Complicações
Causada por ruptura do abscesso para o interior do sistema ventricular. Isso pode ocorrer espontaneamente ou durante a cirurgia. Em geral, requer tratamento com antibióticos por via intratecal e pode ser complicada por hidrocefalia. Frequentemente, o desfecho nesse subgrupo de pacientes é desfavorável, com aumento significativo da mortalidade.[55]
Pode ocorrer em consequência de perda de sal cerebral ou de síndrome de secreção inapropriada de hormônio antidiurético (SIHAD). A análise diária dos eletrólitos séricos nos pacientes internados na UTI, com monitoramento periódico posterior, é necessária. Uma queda no nível de sódio sérico deve levar à pronta avaliação de presença de SIHAD, com restrição de líquidos se confirmada. A hiponatremia não deve ser corrigida de forma muito agressiva (não mais que 12 mEq diários) para evitar a mielinólise pontina central.
Um alto risco de desempenho cognitivo reduzido foi demonstrado nas crianças com cardiopatia cianótica e nos neonatos com abscesso cerebral.[1]
É difícil distinguir os efeitos relativos de prematuridade, cuidados prolongados em UTI, transtornos subjacentes e dos próprios abscessos cerebrais na evolução dessa complicação.
As convulsões são uma complicação relativamente frequente e são tratadas com medicamentos anticonvulsivantes. Todos os pacientes com abscesso cerebral devem ser monitorados para sinais de convulsão. Nos pacientes internados em uma unidade de terapia intensiva (UTI) com estado mental deprimido, o monitoramento eletroencefalográfico de 24 horas deve ser considerado para excluir as convulsões subclínicas.
Pode ocorrer de forma aguda em consequência de hérnia, da carga infecciosa ou de complicações de uma doença prolongada com comprometimento neurológico. Embora o óbito ainda ocorra com frequência significativa, o seu risco diminuiu devido aos avanços na tecnologia médica/padrões de assistência.[3][50][61]
A hidrocefalia é uma apresentação rara do abscesso cerebral. Ocorre mais comumente após complicação do abscesso por ventriculite. A hidrocefalia é tratada por derivação do líquido cefalorraquidiano (LCR), feita inicialmente por colocação de um dreno ventricular externo, seguido por internalização (por exemplo, colocação de shunt ventrículoperitoneal) quando o LCR estiver, comprovadamente, estéril por pelo menos 1 semana.
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