História e exame físico

Principais fatores diagnósticos

comuns

presença de fatores de risco

Os fatores de risco importantes incluem doenças autoimunes, distúrbios linfoproliferativos, valvas cardíacas protéticas mecânicas, origem familiar no Mediterrâneo, Oriente Médio, África Subsaariana ou Sudeste Asiático, história familiar de hemoglobinopatia ou defeitos na membrana eritrocitária, hemoglobinúria paroxística noturna, lesão térmica ou exposição recente a cefalosporinas, penicilinas, derivados de quinina, anti-inflamatórios não esteroidais, naftaleno ou feijões fava.

palidez

Sinal inespecífico de anemia.

icterícia

Devida a aumento da bilirrubina pela destruição de eritrócitos.

Outros fatores diagnósticos

comuns

fadiga

Sinal inespecífico de anemia.

dispneia

Sinal inespecífico de anemia.

tontura

Sinal inespecífico de anemia.

esplenomegalia

Sinal inespecífico. Pode estar presente na esferocitose hereditária, no linfoma não Hodgkin ou na hipertensão portal devido à cirrose.[38]

Incomuns

infecções ativas

Destruição parasitária direta do eritrócito causada por agentes como a malária, a Babesia ou a Bartonella.[32][33]

Toxinas relacionadas a infecções podem produzir lise direta do eritrócito, como na sepse por Clostridium.

Também existem associações a pneumococos, Escherichia coli e estafilococos.

Podem estar presentes em infecções leves ou localizadas, bem como em infecções graves e sistêmicas.

urina escura episódica (hemoglobinúria)

Sugere hemoglobinúria paroxística noturna.

desencadeada por exposição ao frio

O anticorpo Donath-Landsteiner (aglutininas a frio) pode estar presente.

Fatores de risco

Fortes

doenças autoimunes

Lúpus eritematoso sistêmico (LES), artrite reumatoide e esclerodermia estão associados a uma incidência aumentada de anemia hemolítica autoimune por anticorpos quentes devida à produção de autoanticorpos.[10][11] A incidência de anemia hemolítica clinicamente significativa foi descrita em até 10% de pacientes com LES.[13] Em menor escala, outras entidades, como a artrite reumatoide, a esclerodermia, a dermatomiosite e a doença inflamatória intestinal, apresentam uma incidência aumentada de formação de autoanticorpos.[14]

distúrbios linfoproliferativos

Os pacientes oncológicos, especificamente aqueles com leucemia linfocítica crônica (LLC), linfoma não Hodgkin (LNH) e distúrbios plasmocíticos, geralmente desenvolvem a AHAI a quente.[15][16][17][18][19]

As estimativas da incidência de AHAI são de 7% a 10% em pacientes com LLC e de 3% em pacientes com LNH.[15][16]

valva cardíaca protética

A hemólise é uma entidade bem descrita nos pacientes com valvas cardíacas protéticas mecânicas, mas a incidência diminuiu devido à melhora das técnicas cirúrgicas e do design das valvas.[20][21]

A hemólise subclínica não é incomum, mesmo com as próteses mais contemporâneas (≥5% em alguns estudos).[22]

origem familiar no Mediterrâneo, no Oriente Médio, na África ou no Sudeste Asiático

As hemoglobinopatias (talassemia, anemia falciforme) são mais comuns em grupos originários nessas regiões.[23][24]

A África é a região da Organização Mundial da Saúde com a maior incidência de deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase; ela é muito comum na região subsaariana.[3][4][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Micrografia eletrônica de varredura colorida digitalmente mostrando eritrócitos normais e um eritrócito de célula falciforme (à esquerda) em uma amostra de sangue de paciente com anemia falciformeCDC/ Sickle Cell Foundation of Georgia: Jackie George, Beverly Sinclair [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@503734eb

história familiar de hemoglobinopatia ou de defeitos na membrana dos eritrócitos

Sugere causas hereditárias de hemólise, como uma deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase, talassemia ou anemia falciforme.[1]

hemoglobinúria paroxística noturna

Doença rara que resulta em um defeito adquirido na membrana do eritrócito e em subsequente hemólise. Caracterizada por hemólise, aumento do risco de trombose e falência da medula óssea.[25]

exposição recente a cefalosporinas, penicilinas, derivados de quinina ou anti-inflamatórios não esteroidais

Muitos medicamentos foram implicados em respostas imunes que resultam em hemólise.[12][26] As cefalosporinas, em particular, foram associadas à hemólise significativa, inclusive a casos fatais.[27] Se a anemia hemolítica for diagnosticada, possivelmente associada ao uso de medicamentos como evento provocador, deverá ser realizada uma investigação abrangente dos medicamentos do paciente.

exposição recente a naftaleno ou a favas

Pode ser o fator desencadeante da hemólise na deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD).[28] O naftaleno é encontrado em bolas de naftalina.

A deficiência de G6PD é a deficiência mais comum de enzimas eritrocitárias que resulta na abreviação da expectativa de vida do eritrócito.

lesão térmica

Pode causar hemólise pela ruptura dos glóbulos vermelhos por processos microangiopáticos.

Fracos

esforço excepcional

O trauma circulatório pode causar hemólise por impacto do pé (marcha).[29]

exposição recente a nitritos, dapsona, ribavirina ou fenazopiridina

Os medicamentos podem induzir a destruição não imune de eritrócitos, geralmente por estresse oxidativo.[30]

ingestão recente de paraquat

Os herbicidas podem induzir a destruição não imune de eritrócitos, geralmente por estresse oxidativo.[31]

malária

A interação direta entre o organismo infeccioso e o eritrócito é responsável pela hemólise.[32][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Fotomicrografia de esfregaço de sangue mostrando eritrócitos contendo parasitas Plasmodium vivax em desenvolvimentoCDC/ Dr. Mae Melvin [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@2538ed9

babesiose

A interação direta entre o organismo infeccioso e o eritrócito é responsável pela hemólise.[33][Figure caption and citation for the preceding image starts]: Fotomicrografia revelando a presença do que foi determinado serem vários parasitas intraeritrocitários Babesia sp. na forma de anelCDC/ Dr. Mae Melvin [Citation ends].com.bmj.content.model.Caption@30402ec9

bartonelose

A interação direta entre o organismo infeccioso e o eritrócito é responsável pela hemólise.

leishmaniose

A interação direta entre o organismo infeccioso e o eritrócito é responsável pela hemólise.

Infecção por Clostridium perfringens

A produção de toxinas devido à fosfolipase C (alfatoxina) pode causar hemólise maciça em raras instâncias.[34][35]

Infecção por Haemophilus influenzae tipo B

O polissacarídeo capsular liga-se à membrana do eritrócito e os pacientes infectados formam anticorpos para esse complexo.[36]

doença hepática

Pode estar associada a esplenomegalia e a hemólise. A cirrose alcoólica, em particular, resulta em alterações estruturais na membrana do eritrócito e em subsequente hemólise.

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