Complicações
A regressão das lesões cutâneas de SK podem resultar em hiperpigmentação.[47]
Lesões mucocutâneas traumatizadas podem sangrar e se apresentar com hemorragia digestiva alta ou baixa, assim como com hemoptise. Embora as lesões cutâneas raramente sangrem depois de uma biópsia, as lesões mucosas no trato respiratório podem resultar em sangramento evidente.[82]
A ulceração da epiderme sobrejacente ou da mucosa pode predispor à infecção.
As pessoas com SK associado ao HIV que são tratadas com terapia antirretroviral (TAR) podem desenvolver síndrome inflamatória da reconstituição imune (SIRI); a incidência relatada foi de 3% a 39%.[24][83][84] A SIRI associada ao SK geralmente se apresenta com lesões novas ou aumentadas, ou agravamento da linfadenopatia ou edema até 3 meses após o início da TAR. Ela pode ser difícil de distinguir clinicamente da doença progressiva. O risco pode ser maior para aqueles com contagens basais baixas de células T CD4+ e altas cargas virais do HIV.[2][85] O tratamento inclui terapia sistêmica e tratamento sintomático; a TAR não deve ser interrompida nos pacientes com SIRI, exceto nos casos de risco à vida. A decisão de usar corticosteroides deve ser tomada em colaboração com um médico experiente em HIV, devido ao potencial de agravar o SK e aumentar o risco de mortalidade.[85][86][87] A talidomida pode ser considerada nos pacientes com progressão após terapias sistêmicas iniciais. As pacientes que tomam talidomida devem seguir práticas contraceptivas rigorosas, pois a talidomida é teratogênica. Nos EUA, os pacientes e a equipe médica devem aderir à estratégia de avaliação e mitigação de riscos (Risk Evaluation and Mitigation Strategy, REMS) para garantir que os benefícios do medicamento superem seus riscos.
Em geral, as lesões de SK são indolores. No entanto, lesões traumatizadas nos pés podem afetar a deambulação, e lesões intraorais dolorosas podem afetar a mastigação, a fala ou a deglutição.
A doença de Castleman multicêntrica (DCM) e a síndrome inflamatória por citocinas relacionada ao SK (KICS) são condições raras e de risco à vida que podem afetar os pacientes com SK associado ao HIV.[84][88][89] A febre inexplicada deve levar a uma investigação para KICS e DCM nos pacientes com SK associado ao HIV. As características clínicas da KICS e da DCM são semelhantes; a biópsia excisional da linfadenopatia é necessária para distingui-las.[2] O rituximabe é usado como tratamento inicial para DCM ativa (sem falência de órgãos), mas pode causar surtos de SK.[42] O tratamento ideal para a KICS é desconhecido; no entanto, o rituximabe tem sido usado em alguns casos.[89] Os inibidores de checkpoints imunológicos não devem ser usados nos pacientes com DCM ou KICS devido ao risco de exacerbação.[2]
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