Prognóstico
O desfecho da esporotricose é ditado pela forma clínica e pela extensão da infecção, assim como pelo hospedeiro subjacente; especificamente, as infecções confinadas à pele e a tecidos subcutâneos têm um prognóstico melhor que as infecções extracutâneas. Em pacientes imunossuprimidos com infecção por HIV ou neoplasias hematológicas/transplante, a esporotricose pode oferecer risco de vida e traz um prognóstico pior em comparação com infecções em indivíduos imunocompetentes.[13]
Esporotricose linfocutânea/cutânea
A esporotricose linfocutânea/cutânea não é uma condição que oferece risco de vida.[1][2] O prognóstico é excelente, com taxas de resposta de 90% a 100% para o tratamento com itraconazol. A resposta clínica ao tratamento é tipicamente observada dentro de 4 semanas desde o início da terapia. Uma pequena proporção de pacientes pode apresentar recidiva após a descontinuação da terapia antifúngica, mas, quando tratados com doses mais altas de itraconazol ou outros esquemas antifúngicos alternativos, como a solução saturada de iodeto de potássio, eles tipicamente respondem bem ao tratamento.
Esporotricose osteoarticular
A esporotricose osteoarticular isoladamente não é uma condição que oferece risco de vida.[1][4][5] Entretanto, em função de atrasos no diagnóstico e do início do tratamento apropriado, a preservação da função articular é incomum. O tratamento por menos de 6 meses tem sido associado a taxas de recidiva mais altas; portanto, a duração do tratamento deve ser de no mínimo 12 meses.
Esporotricose pulmonar
A esporotricose pulmonar isolada apresenta uma evolução clínica progressiva crônica se não tratada.[1][6] O desfecho é geralmente desfavorável.[36] Desfechos melhores são observados com a combinação de terapia antifúngica e ressecção cirúrgica, embora a ressecção cirúrgica geralmente não seja viável, pois a maioria dos pacientes afetados tem um estado funcional pulmonar subjacente comprometido.
Esporotricose meníngea
A esporotricose meníngea apresenta uma evolução clínica indolente que causa atraso no diagnóstico e no início do tratamento.[1][7] Desta forma, o prognóstico é muito ruim com alta mortalidade, especialmente em pacientes com infecção por HIV avançada. A mortalidade geral de pacientes infectados por HIV e esporotricose é de 30%, mas há uma forte correlação entre infecção meníngea e morte (mortalidade de 90% naqueles com infecção do sistema nervoso central).[28] O tratamento de supressão com itraconazol durante toda a vida é recomendado em decorrência da alta taxa de recidiva em pacientes com HIV e outras condições de imunocomprometimento caso o tratamento antifúngico seja descontinuado.
Esporotricose disseminada
O prognóstico é desfavorável em pacientes imunossuprimidos com infecção por HIV ou neoplasias hematológicas/transplante. O tratamento de supressão crônico com itraconazol é necessário para prevenir a recidiva em pacientes com HIV.
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