Complicações

Complicação
Período de ocorrência
Probabilidade
curto prazo
Médias

A SHU é caracterizada por anemia hemolítica, trombocitopenia e insuficiência renal aguda. A hemoglobina, contagem de plaquetas e função renal dos pacientes devem ser monitoradas atentamente até evidência de melhora clínica. As toxinas similares à toxina Shiga causam danos diretos às células endoteliais do glomérulo renal.

Em geral, 10% dos pacientes com Escherichia coli O157:H7 desenvolvem SHU, embora esse número possa ser superior a 25% durante surtos.[59] A SHU geralmente se desenvolve de 5-9 dias após o início da diarreia. Estudos epidemiológicos mostram que uma idade jovem (<15 anos), idade avançada (>65 anos), diarreia com longa duração, contagem elevada de leucócitos, hipoalbuminemia e proteinúria estão associadas a um aumento do risco de SHU.[59][60]

A SHU é frequentemente associada a trombocitopenia e hemorragia petequial. O rastreamento laboratorial de hemólise pode ser útil se houver suspeita clínica de síndrome hemolítico-urêmica ou com base em achados laboratoriais.

Uma diálise temporária é necessária em até 50% dos casos de SHU associados a infecções por E coli O157:H7. A eficácia do uso de soro hiperimune na SHU relacionada à infecção por E coli não foi fundamentada.

A SHU tem uma mortalidade entre 3% e 5%, com cerca de 50% dos pacientes sofrendo sequelas, mais comumente insuficiência renal crônica ou deficits neurológicos.[61][62]

Uma revisão Cochrane investigou o uso de terapias (incluindo algumas terapias em estudo) contra a toxina Shiga como formas de prevenção secundária de SHU em pacientes com E coli produtora de toxina Shiga (STEC). Ensaios clínicos adicionais são recomendados, pois o estudo não conseguiu tirar conclusões.[63]

O megacólon tóxico raramente complica a SHU secundária à infecção por E coli.

curto prazo
baixa

Complicação incomum da infecção por Escherichia coli, geralmente por E coli êntero-hemorrágica (EHEC).

Causada por translocação bacteriana através do trato gastrointestinal até os linfonodos mesentéricos. Normalmente as bactérias são eliminadas pelas células hepáticas de Kupffer, mas uma bacteremia pode se desenvolver quando esse sistema falha. Há maior probabilidade de ocorrer bacteremia nas pessoas imunocomprometidas, crianças pequenas (com idade <5 anos), ou idosos (com idade >60 anos).

O diagnóstico baseia-se em sinais de sepse (ou seja, febre, taquicardia, hipotensão) e em hemoculturas positivas.

A antibioticoterapia deve ser iniciada precocemente e orientada por sensibilidades bacterianas. A antibioticoterapia empírica até os resultados de sensibilidade da hemocultura está disponível. Recomenda-se consultar um infectologista o quanto antes.

Juntamente com a antibioticoterapia, os pacientes devem ser submetidos à ressuscitação com fluidos e monitorados rigorosamente para que se possa detectar a presença de insuficiência renal ou instabilidade hemodinâmica consistente com choque tóxico.

longo prazo
baixa

Ocorre em 4% a 32% (média de 10%) dos pacientes que apresentam infecções gastrointestinais bacterianas. As infecções gastrointestinais aumentam em 12 vezes o risco de síndrome do intestino irritável.[64]

O tratamento envolve modificações alimentares e de estilo de vida, bem como tratamento sintomático individualizado para os sintomas predominantes do paciente.

Síndrome do intestino irritável

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