A modificação dos fatores de risco é fundamental para evitar ou retardar o aparecimento da insuficiência cardíaca clínica evidente. Após a insuficiência cardíaca ter sido diagnosticada, o prognóstico dos pacientes insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada parece ser semelhante ao de pacientes com função sistólica comprometida. Taxas de mortalidade (1 ano e 5 anos) relatadas, reinternação por insuficiência cardíaca e complicações intra-hospitalares são semelhantes entre os 2 grupos.[12]Owan TE, Hodge DO, Herges RM, et al. Trends in prevalence and outcome of heart failure with preserved ejection fraction. N Engl J Med. 2006 Jul 20;355(3):251-9.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa052256
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16855265?tool=bestpractice.com
[14]Bhatia RS, Tu JV, Lee DS, et al. Outcome of heart failure with preserved ejection fraction in a population-based study. N Engl J Med. 2006 Jul 20;355(3):260-9.
https://www.nejm.org/doi/10.1056/NEJMoa051530
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16855266?tool=bestpractice.com
Níveis mais elevados de fragmento N-terminal do peptídeo natriurético do tipo B (NT-proPNB) estão associados a aumento dos riscos de mortalidade por todas as causas e de hospitalizações por insuficiência cardíaca.[140]Cleland JG, Taylor J, Freemantle N, et al. Relationship between plasma concentrations of N-terminal pro brain natriuretic peptide and the characteristics and outcome of patients with a clinical diagnosis of diastolic heart failure: a report from the PEP-CHF study. Eur J Heart Fail. 2012 May;14(5):487-94.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1093/eurjhf/hfs049/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22505395?tool=bestpractice.com
A presença de anemia pode ser um indicador de prognóstico desfavorável e/ou aumento da mortalidade e deve ser tratada de forma apropriada.[141]von Haehling S, van Veldhuisen DJ, Roughton M, Babalis D, et al. Anaemia among patients with heart failure and preserved or reduced ejection fraction: results from the SENIORS study. Eur J Heart Fail. 2011 Jun;13(6):656-63.
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1093/eurjhf/hfr044/full
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21613429?tool=bestpractice.com
A depressão é encontrada em 20% a 40% dos pacientes com insuficiência cardíaca e está associada com morbidade e mortalidade elevadas, quando comparada com pacientes com insuficiência cardíaca sem depressão.[142]Rutledge T, Reis VA, Linke SE, et al. Depression in heart failure: a meta-analytic review of prevalence, intervention effects, and associations with clinical outcomes. J Am Coll Cardiol. 2006;48:1527-1537.
http://www.onlinejacc.org/content/48/8/1527
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17045884?tool=bestpractice.com
[143]Gottlieb SS, Kop WJ, Ellis SJ, et al; HF-ACTION Investigators. Relation of depression to severity of illness in heart failure (from Heart Failure And a Controlled Trial Investigating Outcomes of Exercise Training [HF-ACTION]). Am J Cardiol. 2009;103:1285-1289.
http://www.ajconline.org/article/S0002-9149%2809%2900119-2/fulltext
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19406273?tool=bestpractice.com
[144]Jiang W, Kuchibhatla M, Clary GL, et al. Relationship between depressive symptoms and long-term mortality in patients with heart failure. Am Heart J. 2007;154:102-108.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17584561?tool=bestpractice.com
Portanto, existe a necessidade de rastreamento e intervenção precoce quando há a presença de depressão.[145]Johnson TJ, Basu S, Pisani BA, et al. Depression predicts repeated heart failure hospitalizations. J Card Fail. 2012 Mar;18(3):246-52.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22385946?tool=bestpractice.com
Um estudo que analisou comorbidades em duas grandes coortes de pacientes (uma de 2002 e outra de 2017) revelou que, na coorte anterior, a doença cerebrovascular, o diabetes mellitus e a doença renal crônica (DRC) foram preditores independentes para desfechos adversos (hospitalização por IC e mortalidade por todas as causas durante um acompanhamento total de 1.5 anos), e a fibrilação/flutter atrial mostrou uma tendência não significativa para desfechos ruins. Na coorte do final de 2017, os preditores independentes foram anemia, obesidade e DPOC, com a DRC mostrando uma tendência a desfechos desfavoráveis. Outras condições crônicas incluídas no modelo não foram associadas ao prognóstico de maneira independente, no entanto, uma carga global maior de comorbidades foi associada a um aumento dos riscos de hospitalização por IC ou mortalidade por todas as causas.[18]Screever EM, van der Wal MHL, van Veldhuisen DJ, et al. Comorbidities complicating heart failure: changes over the last 15 years. Clin Res Cardiol. 2023 Jan;112(1):123-33.
https://link.springer.com/article/10.1007/s00392-022-02076-1
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/35976430?tool=bestpractice.com
Uma metanálise sugere que até mesmo um padrão de enchimento diastólico pseudonormal está associado a um aumento do risco de morte em comparação com relaxamento anormal ou um padrão normal, e que o risco é semelhante ao observado com um padrão de enchimento restritivo.[146]Somaratne JB, Whalley GA, Poppe KK, et al. Pseudonormal mitral filling is associated with similarly poor prognosis as restrictive filling in patients with heart failure and coronary heart disease: a systematic review and meta-analysis of prospective studies. J Am Soc Echocardiogr. 2009 May;22(5):494-8.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19307097?tool=bestpractice.com