Etiologia
A ADF tem muitas causas e não é um diagnóstico final por si só. O diagnóstico de ADF deve exigir investigações adicionais para determinar a causa e para corrigi-la, se possível.
As causas da anemia ferropriva (ADF) incluem:[4][5]
Ingestão alimentar de ferro inadequada
Absorção de ferro comprometida (por exemplo, devido a acloridria, cirurgia gástrica ou doença celíaca)
A perda elevada de ferro decorrente de sangramento, geralmente no trato gastrointestinal (por exemplo, hemorroidas, ingestão de salicilatos, úlcera péptica, hérnia hiatal, diverticulose, neoplasia, colite ulcerativa, ancilostomídeo, alergia a leite em lactentes, divertículo de Meckel). Outras causas de perda de ferro incluem menorragia, sangramento decorrente da hemodiálise, anemia do esportista, esquistossomose, tricuríase, doação de sangue, hemoglobinúria, sangramento autoinduzido, hemossiderose pulmonar idiopática, síndrome de Goodpasture, telangiectasia hemorrágica hereditária, angiodisplasia e distúrbios de hemostasia
Aumento das exigências de ferro em crianças pequenas (por exemplo, devido ao crescimento e ingestão inadequada de ferro na dieta), gestação ou lactação.
Causa desconhecida.
O sangramento é a principal causa de ADF. Raramente, em distúrbios específicos (por exemplo, hemossiderose pulmonar idiopática ou hemoglobinúria paroxística noturna), o ferro é depositado em tecidos onde ele não está disponível para a produção de hemoglobina; no entanto, o total de reservas de ferro corporal pode não estar diminuído.[12]
Fisiopatologia
O ferro é necessário para a formação de hemoglobina, mioglobina e enzimas que contêm heme (citocromos) e, portanto, é essencial para a produção de eritrócitos e processos celulares (por exemplo, metabolismo celular, replicação/reparação de DNA e regulação do ciclo celular).[13]
O corpo não tem uma via regulatória para a excreção de ferro.[14] A perda fisiológica de ferro ocorre por meio do sangramento menstrual, suor, descamação da pele e excreção urinária/fecal.[14] Homens e mulheres menopausadas perdem aproximadamente 1 mg de ferro por dia, e mulheres menstruadas perdem aproximadamente 2 mg de ferro por dia.[15] A gestação resulta em uma perda líquida de, aproximadamente, 580 mg de ferro durante o período gestacional, devido à expansão da massa de eritrócitos da mãe e ao crescimento do feto e da placenta; a maior perda ocorre no terceiro trimestre.[9][16][17]
O corpo repõe os depósitos de ferro e mantém a homeostase do ferro reciclando ferro de eritrócitos destruídos ou senescente, bem como regulando a ingestão e absorção de ferro na dieta.[8] O ferro da dieta é absorvido principalmente no duodeno e no jejuno, onde é transportado pela transferrina e armazenado na forma de ferritina ou hemossiderina.[18]
O hormônio peptídeo hepcidina reduz a absorção de ferro intestinal e impede a reciclagem de ferro pelas células reticuloendoteliais, o que leva à redução do nível de ferro circulante. Isso ocorre pela ligação e degradação do exportador de ferro celular, a ferroportina, que é encontrada em células reticuloendoteliais, em hepatócitos e na membrana basal de enterócitos. A transcrição de hepcidina é menor na deficiência de ferro, o que resulta no aumento da absorção de ferro intestinal e na liberação de ferro das reservas corporais na medula óssea, fígado e baço. A expressão de hepcidina é maior em estados infecciosos ou inflamatórios sistêmicos e na doença renal crônica.[19][20]
Se o estoque de ferro esgotar porque a quantidade de ferro perdida ou usada foi maior que a quantidade absorvida, a formação de hemoglobina e a produção de eritrócitos ficarão comprometidas. Isso resulta em ADF, caracterizada por eritrócitos microcíticos e hipocrômicos. Os sintomas de ADF, como fadiga, nível baixo de energia e dispneia ao esforço, ocorrem em decorrência do comprometimento da produção de eritrócitos e da diminuição da capacidade de transporte de oxigênio.[13]
Classificação
Deficiência de ferro e distúrbios relacionados[4]
As causas da deficiência de ferro podem ser classificadas em:
Ingestão alimentar de ferro inadequada
Absorção comprometida (por exemplo, devido a acloridria, cirurgia gástrica ou doença celíaca)
Aumento da perda de ferro devido ao sangramento, geralmente do trato gastrointestinal
Exigências de ferro elevadas por causa da infância, gestação ou lactação
Causa desconhecida.
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