Caso clínico
Caso clínico
Um homem de 65 anos relata uma história de 2 meses de tosse seca persistente e perda de peso não intencional de 4.5 kg. O paciente nega febre, dispneia, faringite, rinorreia, dor torácica ou hemoptise. A história médica é significativa para doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e hipertensão. A história familiar nada acrescenta. Ele fumou um maço de cigarros por dia durante 40 anos, mas parou de fumar há 5 anos. No exame físico, não foi detectada adenopatia palpável e os murmúrios vesiculares estavam globalmente reduzidos, sem sibilos focais nem estertores.
Outras apresentações
O câncer pulmonar pode não manifestar sintomas. Isso possivelmente ocorre por causa da grande reserva funcional dos pulmões e da ausência de fibras de dor no parênquima pulmonar. Consequentemente, o câncer pulmonar pode se apresentar como uma massa incidental à radiografia ou tomografia computadorizada torácica. Por fim, os pacientes apresentam sintomas decorrentes do crescimento localizado do tumor dentro do pulmão, incluindo tosse, dispneia, dor torácica e/ou hemoptise.[3] A tosse é o sintoma mais comum, seguida por dispneia. A hemoptise geralmente consiste em hemoptise, estrias de sangue no escarro ou pequenos coágulos. É um sintoma relativamente incomum (comparado à tosse e à dispneia), mas mais específico de câncer pulmonar. A hemoptise maciça é rara. A invasão da pleura ou da parede torácica pode causar dor torácica. A obstrução das principais vias aéreas pode causar dispneia, sibilância ou pneumonia pós-obstrutiva. Uma pneumonia que não é eliminada rapidamente com antibióticos é motivo de preocupação quanto a câncer pulmonar, especialmente em pacientes com história de tabagismo.
Com frequência, o câncer pulmonar se dissemina para os linfonodos mediastinais. Sintomas de adenopatia mediastinal são relativamente raros. Contudo, uma adenopatia volumosa pode causar rouquidão (pinçamento do nervo laríngeo recorrente), paralisia do diafragma (pinçamento do nervo frênico), dificuldade de deglutição (pinçamento do esôfago) ou síndrome da veia cava superior, geralmente caracterizada por edema facial e dos membros superiores, ortopneia, tosse e distensão venosa do pescoço e da parede torácica.[4]
O câncer pulmonar também pode se apresentar na forma de tumor do sulco pulmonar superior (às vezes chamado de tumor de Pancoast), sendo dor nos ombros a manifestação inicial mais comum.[5] Esses tumores também podem comprimir e invadir o plexo braquial (causando fraqueza e/ou atrofia dos músculos intrínsecos da mão, parestesias e/ou dor em uma distribuição C8/T1) ou a cadeia simpática (causando síndrome de Horner, caracterizada por ptose, miose e anidrose ipsilateral). Outras apresentações incluem baqueteamento digital, osteoartropatia hipertrófica, hipercalcemia de malignidade e sintomas ou sinais de metástases em outros órgãos, como ossos e o cérebro.
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