Epidemiologia

A infecção por Coxiella burnetii foi relatada na maior parte dos países, mas não na Nova Zelândia ou Polinésia.[5] A prevalência de C burnetii é mais elevada nos países de África e do Médio Oriente.[6]​ Os principais transmissores de C burnetii na República da Guiné são os carrapatos.[7]​ Uma revisão sistemática que avaliou estudos europeus relatou uma prevalência significativamente maior de Coxiella spp. em carrapatos em países mediterrâneos.[8]​ Em 2019, foram relatados 1069 casos na União Europeia/Espaço Econômico Europeu (UE/EEE), 958 (90%) dos quais foram confirmados.[9]​ A doença é endêmica na Austrália e está fortemente associada à presença de gado e abatedouros.[5][10]​​​​ Nos EUA, a incidência é maior no Centro-Oeste, embora a Califórnia tenha relatado o maior número total de casos.[11] Em 2019, 178 casos agudos e 34 crônicos de febre Q foram relatados nos EUA.[12] O maior surto registrado até hoje ocorreu na Holanda, entre 2007 e 2009, tendo-se relatado mais de 4,000 casos.[13][14][15][16][17]​​​​ O surto ficou confinado principalmente ao sul do país, sendo cabras leiteiras consideradas o caso-fonte. Agrupamentos de casos foram relatados em Israel (incluindo um surto escolar) e em Taiwan.[18][19][20]Infecção por C burnetii também foi reportada em militares americanos que voltaram do Iraque e, com menos frequência, do Afeganistão.[21][22][23]​​​​ Além disso, casos em viajantes recém-chegados dos trópicos e da Austrália foram relatados.[24][25]​​​​ Os casos tendem a ocorrer com maior frequência na primavera e no início do verão.[26]

As populações em risco de infecção incluem fazendeiros, veterinários e pessoas que trabalham em abatedouros. Funcionários de laboratórios também apresentam risco de infecção.[27][28]A infecção por C burnetii é a segunda infecção mais comum relatada em laboratórios. Foram relatados surtos que afetaram 15 ou mais pessoas em algumas instituições. A doença não tem predileção por raça e é mais comumente relatada em homens.[5] Na Austrália e na França, os homens têm uma probabilidade 5 vezes e 2.5 vezes maior de desenvolver a doença do que as mulheres, respetivamente. Esse fato pode estar relacionado à maior exposição ocupacional de homens ou ao papel protetor do 17-beta-estradiol em mulheres.[5][29]​ A doença é rara em crianças e a maioria dos pacientes tem mais de 15 anos de idade.[30]A infecção por C burnetii é mais prevalente em pessoas com idade entre 30 e 70 anos.[31][30]​ Nos EUA, adultos com idades entre 60 e 64 anos apresentam o maior risco de febre Q relacionado à idade.[12]

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