História e exame físico
Principais fatores diagnósticos
comuns
presença de fatores de risco
Inclui tabagismo; exposição à fumaça de tabaco, gás radônio ou amianto; e a presença de doença pulmonar obstrutiva crônica.
tosse
Uma tosse persistente ou recente, em especial em um fumante ou ex-fumante, é suspeita e requer exame de imagem do tórax.
A tosse está presente no momento do diagnóstico em mais de 50% dos pacientes com câncer pulmonar e pode ser decorrente de pneumonia pós-obstrutiva, tumor endobrônquico ou derrame pleural.[81]
dispneia
Presente no diagnóstico na maioria dos pacientes.
As possíveis causas incluem obstrução tumoral das vias aéreas, doença pulmonar obstrutiva crônica subjacente, pneumonia, paralisia do nervo frênico ou derrame pleural.
hemoptise
Ocorre em aproximadamente 25% das pacientes.[81]
Embora a hemoptise maciça seja rara, é comum os pacientes com câncer pulmonar apresentarem tosse com expectoração sanguinolenta. A hemoptise em um fumante levanta suspeita de câncer pulmonar.
dor torácica e/ou nos ombros
Dor ou desconforto torácico está presente em aproximadamente 33% dos pacientes.[81]
O pulmão está desprovido de fibras de dor. Assim, a maioria dos pacientes com dor torácica apresenta tumores que invadiram a pleura ou a parede torácica. Entretanto, mesmo pacientes com a doença no estádio inicial podem apresentar desconforto torácico. A dor nos ombros é o sintoma mais comum em pacientes com tumores do sulco superior.[5]
Outros fatores diagnósticos
comuns
sexo masculino
A incidência ajustada à idade (Programa Surveillance, Epidemiology and End Results de 2017-2021) de câncer pulmonar é maior em homens do que em mulheres (54.9 novos casos por 100,000 vs. 44.8 casos por 100,000, respectivamente).[7]
fadiga
Sintoma inespecífico de câncer pulmonar e, com frequência, multifatorial.
anormalidades observadas no exame pulmonar
A ausculta pulmonar pode evidenciar sibilos, estertores, murmúrios vesiculares diminuídos e macicez à percussão.
Incomuns
rouquidão
Entre 2% e 18% dos casos podem apresentar rouquidão decorrente da paralisia do nervo laríngeo recorrente.[81]
confusão
Sintoma comum de metástases cerebrais e distúrbios eletrolíticos, como hipercalcemia e hiponatremia. Até 25% dos pacientes com câncer pulmonar desenvolvem metástases cerebrais.[82]
alterações da personalidade
Altamente suspeito de metástases cerebrais em pessoas com câncer pulmonar.
náuseas e vômitos
Pode indicar metástases cerebrais.
cefaleia
Pode indicar metástases cerebrais.
disfagia
Pode ocorrer se o tumor ou os linfonodos mediastinais aumentados tiverem comprimido significativamente o esôfago.
dor óssea e/ou fraturas
Dor ou fraturas patológicas podem ocorrer como consequência de metástases ósseas. O esqueleto axial e os ossos longos proximais são os mais frequentemente afetados.[81]
fraqueza, parestesias e/ou dor na distribuição C8/T1
Os tumores de sulco superior podem invadir o plexo braquial, causando fraqueza e/ou atrofia dos músculos intrínsecos da mão, parestesias e/ou dor em uma distribuição C8/T1.
convulsões
Um sintoma de metástases cerebrais.
adenopatia cervical ou supraclavicular
Os locais mais comuns de disseminação regional são o hilo e o mediastino. O nível seguinte de disseminação para os linfonodos é a fossa supraclavicular e as cadeias cervicais. A linfadenopatia supraclavicular é impalpável em certos casos, mas detectável por ultrassonografia cervical.[68]
síndrome de Horner
A tríade ptose, miose e anidrose ipsilateral ocorre mais frequentemente em pacientes com tumores do sulco superior que podem invadir o plexo simpático.
edema facial
Pode indicar compressão da veia cava superior, seja em decorrência de adenopatia mediastinal ou de um tumor do lobo superior direito estendendo-se centralmente para o mediastino.
veias dilatadas no pescoço ou na parede torácica/abdominal
Veias jugulares ou acessórias distendidas na parede torácica ou abdominal podem indicar compressão da veia cava superior.
baqueteamento digital
Mais comum no câncer pulmonar de células não pequenas do que no câncer pulmonar de células pequenas.[85]
osteoartropatia hipertrófica pulmonar
Artropatia dolorosa dos punhos, tornozelos e joelhos, com nova formação óssea periosteal. Embora rara, é mais comum em casos de adenocarcinoma.
Fatores de risco
Fortes
tabagismo
A exposição ao tabaco continua a ser a causa mais importante de câncer pulmonar, e nos EUA e na Europa até 90% dos casos de câncer pulmonar são atribuíveis diretamente ao tabagismo.[11]
Há inúmeros estudos epidemiológicos relacionando o câncer pulmonar ao tabagismo.[26][27][28]
A fumaça do tabaco contém diversos carcinógenos, inclusive hidrocarbonetos aromáticos polinucleares, aminas aromáticas, N-nitrosaminas e outros compostos orgânicos e inorgânicos.[12]
exposição ambiental ao tabaco
A fumaça do tabaco no ambiente (fumo passivo) é uma causa importante de câncer pulmonar, e aproximadamente 1% a 2% dos casos de câncer pulmonar podem ser atribuídos a ela.[29]
Revisões sistemáticas e metanálises sugerem que a exposição ao fumo passivo pode aumentar o risco relativo de câncer pulmonar em aproximadamente 25% a 30%.[30][31]
doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)
A DPOC está associada ao aumento do risco de câncer pulmonar. O risco excessivo permanece quando a história de tabagismo é corrigida.[32][33] Foi relatado que a DPOC é um fator de risco para câncer pulmonar em nunca fumantes.[34][35]
Ainda se discute se a DPOC é realmente independente do tabagismo, uma vez que ela é um fator tão forte e uma confusão residual pode ser a explicação.[36] Apesar disso, a DPOC (como marcador de tabagismo ou independente em parte) é um forte fator de risco de câncer pulmonar.
história familiar
Uma história de câncer pulmonar em um parente de primeiro grau está associada a uma duplicação aproximada do risco, independente da história de tabagismo.[37] Esse risco relativo é cinco vezes mais alto quando os cânceres se desenvolvem em parentes de primeiro grau com idade abaixo de 60 anos.
exposição ao gás radônio
O câncer pulmonar também já foi relacionado ao gás radônio, um produto radioativo do decaimento do urânio.[13][14]
Estudos tipo caso-controle associaram o câncer pulmonar à exposição ocupacional (mineração) e residencial ao radônio. Estima-se que o radônio possa contribuir com até 14% de todos os casos de câncer pulmonar.[38][39] Esse valor pode ser maior em locais onde as residências são construídas com maior eficiência energética.[40]
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