Prevenção primária

Bebês e crianças

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o corte tardio do cordão umbilical para melhorar o estado de ferro e os desfechos de saúde nos neonatos.[43] Ficou comprovado que o corte tardio do cordão umbilical reduz o risco de anemia em neonatos com alto risco de ADF, comparado ao corte precoce.[44]

A OMS também recomenda a suplementação de ferro de rotina em bebês e crianças pequenas que vivem em áreas com grande prevalência de anemia.[45][Evidência B]

A American Academy of Pediatrics recomenda a suplementação de ferro entre 1 e 12 meses de idade completos para lactentes nascidos <37 semanas de gestação e que são amamentados.[32] O uso em longo prazo de suplementação enteral de ferro (≥8 semanas) em prematuros e crianças com baixo peso ao nascer foi associado a um risco reduzido de deficiência de ferro e anemia em uma revisão.[46] Lactentes nascidos a termo que são exclusivamente amamentados devem receber suplementação de ferro dos 4 meses de idade até que os alimentos adequados que contêm ferro tenham sido introduzidos.[32]

Revisões sistemáticas relatam que o uso de alimentos fortificados com ferro (inclusive fortificação com micronutrientes) e a suplementação de ferro em lactentes e crianças de ensino fundamental (inclusive aquelas de países de renda baixa e média) pode melhorar os desfechos hematológicos e reduzir o risco da deficiência de ferro e anemia.[47][48][49][50][51][52] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Regiões endêmicas de malária

Há registros de que a suplementação de ferro de rotina em crianças em idade pré-escolar de áreas endêmicas de malária pode aumentar o risco de malária e morte.[5][53] No entanto, uma revisão Cochrane constatou que a suplementação de ferro, associada aos serviços adequados de prevenção e tratamento da doença, não aumenta o risco clínico de malária em regiões endêmicas.[54] [ Cochrane Clinical Answers logo ] Caso haja prevalência de malária, a suplementação de ferro deve ser oferecida simultaneamente a medidas de saúde pública para prevenir, diagnosticar e tratar a malária.[45][55][Evidência A] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Os efeitos do ferro sobre a malária ainda não estão claros.[56]

Mulheres em idade reprodutiva

A OMS recomenda a suplementação oral de ferro para prevenir a anemia em:[57][58][59]

  • Gestantes que vivem em áreas com grande prevalência de anemia na gravidez

  • Mulheres e garotas menstruadas que vivem em áreas com grande prevalência de anemia[Evidência B]

  • Mulheres no pós-parto que vivem em áreas em que a anemia gestacional é uma questão de saúde pública (a suplementação de ferro deve ser oferecida com ou sem ácido fólico por 6 a 12 semanas após o parto).

Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA recomendam a suplementação de ferro universal durante a gestação para atender às demandas de ferro elevadas.[8] No entanto, a US Preventive Services Task Force (USPSTF) e a British Society for Haematology não encontraram evidências suficientes para recomendar a suplementação de ferro de rotina em gestantes.[60][61]

Revisões sistemáticas relatam que o uso de suplementação de ferro diária por via oral durante a menstruação ou a gestação pode melhorar os desfechos hematológicos e reduzir o risco de deficiência de ferro e anemia.[62][63][64][65][66][52] A suplementação de ferro intermitente durante a menstruação e a gravidez tem uma eficácia similar à da suplementação diária de ferro, embora a suplementação intermitente na gestação tenha maior probabilidade de resultar em anemia leve em prematuros tardios.[67][68] [ Cochrane Clinical Answers logo ] [ Cochrane Clinical Answers logo ]

Uma revisão Cochrane não registrou nenhuma diferença nos desfechos maternos (inclusive anemia materna no terceiro trimestre) com suplementação de múltiplos micronutrientes que contêm ferro durante a gestação, comparada à suplementação de ferro (com ou sem ácido fólico).[69] O uso de suplementação de múltiplos micronutrientes pode ser benéfico em países de renda baixa e média, onde as deficiências de micronutrientes são comuns em mulheres em idade reprodutiva.

Foi demonstrado que a suplementação de ferro reduz o risco de anemia em mulheres de baixa renda no pós-parto.[70]

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