ciclo do tratamento: 18 (endocardite de valva nativa) ou 24 meses (valva protética ou endocardite relacionada a corpo estranho).
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
cirurgia de substituição da valva
Tratamento adicional recomendado para ALGUNS pacientes no grupo de pacientes selecionado
Não se deve realizar cirurgia rotineiramente em pacientes com endocardite.
A cirurgia de substituição da valva só deverá ser levada em consideração em pacientes com endocardite infecciosa comprometidos hemodinamicamente.
Se uma cirurgia não urgente for necessária, ela deverá ser realizada após 3 semanas de tratamento com antibióticos.
doxiciclina
As infecções vasculares são um desafio muito importante no tratamento da infecção por C burnetii, pois os antibióticos não evitam a ruptura vascular.
Monoterapia com doxiciclina em longo prazo é recomendada em pacientes com infecção vascular por C burnetii que tenham imunodeficiência grave (por exemplo, pacientes de transplante, pacientes recebendo quimioterapia ou corticoterapia, pacientes com HIV e <200 células T CD4+ ou pacientes com neoplasia hematológica), associado à ressecção cirúrgica de rotina de tecido vascular infectado ou material protético vascular infectado após 3 a 4 semanas de tratamento antibiótico, a menos que haja necessidade de cirurgia urgente.
A duração mínima do tratamento com antibióticos é de 18 meses em pacientes sem material protético vascular ou de 24 meses naqueles com material protético vascular.
Deve-se prolongar a terapia com doxiciclina na ausência de um bom desfecho sorológico (ou seja, diminuição de duas vezes no título de diluição da IgG de fase I e ausência de IgM de fase II em 1 ano).[84]Million M, Thuny F, Richet H, et al. Long-term outcome of Q fever endocarditis: a 26-year personal survey. Lancet Infect Dis. 2010 Aug;10(8):527-35. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/20637694?tool=bestpractice.com Neste caso, o monitoramento deve continuar e os níveis dos medicamentos deverão ser repetidamente medidos, de forma a verificar os níveis medicamentosos terapêuticos. Será necessário obter um parecer especializado se os níveis terapêuticos forem alcançados sem que seja observada melhora nos desfechos sorológicos.
Para todas as infecções focalizadas persistentes, o monitoramento sorológico e medicamentoso mensal é de suma importância e está associado ao sucesso terapêutico.[100]Rolain JM, Mallet MN, Raoult D. Correlation between serum doxycycline concentrations and serologic evolution in patients with Coxiella burnetii endocarditis. J Infect Dis. 2003 Nov 1;188(9):1322-5. https://academic.oup.com/jid/article/188/9/1322/801903 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14593588?tool=bestpractice.com [101]Rolain JM, Boulos A, Mallet MN, et al. Correlation between ratio of serum doxycycline concentration to MIC and rapid decline of antibody levels during treatment of Q fever endocarditis. Antimicrob Agents Chemother. 2005 Jul;49(7):2673-6. https://aac.asm.org/content/49/7/2673.long http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15980335?tool=bestpractice.com [102]Lecaillet A, Mallet MN, Raoult D, et al. Therapeutic impact of the correlation of doxycycline serum concentrations and the decline of phase I antibodies in Q fever endocarditis. J Antimicrob Chemother. 2009 Apr;63(4):771-4. https://academic.oup.com/jac/article/63/4/771/712547 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19218274?tool=bestpractice.com A doxiciclina deve ser mantida a 5-10 mg/L.[103]van Roeden SE, Bleeker-Rovers CP, Kampschreur LM, et al. The effect of measuring serum doxycycline concentrations on clinical outcomes during treatment of chronic Q fever. J Antimicrob Chemother. 2018 Apr 1;73(4):1068-76. https://academic.oup.com/jac/article/73/4/1068/4792989 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29325142?tool=bestpractice.com A falta de monitoramento medicamentoso e/ou níveis insuficientes de medicamento no plasma pode acarretar fracasso do tratamento e recidiva.
Ciclo do tratamento: 18 (sem material protético vascular) ou 24 meses (com material protético vascular).
Opções primárias
doxiciclina: 100 mg por via oral duas vezes ao dia
ressecção cirúrgica
Tratamento recomendado para TODOS os pacientes no grupo de pacientes selecionado
A ressecção cirúrgica do tecido vascular infectado ou do material protético deverá ser executada rotineiramente em pacientes com infecção vascular confirmada, pois somente antibióticos não evitam a ruptura vascular.[99]Eldin C, Mailhe M, Lions C, et al. Treatment and prophylactic strategy for Coxiella burnetii infection of aneurysms and vascular grafts: a retrospective cohort study. Medicine (Baltimore). 2016 Mar;95(12):e2810. https://journals.lww.com/md-journal/fulltext/2016/03220/Treatment_and_Prophylactic_Strategy_for_Coxiella.1.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27015164?tool=bestpractice.com
A ressecção cirúrgica está associada a um melhor prognóstico na infecção vascular.[99]Eldin C, Mailhe M, Lions C, et al. Treatment and prophylactic strategy for Coxiella burnetii infection of aneurysms and vascular grafts: a retrospective cohort study. Medicine (Baltimore). 2016 Mar;95(12):e2810. https://journals.lww.com/md-journal/fulltext/2016/03220/Treatment_and_Prophylactic_Strategy_for_Coxiella.1.aspx http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27015164?tool=bestpractice.com Não realizar cirurgia pode acarretar fracasso do tratamento e recidiva.
O momento da cirurgia é de 3 a 4 semanas após o início do tratamento com antibióticos, a menos que a cirurgia seja necessária com urgência.
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